Lilly Sarti entra em sintonia com as tendências do momento
Em clima de introspecção, a marca retorna ao line-up da SPFW com sua primeira apresentação digital.
Como muita gente nos últimos 15 meses, Lilly Sarti se pegou um tanto introspectiva. “Sempre fui muito esotérica”, brincou em uma conversa pré-apresentação. Mas agora não é só isso. Em maior ou menor grau isolados, fomos quase que obrigados e voltar nossos olhares e pensamentos para dentro – de nossas casas e de nós mesmos. “Tudo começa quando refletimos sobre quem somos, de onde viemos, para onde vamos e por que estamos aqui” diz a estilista.
A ideia é uma tanto abstrata, ainda que muito relacionável a sentimentos e pensamentos comuns em tempos pandêmicos. As roupas, por outro lado, são bem assimiláveis. É como se essa viagem de autoconhecimento tivesse eliminado alguns excessos que, antes, complicavam um pouco as apresentações da marca. A essência continua ali: o espírito jovem meio boêmio, a feminilidade, o gosto por formas mais definidas, o shape 80”. Porém, tudo parece mais encaixado, em harmonia.
Lembra as ombreiras das últimas coleções pré-pandemia, então, diminuíram, quase nem existem. A silhueta do triângulo invertido, agora, é desenhada com recortes, detalhes com babados e cintura marcada. As formas ficam mais próximas ao corpo, mas nada demais. Não são exatamente largas nem justas. Tem um ou outro detalhe que revela mais o corpo ou as formas femininas (um acinturado aqui, um recorte no quadril ali, um decote mais aprofundado acolá).
Do momento introspectivo e de entendimento pessoal em relação ao universo, surgem as estampas em forma de labirinto e os desenhos de planetas e estrelas. A cartela é quase toda neutra, com tons pastel ou cores esmaecidas. E os tecidos também apresentam uma cara mais cotidiana, com destaque para as fibras naturais tipo linho e algodão.
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