Matty Bovan transforma o crochê em item de festa em nova coleção

Com desfile híbrido (físico e digital), estilista britânico reforça sua veia criativa com looks fora do comum.


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Fotos: Ruth Hogben/Divulgação



Como muitas coisas durante os últimos 18 meses, o verão 2022 de Matty Bovan começou com lembranças do passado. Foi olhando fotos de sua família nos anos 1970 que o estilista encontrou o clima ideal para sua nova coleção. Vem daí boa parte das estampas geométricas, da cartela de cores quentes e de algumas modelagens. Não que elas sejam convencionais ou facilmente reconhecíveis, bem pelo contrário. Foi justamente pela total desconsideração aos shapes tradicionais que o britânico se destacou no cenário da moda londrina. Claro, a cidade já tem um histórico de loucurinhas, mas as suas eram um tanto diferentes. Principalmente pela maneira como são feitas.

E aí, chegamos em outro ponto importante para explicar o que rolou nesta temporada. Matty sempre trabalhou com tecidos reaproveitados de estoque morto (seu e de terceiros) ou materiais garimpados pelos mais variados lugares. Dessa vez, com a pandemia e o Brexit (que forçou muitos fornecedores e trabalhadores a deixar o país), seus recursos ficaram um tanto mais limitados. A solução foi recorrer a elementos e técnicas que pudessem ser executados no próprio ateliê do estilista. Por isso, o foco no crochê, manualidade que conversa perfeitamente com a história familiar, com a importância da memória e também com a postura responsável na produção.

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Em um momento em que excessos criativos são bem-vindos, ainda mais depois de tanto tempo isolados, Matty se destaca por optar por um caminho fora da curva. Ao mesmo tempo em que fala sobre os volumes, texturas e brilhos exagerados que muita gente já deseja há tempo, o faz com a veia autoral que vem lhe garantindo luz própria, mesmo em tempos sombrios.

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