Liana Ferraz e Pedro Pacífico: ler é recriar a si mesmo

A convite de Montblanc e ELLE, os escritores e criadores de conteúdo cultural contam como a literatura impactou – e segue impactando – suas histórias.





CONTEÚDO APRESENTADO POR MONTBLANC

Dizer que um livro pode mudar o mundo não é força de expressão. O que seria do comunismo e do liberalismo se não fossem as publicações de Karl Marx e Adam Smith? Ou do feminismo sem O segundo sexo, de Simone de Beauvoir?

E, claro, se mexe com o mundo, mexe ainda mais com a gente. A literatura é uma ferramenta essencial na minha aceitação. Passei 27 anos lutando com a minha sexualidade, porque, na bolha em que cresci, ser diferente era algo ruim”, diz Pedro Pacífico, hoje com 30. “Foi com os livros que abri a minha cabeça e encontrei a diversidade que não existia na minha vida.”

Não à toa, a nova campanha da Montblanc coloca foco nas bibliotecas, espaços infinitos de conhecimento, diversão e empatia – sim, ler ainda nos torna mais empáticos, estudos comprovam. Não à toa também, foi em uma biblioteca pública que a escritora Liana Ferraz encontrou sua voz, sua vocação para a escrita e seu espaço. “Comecei a frequentá-la aos 8 anos e, desde então, tenho a mesma meta: a de ler um livro por semana.”

Aqui, os dois compartilham o poder da literatura em suas trajetórias e dividem dicas para quem quer viajar sem sair do lugar – outra possibilidade deste mundo mágico das palavras. Confira:

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Pasta, Montblanc. Jaqueta e camisa, Zara. Calça, Calvin Klein. Óculos, Olivier Peoples. Tênis, Vert.

Qual foi a maior transformação que os livros e a escrita trouxeram para sua vida?
Liana: A escrita representa um lugar no mundo, uma possibilidade de reinvenção da minha própria vida, de ser outras pessoas, de contornar senão a morte, essa limitação de que a gente tem que ser uma pessoa só. A literatura também tem expandido a minha presença, feito eu chegar em lugares e pessoas que realmente não chegaria. Acho isso um tremendo luxo.

Pedro: A literatura representa na minha vida a certeza de que eu nunca vou estar sozinho. E a maior transformação que os livros me trouxeram não foi a fama, tampouco a segunda fonte de renda (ele também atua como advogado). Foi a descoberta de poder ser quem sempre fui.

Se sua vida fosse um romance, qual seria?
Liana: Cem anos de solidão. O realismo fantástico dá outra lente pro mundo e acho que a solidão é um dos meus temas favoritos – e o próprio Gabriel García Márquez dizia que a obra dele é toda sobre isso.

Pedro: Maurice, do Forster. Não é o livro que mais amo, mas me identifico, porque envolve a sexualidade de um garoto que começa a se descobrir.

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Liana usa Bolsa Tote, Montblanc. Vestido, My Basic. Botas, Louboutin. Pulseira, Rinkawesky. Pedro veste camiseta, Dod. Calça, Phillipp Plein. Mochila, Montblanc. Tênis, Vert.

Que livro você indicaria para alguém viajar sem sair do lugar?
Liana: a tetralogia napolitana de Elena Ferrante.

Pedro: Travessuras de uma menina má, do Mario Vargas Llosa. Ele se passa em vários países com encontros e desencontros de um casal que se conheceu na adolescência. Você pode dar uma pequena volta ao mundo através de uma leitura curtinha e gostosa.

E o que não falta na sua bolsa ou mala de viagem?
Liana:  Bloquinho, caderninho e uma caneta. O arsenal da poeta. Eu preciso ter a chance de escrever uma ideia, porque já perdi muitas noites de sono com uma ideia que achava que era genial e que esqueci. E não gosto de escrever no celular.

Pedro: Sei que vai parecer clichê, mas na minha mala de viagem não faltam livros. Levo passaporte, dinheiro e livro. O resto eu me viro.

De leitor a escritor, foi um caminho difícil?
Liana: Não sinto que foi um deslocamento, mas uma permissão. Eu me lembro de ler e imaginar histórias de forma muito natural, espontânea. Aliás, talvez eu tenha sido leitora depois de ser escritora. Se pensar nas histórias que ainda não tinham virado palavra, mas já moravam em mim. Escrever foi aprender a usar as ferramentas pra fazer nascer algo que sempre existiu. Ler foi descobrir as ferramentas.

Pedro: Muito! Começava me comparando com os autores incríveis que já li. Precisei de editores e amigos pra perceber que o importante era encontrar a minha voz, ser verdadeiro. Isso me ajudo a terminar essa jornada.

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Mochila, Montblanc. Blusa, Animale. Calça, Carol Bassi. Botas, Louboutin.

Como você começou a escrever?
Liana: Talvez o registro mais antigo seja o do meu diário. E é engraçado, porque eu lembro que escrevia o diário um pouco real, um pouco já inventando, fazendo ficção da minha própria história – e hoje estamos na onda da autoficção. (risos) E também lembro muito de rabiscar poema em caderno de escola. Eu tinha um pouco essa romantização da poeta, aquela pessoa que viu Sociedade dos poetas mortos, quando era adolescente e tal. Ficava triste e queria escrever poema… Tinha essa aura da poeta incompreendida, porque adolescente sempre acha que é a única pessoa incompreendida do mundo.

Pedro: Eu resolvi escrever para contar a minha história, depois do bookster mesmo. Não fiz nenhum curso de escrita criativa, o que até gostaria de fazer, então, foi sentar e escrever, escrever, escrever!

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Uma dica para quem quer começar ou desenvolver o hábito de ler?
Liana: Comece por livros que tenham dinâmica viciante. Eu comecei a ler de forma frequente quando adolescente com a coleção vaga lume e, mais tarde, com Agatha Christie. Gosto desse gênero pra quem tá começando. E acho que tem um ritmo mais parecido com séries, Internet, enfim, pode não ser um salto tão radical no sentido da experiência  rítmica das imagens.

Pedro: Faça da leitura um hábito diário, leia um pouquinho que seja todos os dias, o mais importante é você manter a constância do que ler muito por um dia e depois ficar vários sem ler. Três páginas por dia já tá bom. Comece também por livros mais curtos e com assuntos que te interessem, não vá naqueles livros mais vendidos. Por último, enxergue a leitura como um hábito de prazer, não necessariamente para se informar sobre algo.

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Na imagem de abre, Pedro usa mochila, Montblanc. Blusa e calça, Dod. Liana usa bolsa, Montblanc. Camisa, Francesca. Calça, My Basic.


Foto: Bob Wolfenson
Edição de moda: Flávia Pommianosky e Davi Ramos
Beleza: Angel Moraes
Produção de arte e cenografia: Anderson Rodriguez
Produção de moda: Andreia Matos
Produção executiva: Isabela de Paula
Tratamento de imagem: Thiago Auge
Assistentes de foto: Flávia Faustino e Ana Tonezzer | Assistente de beleza: Paola Salazararango | Assistente de arte: Leco Rezende | Manicure: Thayna Dandara | Camareira: Glaucia | Contrarregra: Ronaldo Junge Assistente de produção executiva: Amanda Bomfim

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