Quem Igor Dadona convidaria para jantar?

Estilista, que apresenta coleção nesta quinta, 25, na SPFW, compartilhou pequenos segredos no volume 02 da ELLE Men.


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Tricô, camisa e calça, tudo Igor Dadona. Tênis, Prada. Foto: Hudson Rennan | Edição de moda: Lucas Boccalão



Em seu desfile de julho de 2022, Igor Dadona falou sobre mergulhadores. Eles enfrentavam, com coragem, as profundezas do oceano sob tempestades para, enfim, emergirem rumo à segurança da terra firme. Era o capítulo final de uma trilogia, iniciada em sua estreia na São Paulo Fashion Week, em 2021, numa analogia entre o período epidêmico e o mar

É que o paulista sempre foi sensível. Sua roupa não é feita só de desejos e paixões, mas também de reflexões sobre angústias e dores. Focado em moda masculina, Igor foi um dos primeiros, em solo nacional, a jogar luz e dar corpo a emoções antes banidas dos holofotes, como se o homem não sentisse nada.

Aos 34 anos, enquanto eleva o mercado masculino com maturidade e consistência, entende, como poucos, que produzir menos é produzir melhor. A seguir, confira um trecho da entrevista com o estilista publicado no volume 02 da ELLE Men.

A sua infância foi… “Bem mágica. Eu era o menino do videogame. Passei por todos os jogos e amava desenhar os personagens com as suas roupas. Tenho vários cadernos daquela época que parecem catálogos. Dava até preço para as peças.”

Antes da marca… “Estava fazendo produção de moda. Na verdade, comecei no jornalismo, no site da Julia Petit. Depois, fiz styling com o Rapha Mendonça, até começar a elaborar minha própria grife, em 2012, e estrear nas passarelas no ano seguinte.”

A sua identidade é… “A desconstrução da alfaiataria, mas não só no sentido técnico. É também sobre a imagem, sobre manipular a sua herança para encontrar novas maneiras de apresentá-la.”

A sua marca é para… “Quem quiser usar. Eu faço roupa. Sob encomenda, aliás, em qualquer numeração, sem grade de tamanhos pronta. Durante a pandemia, decidi adotar de vez um esquema de ateliê e desfilar apenas uma vez por ano. Não adianta criar algo diferente e se esquecer das etapas básicas. A parte de dentro das roupas é a que dá mais trabalho.”

No seu TikTok… “Aparecem vários vídeos de um perfil chamado The Local Project, que, além de mostrar a construção de casas, detalha a decoração. Sou apaixonado por arquitetura, inclusive quase cursei antes de me decidir pela moda. Desisti quando percebi que envolvia muitos cálculos.”

Na sua playlist… “Tem de tudo. Ultimamente, o que mais ouvi foi o novo disco da Björk (Fossora, 2022). Ela é a minha artista favorita. Tenho até tatuagem. Quando estou criando, fico um pouquinho mais melancólico, mas tem uns momentos agitados de techno no meio.”

Nas sessões de terapia... “Não sou muito de sair, mas isso é algo que desejo mudar. Quero frequentar lugares novos, viajar mais. Esse seria um assunto para a terapia.”

Algo que atualmente ama... “Minhas panelas novas. Amo cozinhar. É o próprio bem-estar para mim.”

Algo que atualmente odeia… “Pessoas que só falam sobre si mesmas. Egocêntricas. Aquelas que veem alguém brilhar por um minuto e já tomam a situação para si. É chato. Uma das coisas mais bonitas que há na vida é a capacidade de estar feliz pelo outro.”

Uma pessoa que convidaria para jantar… “Björk. De novo.”

Esta entrevista foi publicada originalmente em maio de 2023, na ELLE Men Volume 02. Compre sua edição e confira a entrevista completa com Igor Dadona.

 

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