Solange estreia seu primeiro filme fashion com seis designers emergentes
Com participações de Dominique Jackson e Dionne Warwick, o estúdio criativo da cantora, Saint Heron, produziu um curta para o Woolmark Prize 2021.
Artista, musicista e, agora, cineasta. Solange acaba de estrear seu primeiro filme fashion por meio de seu estúdio de criação, o Saint Heron, com seis designers finalistas do Woolmark Prize, um dos programas de novos talentos mais importantes do mundo. Selecionados entre 380 inscritos de quase 50 países, os indicados seguem os passos de vencedores anteriores como Karl Lagerfeld, Yves Saint Laurent e Giorgio Armani.
Dirigido por Wu Tsang, com styling de Ib Kamara, o curta-metragem batizado Passage destaca as coleções dos finalistas deste ano: Bethany Williams, Casablanca, Kenneth Ize, Lecavalier, Matty Bovan e Thebe Magugu. “Seja por meio da arte de um álbum, cenografia ou realização de clipes, sempre busquei criar novas linguagens visuais que englobassem as expressões que meus outros trabalhos não conseguem comunicar”, disse Solange em entrevista a Dazed. Embora o projeto possa parecer uma empreitada improvável, a cantora descreve o processo de filmagem como uma extensão de seu “interesse pela produção teatral através da tradução de identidade, espírito, filosofia e criação”.
Dominique Jackson com look de Keneth IzeFoto: Cary Fagan/Divulgação
Para a competição, os designers foram encarregados de desenvolver uma coleção de seis looks, produzida principalmente com lã, e sob o tema “menos é mais”. Contudo, dada a performance sutilmente dramática de Dominique Jackson, de Pose, e de Dionne Warwick, vencedora do Grammy, o mesmo não pode ser dito sobre o filme em si. O curta passa por seis momentos: contemplação, coragem, otimismo, vulnerabilidade, disciplina e força. Com trilha sonora jazzy produzida pela On The Corner Records, a produção narra, com toque surreal e analógico, as diferentes criações dos seis finalistas do Woolmark.
Enquanto as estampas e volumes exuberantes dos vestidos de Matty Bovan são a antítese das capas burguesas e dos tricôs em coluna de Lecavalier, o streetwear instagramável proposto por Casablanca fala a um público totalmente diferente do que os ternos e saias de de Thebe Magugu. A alfaiataria da coleção de Kenneth Ize, da Nigéria, tem praticamente uma vida própria com blazers bem cortados, cinturas bem marcadas e calças arrematadas por tecidos pesados em um trabalho artesanal que passa longe da estética hippie. E Bethany Williams, cujo compromisso com tecidos reciclados e manufatura realizada por empresas sociais é aposta mais certa para o Prêmio Woolmark de Cadeia de Suprimentos.
Abrangendo África do Sul, Inglaterra, França e Nigéria, os finalistas deste ano do Woolmark Prize têm repertórios totalmente distintos, o que torna a competição ainda mais interessante, pois demonstra um futuro muito mais diverso e verdadeiramente global para a moda.
Look de Matty Bovan para o Woolmark PrizeFoto: Divulgação
Look de Thebe Magugu para o Woolmark Prize 2021Foto: Divulgação
Com tomadas longas e misteriosas, Passage é ao mesmo tempo sombrio e reconfortante, oscilando entre um jogo de sombras mal iluminado e gritos repentinos, apenas para fechar com a visão luxuosa de um teatro vitoriano. Segundo Solange, o curta “alinha-se com a missão da Saint Heron de reverenciar a criação como vida, a partir da abstração.” Assista abaixo:
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