SPFW: apresentações com viés documental propõem novas formas de acesso

Abertura de bastidores e processos criativos são destaques no segundo dia da semana de moda.


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Um aspecto interessante do formato digital desta edição do SPFW é a ideia de acesso. A ausência de uma plateia com número restrito de convidados aparenta uma suposta democracia de informação que quase sempre morre ao fim de cada transmissão. Tudo bem, existe a interação nos chats e os comentários nas redes sociais. Tem também as minientrevistas após cada apresentação numa espécie de release falado. Ainda assim, o nível de abertura e profundidade de informação disponível ao público não é muito diferente de quando não precisávamos assistir os desfiles dentro de nossas casas.

É importante dizer que não se trata de uma questão exclusiva da moda nacional. Em junho e julho deste ano, as primeiras fashion weeks digitais de Londres, Milão e Paris também passaram por problemáticas semelhantes. Mas com todas as oportunidades tecnológicas disponíveis, soa no mínimo frustrante a reprodução do status quo. Ainda mais em um momento de revisões intensas de valores e práticas.

Pela primeira vez, é possível abrir os processos criativos e de produção, dar acesso irrestrito aos bastidores e proporcionar experiências imersivas para permitir um entendimento mais aprofundado sobre fazer moda. Em outras palavras, é ir além da imagem e aproveitar as atuais limitações para informar e transformar. E isso não tem necessariamente a ver com dinheiro ou recursos ilimitados.


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