Thebe Magugu indica

Entrevistado do Volume 09 da ELLE e um dos estilistas mais talentosos da atualidade, o criador sul-africano conta o que tem chamado sua atenção na fotografia, na arte e na música de seu país natal.


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Quem já leu o Volume 09 da ELLE sabe que uma das principais matérias é uma entrevista com o estilista sul-africano Thebe Magugu, vencedor do prêmio LVMH de 2019 e um dos principais criadores em ascensão no momento. Como bem escreveu Hanayrá Negreiros, “o motivo ultrapassa as qualidades técnicas de corte, costura e alinhamento às demandas de mercado. Tem mais a ver com um processo criativo baseado em memórias e afetividade e, principalmente, no entendimento da moda como uma ferramenta de representação social e documentação cultural para além dos padrões eurocêntricos”.

Nascido em Kimberley, África do Sul, o estilista, de 29 anos, vem de uma família de mulheres fortes. Sua marca homônima, criada em 2016, apresenta cortes assimétricos, tecidos plissados e referências à alfaiataria que buscam reproduzir a autonomia de suas familiares para um público mais amplo. Thebe contou a Hanayrá que, no início de sua carreira, seu sonho era deixar seu país de origem, o que acabou não acontecendo. “E ainda bem”, segundo ele. “Hoje, sou muito grato por isso. Me fez apreciar a minha realidade e cultura de várias maneiras. É disto que se trata a minha marca hoje: pego minha herança, meu passado, e a projeto em um espaço de luxo em que ela nunca foi vista.”

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Look da coleção Genealogia, de Thebe Magugu.Foto: Cortesia Thebe Magugu

Para além da moda, a cena cultura sul-africana é uma potente fonte de inspiração para o designer. “Adoro manter contato com o que está acontecendo em todas as disciplinas, saber quem está fazendo coisas incríveis na arte, na fotografia e na música”, fala. E o que mais chama sua atenção é a leva de profissionais interessadas em estéticas e estilos originais do país. “É um momento muito emocionante, os criativos estão realmente explorando novas maneiras de contar suas histórias. E elas são únicas, são histórias sul-africanas e africanas em geral.”

A seguir Thebe comenta alguns movimentos e criadores que têm chamado sua atenção:

Fotografia

 

 

“Gosto muito de fotógrafas mulheres, mas ultimamente tenho trabalho muito com Kristin Lee. Ela fotografou muitas de minhas campanhas e lookbooks.”

Arte

 

 

“Lamentavelmente, perdemos uma grande artista e amiga minha há pouco, Lunga Ntila. Ela faleceu após levar um tiro. Ela era uma artista plástica realmente fantástica, explorava as margens da feminilidade e conectando isso com as condições de vida das mulheres na África do Sul. Ela estava fazendo um trabalho muito bonito nesse campo.”

Música

 

 

“A música sul-africana está tendo um momento no mundo agora. Existe um gênero chamado AmaPiano, que está tocando sem parar nos clubes de Londres, Nova York e Paris. Há DJs e músicos incríveis focados nesse estilo que estão se saindo muito, muito incríveis nisso.”

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