Transtorno dismórfico corporal: a feiura imaginária que causa sofrimento real
Traumas e pressão psicológica podem ser gatilho para distúrbio psicológico que altera a nossa percepção da própria imagem.
Imagine como seria se toda ida ao banheiro provocasse em você um sofrimento enorme. Seja pela necessidade dolorosa de desviar do espelho para não encarar o próprio rosto, seja por sentir um magnetismo insuportável que lhe faz perder horas encarando um único detalhe do seu corpo por não se conformar com seu formato. Essa é a realidade de 1% a 2% da população devido ao transtorno dismórfico corporal (TDC).
“A pessoa vê uma falha ou valoriza muito uma pequena falha que os outros simplesmente não enxergam”, explica a psicóloga Maria José Azevedo de Brito, uma das autoras do livro Transtorno dismórfico corporal: a mente que mente. “Não é apenas uma vaidade, uma futilidade, uma simples insatisfação com o corpo. Não é isso. É algo muito desconfortável. É uma sensação subjetiva de feiura e inadequação, de ser observada pelos outros, é uma coisa muito forte que causa um sofrimento muito grande”, pontua.
Segundo o cirurgião plástico Alan Landecker, especialista em rinoplastia pela Universidade do Texas e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, um das manifestações mais comuns é o paciente ter um incômodo excessivo em relação a uma assimetria de um milímetro entre as narinas. “Ele chega falando que não aguenta se olhar no espelho, que não sai na rua por esse defeito. É um desconforto desproporcional em relação a um algo mínimo”, comenta.
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