Tudo sobre a nova linha de sapatos PatBO

Dias antes de seu desfile na NYFW, a estilista Patricia Bonaldi conta detalhes sobre o lançamento da linha de sapatos PatBO.


Patricia Bonaldi lança linha de sapatos PatBO.
Foto: Divulgação



“Nunca quis que o sapato fosse só um complemento”, diz Patricia Bonaldi. A partir do próximo dia 28 de outubro, não será mesmo. Em especial para sua empresa. Nessa data, a estilista lança a linha de sapatos PatBO, que chega simultaneamente às 15 lojas físicas da etiqueta no Brasil, às duas nos Estados Unidos e aos e-commerces nacional e internacional.

A empreitada não nasce pequena: a expectativa é que já nos primeiros meses os calçados representem 10% do faturamento da grife. Nos pontos de venda, os novos produtos terão áreas exclusivas, concebidas para proporcionar uma experiência diferenciada. “Vejo o sapato como um negócio dentro do negócio. Ele tem que ter vida própria. Por isso, no futuro próximo, quero ter lojas só de acessórios. É uma visão de business, mas também de identidade criativa”, afirma.

Patricia Bonaldi lança linha de sapatos PatBO.

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Falando em identidade, nos pés ela se traduz em sandálias com saltos em forma de flor de lótus (o novo símbolo iconográfico da marca), plataformas arquitetônicas e modelos de couro e camurça, alguns com superfícies metalizadas ou brilhantes. A cartela de cores vai do preto, branco e bege ao azul, vermelho e dourado. “Mesmo quando o sapato é mais básico, tem sempre um detalhe especial: um salto escultural, um volume inesperado. Ele nunca é 100% simples”, comenta. 

Patricia Bonaldi começou sua carreira na virada do milênio, com vestidos de festa feitos sob encomenda para amigas e conhecidas de Uberlândia, sua cidade natal. Em 2002, ela abriu a marca homônima voltada à moda festa com rico trabalho artesanal. Dez anos depois, veio a PatBO, com propostas mais versáteis e algumas experimentações. O foco, contudo, sempre esteve no vestuário. “Sapato não é como roupa, que você consegue viabilizar com uma boa modelista e uma boa costureira. É preciso conhecimento técnico específico, ter domínio de ergonomia, conforto e conhecer os fornecedores certos”, fala. 

Patricia Bonaldi lança linha de sapatos PatBO.

Foto: Divulgação

O ponto de virada veio quando a estilista conseguiu montar uma equipe de profissionais com passagens por grandes marcas calçadistas brasileiras, já familiarizados com a cadeia produtiva e com a complexidade de um segmento que exige escala e precisão. A fabricação acontece no sul do Brasil, região com tradição no setor. “Foi interessante perceber que muitos concorrentes americanos também produzem lá. Isso me deixou feliz: estamos reforçando a ideia de que o sapato brasileiro tem qualidade internacional”, comenta Patricia.

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de calçados. No entanto, a indústria local enfrenta alguns desafios, especialmente diante das novas tarifas de importação nos Estados Unidos – principal mercado internacional da PatBO. Atualmente a taxa cobrada por itens importados do nosso país é de 50%. “Isso com certeza impacta nossas margens, que não serão as mesmas. Mas não inviabiliza o negócio. A diferença é que precisamos ser ainda mais eficientes no design, na produção, na logística, nos bastidores em geral. Temos que otimizar o processo”, explica. 

Patricia Bonaldi lança linha de sapatos PatBO.

Foto: Divulgação

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Em certa medida, a linha de sapatos PatBO é uma evolução e uma derivação do estilo maximalista pelo qual a marca é conhecida. O objetivo é, ao mesmo tempo, servir melhor a cliente fiel e conquistar outras. “O sapato abre novas portas. Ele pode conquistar mulheres que não usam estampa ou bordado, que talvez nunca tenham comprado uma peça PatBO, mas que se identificam com o design de uma sandália ou de um mule.”

Nos Estados Unidos, onde Patricia já acumula mais de 100 pontos de venda e duas lojas próprias (em Nova York e Miami), esse raciocínio se intensifica. O mercado estadunidense tende a consumir mais peças casuais do que de festa. “Lá, sou desafiada a descer do salto, no sentido de não ficar presa ao vestido de noite. Eles compram mais resort, e o sapato é uma oportunidade de ampliar esse diálogo”, opina ela. “Acredito que é um passo acertado”, talvez literalmente.

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