NYFW: Alexander Wang, verão 2026

Depois de um hiato de sete anos, Alexander Wang está de volta à NYFW para comemorar os 20 anos de sua marca homônima. Sua última apresentação no evento foi em 2018. No fim de 2020 e começo de 2021, o estilista estadunidense foi acusado por onze homens e pessoas trans de abuso sexual e comportamento predatório. Em março daquele ano, divulgou uma retratação pública, pedindo desculpas a quem se sentiu atacado, embora contestasse alguns detalhes das denúncias. Nenhum processo criminal foi aberto contra ele. De lá para cá, a marca apresentou algumas coleções fora do calendário oficial e em outras cidades, como Los Angeles.

Alexander Wang, verão 2026. Foto: Divulgação

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“Provavelmente muitas pessoas acham que eu não mereço estar de volta à indústria da moda, mas eu acredito, mais do que nunca, que estou aqui para criar um impacto positivo”, disse o designer em entrevista ao jornal The Washington Post. O desfile aconteceu em um prédio recém-adquirido por Wang por 9,5 milhões de dólares no bairro de Chinatown, em Nova York. O espaço funcionará como centro comunitário a partir do próximo ano, embora ainda sem detalhes anunciados.

A coleção de verão 2026, chamada de The Matriarch, é dedicada à mãe do estilista e às mulheres de sua vida. O visual é composto de minicomprimentos, tops plastificados e transparentes, vestidos com recortes no quadril e camisas com bojos aplicados para destacar o busto. Golas infladas lembram bóias, enquanto outras se transformam em capuzes que envolvem toda a cabeça. A inovação aparece nos sapatos produzidos em impressora 3D, em parceria com a empresa HILOS. O resultado remete ao estilo que consagrou o estilista nos anos 2010, embora mais distante da atmosfera clubber que marcou sua ascensão.

Alexander Wang, verão 2026. Foto: Divulgação

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Nos últimos anos, Alexander Wang precisou recalcular a rota. Em 2022, recebeu aportes de duas companhias chinesas (Youngor Group e Challenjers Capital) e vendeu participação minoritária da label. Desde então, concentrou esforços no mercado asiático, onde o faturamento cresceu 150% em apenas dois anos, segundo o jornal Jing Daily. Hoje, a marca conta com 33 lojas próprias na China, contra apenas cinco nos Estados Unidos, país onde foi fundada. Seu retorno à NYFW reafirma mais uma virada de rota – e evidencia como a memória do público pode ser curta.