Enfrentamento à crise climática guia a Bienal de Arquitetura de São Paulo

Em cartaz até outubro, 14ª Bienal de Arquitetura de São Paulo conta com mais de 200 projetos brasileiros e internacionais.


Bienal de Arquitetura de São Paulo: vista da Oca, no parque do Ibirapuera.
Bienal de Arquitetura de São Paulo: 14ª edição reúne mais de 200 projetos na Oca, no parque do Ibirapuera. Foto: Rafa D'Andrea / Divulgação



O enfrentamento perante as mudanças climáticas e eventos extremos guia a curadoria da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que abriu as portas nesta quinta (18), na Oca, no Parque do Ibirapuera. Organizada pelo departamento paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IABsp), a exposição foi distribuída em quatro pisos  e apresenta mais de 200 projetos de arquitetura, urbanismo, design e paisagismo de profissionais brasileiros e internacionais.

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Nomeada como Extremos: Arquitetura para um Mundo Quente, a mostra apresenta diversas propostas de materiais naturais. Como exemplo, está a do escritório Guá Arquitetura, feita em parceria com o Atelier Miriti Sustentabilidade. Para a Bienal, eles idealizaram uma estrutura de fibra de miriti, comumente usada na produção de brinquedos. A instalação tem uma espécie de cortina, com 200 talas, além de um painel de papel, produzido pela artesã Nazaré Alvino.

Bienal de Arquitetura de São Paulo: guá arquitetura

Projeto do Guá Arquitetura, feito em parceria com o Atelier Miriti Sustentabilidade. Foto: Manuel Sá / Divulgação

O ateliê Ecosapiens exibe tijolos feitos com cânhamo, cana e coco. Há também a pesquisa de materiais desenvolvida no laboratório Biodesign, do Istituto Europeo di Design (IED) São Paulo, que envolve, entre outros elementos, borra de café, fibra de coco e urucum. O Estúdio Rain apresenta luminárias da série Rícino, feitas em resina vegetal à base do óleo de mamona. A Japan House levou a Paper Log House, uma construção de tubos de papelão criada pelo escritório do arquiteto japonês Shigeru Ban, e a cabana de junco, bambu e corda de sisal do artesão Ikuya Sagara.

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Bienal de Arquitetura de São Paulo: Cambará Instituto.

Instalação OCO, produzida em residência artística do Cambará Instituto com o mestre bambuzeiro e artista Lúcio Ventania. Foto: Diego Xavier / AB Comunicação/ Divulgação

Entre os projetos brasileiros, há também uma instalação de bambu chamada OCO, produzida em residência artística do Cambará Instituto com o mestre bambuzeiro e artista Lúcio Ventania. A peça foi feita após uma imersão envolvendo dez arquitetas negras de diferentes estados. Para esta obra, elas aprenderam a selecionar e trabalhar com o bambu. A estrutura de 6 metros levou também cordões com contas, que foram montados por mulheres idosas em situação de vulnerabilidade, e fazem referência a religiões de matriz africana.

Bienal de Arquitetura de São Paulo

Vista da 14ª Bienal de Arquitetura de São Paulo. Foto: Rafa D'Andrea / Divulgação

O Studio Arthur Casas apresenta projetos que investigam práticas bioclimáticas. O escritório Architects Office expõe a Forest Gens, estudo cartográfico com passagem pela Bienal de Veneza e que apresenta a relação entre a floresta amazônica e as interações humanas. Já a Aflalo/Gasperini expõe o projeto do Salma Tower, que envolve biofilia e bioarquitetura.

Para esta edição, a equipe curatorial – composta por Renato Anelli, Karina de Souza, Marcos Cereto, Clevio Rabelo, Marcella Arruda e Jerá Guarani – propôs reunir inovação, saberes tradicionais e soluções aplicadas em diferentes contextos, além de ações do Estado.

14ª Bienal de Arquitetura de São Paulo: até 19 de outubro no Pavilhão da Oca, no Parque Ibirapuera, na Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n – Portão 2, São Paulo. De terça a domingo, das 10h às 20h. Entrada gratuita. 

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