MFW: Moschino, verão 2026

O bruto, o reutilizado e o reinventado. Essas foram as três palavras escolhidas por Adrian Appiolaza para definir o verão 2026 da Moschino. O estilista argentino segue sua investigação sobre o legado de Franco Moschino, fundador da etiqueta, enquanto adiciona elementos pop ao caldeirão de referências de cada estação.

Moschino, verão 2026. Foto: Divulgação

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Para esta coleção, ele se inspirou na Arte Povera, movimento artístico italiano do fim dos anos 1960, marcado pelo uso de materiais simples e cotidianos. O conceito foi traduzido em moda por meio do upcycling, que deu nova vida a peças e tecidos de estoque morto transformadas em vestidos tomara que caia, saias midi e itens com detalhes metalizados.

Outro caminho foi a utilização de materiais menos prestigiados, como juta, corda e até sacos de batata. Eles aparecem em macacões amplos, sapatos que lembravam espanadores e casacos volumosos compostos de retalhos. As bolsas também eram feitas de objetos do dia a dia, como embalagens de delivery e caixas de tomate. “Na temporada passada, eu estava obcecado com a ideia de precisão. Desta vez não é sobre perfeição, mas sobre transformar nada em alguma coisa”, explica ao WWD.

Moschino, verão 2026. Foto: Divulgação

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Adrian ainda revisitou códigos clássicos da casa italiana: camisetas com smiley, estampas de jornal, efeitos de trompe l’oeil e terninhos cartunescos brancos. A homenagem mais direta, porém, veio na blusa em que se lê “Niente” (nada, em italiano), originalmente apresentada no verão 1992. Agora, a peça integra o projeto eBay Endless Runway, que celebra a ideia de moda circular. Ela será leiloada, com a renda revertida ao Camera della Moda Fashion Trust.