Fendace: como foi o desfile conjunto entre Fendi e Versace
Com casting estrelado, estilistas criaram uma coleção de 25 looks cada para a marca parceira.
Foi durante um jantar na casa de Donatella Versace, em fevereiro, que Kim Jones, Silvia Venturini Fendi e a anfitriã decidiram fazer uma collab. A ideia surgiu como uma celebração de várias coisas: amizade, respeito e admiração mútuos, moda italiana e a vontade de deixar qualquer rivalidade entre duas marcas concorrentes e de grupos diferentes.
O resultado dessa parceria história pode ser visto no último domingo, 26.09, num desfile com um casting estrelado: Naomi Campbell, Amber Valletta, Kate Moss, Shalom Harlow, Karen Elson, Kristen McMenamy, Gigi Hadid, Adut Akech, Emily Ratajkowski, Vittoria Ceretti, Lila Moss Hack.
Na passarela um total de 50 looks – duas coleções com 25 entradas cada – misturavam alguns dos principais elementos das duas etiquetas. Os logos de ambas as marcas, as rendas e couros da Fendi com o os alfinetes e silhueta sexy da Versace e assim por diante. O processo de criação contou com os estilistas mergulhando nos arquivos das grifes parceiras e desenvolvendo peças de acordo com sua visão sobre ela.
No fim, o resultado foi similar àquele visto quando Gucci e Balenciaga hackearam elementos uma das outras – só que numa versão extendida, com mais produtos. Diferentemente daquela parceria, esta se deu entre duas marcas pertencentes a grupos concorrentes (a Fendi é da LVMH e a Versace, da Capri Holding).
Esta não é a primeira vez que duas grandes grifes de luxo se unem para um projeto, linha ou coleção conjunta. Na temporada de verão 2020, Dries Van Noten se juntou a Christian Lacroix e, mais recentemente, Gucci e Balenciaga hackearam elementos uma da outra. Contudo, dado o histórico de extrema competitividade entre marcas italianas e o fato de Fendi e Versace pertencerem a grupos distintos (a primeira é da LVMH e a segunda, da Capri Holding), a collab tem potencial para ser bastante emblemática.
As duas etiquetas estão em momentos de reestruturação: a Versace, comprada por 2.1 bilhões de dólares pela Capri Holding, em 2018, passa por toda uma reorganização interna e reposicionamento e a Fendi tem um novo diretor criativo – o Kim Jones – há pouco mais de um ano meio no cargo, promovendo toda uma reformulação estética e estratégica nos negócios da casa romana. A ação conjunta, então, pode ser vista como uma tentativa de acelerar e dar mais força a tais processos. Porém, sua real eficácia e relevância, no fim, parece resumida a alguns milhares de likes.
Fendi por Versace
Versace por Fendi
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