Casa de Criadores 52: UMS 458, Ken-gá e todos os desfiles do primeiro dia

Começou nessa quarta-feira (12.7) mais uma edição da Casa de Criadores, a principal semana de moda autoral e independente do Brasil. Nesse primeiro dia, no Centro Cultural São Paulo, desfilaram nove marcas. Quem abriu os trabalhos foi a estreante Souje, de Gledison Sousa, trazendo uma interpretação de afrofuturismo alinhada à “estética da favela”, como disse no backstage. Seguindo, a UMS 458 – LL escalou ninguém menos que o Supla para abrir sua apresentação. Os medos e traumas que todos carregam em si são traduzidos na roupa por cores escuras, estampas de fobias e shapes austeros.

A Ken-gá fez uma homenagem à avó de Lívia Barros, uma das estilistas da marca, que morreu em decorrência do Covid, em 2020. Ao lado de Janaína Azevedo, Lívia criou a divertidíssima coleção “Kenganejo”, inspirada no Sabadão Sertanejo que assistiam juntas. Pense em franjas, jeans e peças coladas ao corpo. Na Not Equal, Fábio Costa não só apresentou roupas modulares como mostrou como elas funcionam na passarela, transformando, ao vivo, uma calça em uma jaqueta, por exemplo. “Eu peguei uma coisa ultrafuturista e a construí de forma extremamente manual”, diz.

Já a Plataforma Açu, coletivo que é da mesma escola de Vicenta Perrotta e seu Ateliê Transmoras reaproveita materiais de descarte e reuso. E a Nalimo faz uma reverência aos mais velhos, olhando para o futuro. Em sua roupa, Day Molina incorpora agora também elementos de streetwear, como moletons, ao seu já conhecido minimalismo.

No último bloco, brilharam Dário Mittmann com sua interpretação maximalista do quiet luxury – pois é! – usando estampas e patchworks de denim em sua moda volumosa e de influência gamer. Para a sua segunda participação na Casa de Criadores, Cynthia Mariah joga luz na ancestralidade negra. E a Estúdio Traça, de Gui Amorim, fecha a noite com um desfilasso só de modelos plus e mid size. “Essa temporada para mim é mais focada em pessoas do que em roupa.”