Semana de moda de Milão: Fendi verão 2024

Depois de alguns altos e baixos, ele finalmente encontrou o equilíbrio entre seu próprio estilo e a herança da marca nesta edição de verão 2024 da semana de moda de Milão. É que, assim que assumiu o cargo de diretor criativo da Fendi em 2020, pouco mais de um ano depois da morte de Karl Lagerfeld, pairava uma dúvida se Kim Jones seria o sucessor ideal. Não mais.

Na coleção, o estilista parte do estilo das mulheres romanas, que, segundo o próprio, são elegantes sem ligar para o que as outras pessoas pensam. Mulheres que se vestem para elas mesmas. “Não é sobre o espetáculo de ser olhada, mas a realidade do vestir e a confiança e a sofisticação que vem com ela. Não é sobre ser algo, é sobre ser alguém”, disse Jones, em comunicado à imprensa.

Fendi, verão 2024. Foto: Getty Images

A máxima de que a mulher deve vestir a roupa, e não o contrário, já é debatida há algum tempo. Mais ainda em tempos de individualidade em primeiro lugar. Daí vem os brincões assimétricos, que cobrem a orelha, o ombro despretensiosamente fica nu, os vestidos, que lembram as cores e formas do artista Mondrian, as peças todas bordadas com contas.

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A ideia de individualidade aparece no modo com as peças são usadas – diferentemente do que manda a regra. É uma forma de transmitir rebeldia, vide as camisas brancas ao contrário ou com os botões abertos formando um decotão, os suéteres, que se transformam em tops através de amarrações na frente do peito e nos ombros, e na alfaiataria, que imita o truque de streetwear de virar do avesso o cós da calça. Essas brincadeiras são recriadas de formas sofisticadas, como gosta a cliente da Fendi.

Fendi, verão 2024. Foto: Getty Images

Destaque também pros acessórios que transformam o look e, muitas vezes, também dão esse toque individual ao visual. Por isso, nesta semana de moda de Milão, Silvia Venturini Fendi, herdeira da casa e responsável pela linha de acessórios, também olha para o passado para recriar alguns modelos emblemáticos, como a Peekaboo e a Baguette. Elas surgem em tons contrastantes e tamanhos variados. Se no cenário havia uma bolsa gigante, na coleção, elas eram superpequenininhas. Atenção também paras as luvinhas, que trazem um charme extra ao styling.

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Olhar para o passado tem sido a maneira de Kim Jones referenciar a marca onde trabalha. A paleta de cores, um dos pontos altos do show, vem do verão 1999, criado por Karl Lagerfeld. Códigos da coleção Selleria, uma das mais antigas da Fendi, são transformados em detalhes de metal nas roupas e sapatos ou nas joias criadas por Delfina Delettrez.

A mistura do agora e do que já foi, do feminino e do masculino se unem ao individualismo em uma coleção sofisticada, mas simples, com peças fáceis de usar, combinar e dar seu toque próprio de rebeldia. É sobre isso que o luxo fala, segundo Kim Jones.