LFW: Burberry inverno 2024

Existe um tipo de elegância inglesa que é difícil de descrever em palavras, mas facilmente identificável em imagens. Foi pensando nisso que o diretor de criação Daniel Lee criou seu terceiro desfile para a Burberry, marca conhecida por seus trench coats beges com forro xadrez.

Não foi por acaso que eu comecei falando sobre casacos. Eles são uma parte importante da coleção apresentada nesta segunda-feira, dia 19 de fevereiro, fechando a semana de moda de Londres. Ao som de músicas e depoimentos de Amy Winehouse, cantora londrina país que morreu em 2011, modelos como Agyness Deyn, Karen Elson, Naomi Campbell, Lily Donaldson e Lily Cole – todas elas britânicas – desfilaram elementos emblemáticos da iconografia da Burberry, só que bem longe dos moldes tradicionais. ou seja, não do que jeito que todo mundo já conhece.

Burberry, inverno 2024. Foto: Divulgação

Desde que assumiu a casa, o estilista está nessa missão de recuperar o cool britania, aquele período ali na década de 90 de crescente orgulho na cultura do Reino Unido. E ele quer fazer isso através da moda, então vamos às roupas. Modelos como trench coats ganham versões em couro e com as barras onduladas, doudounes são encurtados e ajustados, jaquetas ganham golas de pelúcia e casaquetos são decorados com pele falsa.

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O verde musgo é o tom que se destaca, remetendo à origem da marca como fornecedora de uniformes para o exército britânico, além de fazer uma conexão com atividades ao ar livre, outro tema da coleção. Daí também vem esse senso de proteção que é bem presente nessa estação, com looks que trazem um ar de conforto e calor.

Burberry, inverno 2024. Foto: Divulgação

Mas nem só de clássicos vive a Burberry de Daniel Lee. Algumas peças, detalhes e até o styling remetem a estilos originalmente ingleses presentes em diversas culturas e subculturas. Os lenços na cabeça, as calças volumosas com zíperes frontais, as golas, barras e mangas franjadas, os tricôs com decote V profundo, os sapatos pesados, os maxicachecois, os chaveirões. Tudo sugere um diálogo entre tradição e modernidade, nobreza e rua, passado e presente.

Para o inverno 2024, existe também uma vontade de resgatar e valorizar a manufatura. São pontos invisíveis em imagens, mas sensíveis no corpo.