Botox preventivo: será que vale a pena investir?

Pessoas cada vez mais jovens estão buscando o botox preventivo com o objetivo de adiar o envelhecimento da pele. Mas quais os efeitos a longo prazo?


Botox preventivo
Foto: Getty Images



Dizem por aí que o segredo para desacelerar o envelhecimento da pele é muita hidratação, filtro solar todos os dias e botox preventivo. O procedimento, que era feito majoritariamente por mulheres acima dos 40 anos, tem se tornado cada vez mais comum para um público quase duas décadas mais jovem. No TikTok, rede social dominada pelas novas gerações, o assunto é um hit e o impacto disso pode ser visto nos consultórios. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o botox é o procedimento mais realizado entre pessoas que têm entre 18 e 30 anos, com um aumento de 300% nos últimos três anos. Números similares aparecem em pesquisas realizadas pela American Society of Plastic Surgeons, que revelaram que, em 2020, 811 mil procedimentos com toxina botulínica foram realizados em pessoas com menos de 30 anos nos Estados Unidos – aproximadamente 18% do número total. 

Apesar da popularidade crescente, muitos ainda questionam se o botox preventivo realmente faz diferença na pele a longo prazo e se o investimento vale a pena. Para entender um pouco mais sobre o procedimento e quais os seus reais benefícios, recorremos aos últimos estudos divulgados e conversamos com a dermatologista Malu Barros

Como funciona o botox preventivo? 

Botox é o nome comercial da toxina botulínica que, desde 2002, é usada para funções estéticas, sendo a mais comum para amenizar rugas e linhas finas. “Ela é injetada em locais estratégicos do rosto para bloquear a contração dos músculos chamados depressores. A aplicação é geralmente feita na região entre as sobrancelhas, na porção superior do rosto (onde se formam os “pés de galinha”) e no contorno mandibular”, explica Malu. 

A aplicação mais popular acontece após o aparecimento das rugas, como um tratamento. O botox preventivo, por sua vez, tem como objetivo a prevenção, agindo nas regiões onde as linhas geralmente se concentram antes mesmo de aparecerem. “A orientação mais comum é começar a fazer o procedimento por volta dos 25 anos, com retoques entre quatro e seis meses. Isso faz com que o envelhecimento demore mais para acontecer e, quando ele acontece, vem de forma mais suave”, conta Malu. 

Um estudo clínico, publicado em 2006, observou duas irmãs gêmeas durante 13 anos. Uma delas recebeu aplicações de botox preventivo de duas a três vezes por ano, enquanto a outra fez o procedimento apenas duas vezes durante todo este tempo. Ao comparar o envelhecimento da pele de ambas, os pesquisadores concluíram que “o tratamento prolongado com botox pode prevenir o desenvolvimento de linhas faciais marcadas que são visíveis em repouso. O tratamento com botox também pode reduzir as linhas de expressão ao redor dos olhos”. 

Botox preventivo

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Quais os problemas do botox preventivo? 

Uma das questões mais frequentes acerca do botox preventivo é se o organismo pode se tornar resistente à substância, fazendo com que ela deixe de ser eficaz ou que seus efeitos desapareçam mais rapidamente. De acordo com Malu, isso pode sim acontecer. “Já tive pacientes que, depois de alguns anos fazendo as aplicações, elas  começaram a ser menos eficazes, mas também existem casos de quem não tem resultados nem na primeira aplicação. Não tem como saber a reação de cada organismo”. 

Então, se o botox dura cerca de seis meses, isso significa que, uma vez que ele pare de fazer efeito, as rugas vão aparecer como se eu nunca tivesse aplicado nada no rosto? De acordo com o estudo apresentado, parar de fazer as aplicações significa a volta dos movimentos dos músculos, fazendo com que as linhas de expressão comecem a aparecer. Contudo, aquelas linhas estáticas, que vão sendo criadas com os movimentos repetidos da face ao longo do tempo e que aparecem mesmo quando não estamos mexendo o rosto, serão muito mais suaves. 

Quais cuidados devo tomar ao fazer o botox preventivo? 

Em primeiro lugar, como todo procedimento estético, é importante encontrar bons médicos que vão fazer a administração adequada da substância, aplicando nas regiões corretas do rosto. “É importante também não exagerar na quantidade e respeitar a frequência de manutenção indicada pelos fabricantes”, alerta Malu. Ou seja, nada de marcar consultas mensais para retocar o botox. 

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