ELLE Testa: laser ADVA, que promete aliviar peles com acne e rosácea
Laser dinamaquês, o ADVA oferece ação anti-inflamatória que propõe tratar diferentes casos clínicos. Aqui, repórter da ELLE mostra seus resultados em relação à acne.
Enquanto jornalista, a conversa com especialistas para a realização de reportagens é um hábito corriqueiro. Dentro da beleza, dermatologistas estão entre as principais fontes de informação. Então me peguei curiosa quando, entre uma conversa e outra com diferentes médicos, escutei sobre um laser dinamarquês recém-chegado ao Brasil. Fontes de antes e depois mostravam resultados surpreendentes em casos severos de acne ou rosácea, atenuados de forma significativa após uma pequena quantidade de sessões.
Apesar de ter uma pulga atrás da orelha, como qualquer jornalista ambientada com este mercado recheado de promessas mil (e todas “imperdíveis”), resolvi colocar à risca o tratamento, nomeado ADVA Light. Eu havia acabado de passar por uma crise de acne da mulher adulta, controlada com medicamento oral, mas ainda me incomodavam as manchas vermelhas pós-lesão, que permaneciam intactas meses após a inflamação original.
Mas o que é ADVA laser?
Desenvolvido ao longo de 17 anos, o ADVA é um laser híbrido que apresenta dois tipos de comprimento de ondas: o 589 nanômetros, que emite uma luz amarela e atua precisamente nos tratamentos vasculares (os famosos vasinhos) e em pontos vermelhos (onde há muita hemoglobina), e o 1319mn, considerado uma referência para o rejuvenescimento da pele. Os comprimentos podem ser usados separadamente para oferecer a atuação específica indicada, ou usados em conjunto para uma ação sinérgica.
Foto: Divulgação/ADVAtx
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Em conjunto, estes dois comprimentos de onda oferecem ação anti-inflamatória que atua no tratamento tipos de quadros e queixas, com destaque para destaque para a acne, a hiperpigmentação, cicatrizes e rejuvenescimento.
“Para oferecer o rejuvenescimento da pele, este laser precisa promover a produção do colágeno. E ele faz isso a partir de uma afinidade dos comprimentos de ondas com a água presente em nosso corpo, conseguindo assim agir sobre as células. E, no caso específico da acne, este efeito sobre água acaba por oferecer também uma atrofia das glândulas sebáceas”, explica a dermatologista Camilla Oliari, da clínica Renoà, em São Paulo.
“Isso arrecata numa menor produção do sebo e na redução dos poros, que existem em qualquer pele, mas quando grandes, indicam a existência de glândulas sebáceas dilatadas”, continua a médica, que encara o laser ADVA como uma forma de tratamento para a condição, e não apenas um alívio estético, uma vez atua em um dos mecanismos da acne.
Dosando expectativas
É preciso entender que o laser não é uma solução única. Foto: Getty Images
Ainda que a dermatologista o considere um tipo de tratamento, ela defende que o ADVA não deve ser usado como monoterapia. “A acne é uma doença multifatorial, que envolve a microbiota da pele, processos inflamatórios, e, no caso das mulheres, a flutuação hormonal, que pode afetar o mecanismo das glândulas sebáceas. Então tudo isso precisa ser considerado e associações devem ser feitas para evitar por completo lesões novas”, comenta ela.
“No entanto, não o encaro como um tratamento paliativo, que apenas atenua o quadro como já está e que precisa ser repetido após cada ‘crise’, uma vez ele que oferece resultados a curto, médio e longo prazo.” Tais resultados podem ser percebidos, em média, a partir de três a quatro sessões, mas o número exato depende de cada caso e só pode ser definido em consulta médica.
O alto custo do equipamento do ADVA, que pode chegar a um milhão de reais para os profissionais que desejam adquiri-lo, implica também num maior investimento por parte do paciente: cada sessão custa entre 3 a 4 mil reais, a depender da clínica. Para melhores resultados, o intervalo indicado entre as sessões deve ser de até 30 dias.
Durante e após a sessão
É verdade que eu tenho uma alta tolerância à dor. Se um procedimento incomoda demais, eu só respiro fundo e devagar, e sigo. No entanto, acredito que não atenuando a situação estou digo que o ADVA é laser livre de dores, choques ou grandes incômodos.
O procedimento é simples: começa com a limpeza da pele, seguido pela aplicação de um gel condutor, que guia a primeira etapa, onde é emitida uma luz amarela (o comprimento de onda 589 nm responsável pelas atuações sobre vasos). Durante este proceso, pode ser que surja uma vermelhidão temporária no rosto devido à fricção da ponteira do laser sobre o gel de contato no rosto. Mas ela logo some, e ao final do sessão quase não é percebida.
Foto imediata pós-sessão. Downtime permite seguir normalmente com a rotina. Foto: Chames Oliveira
Para a segunda etapa, focada na firmeza e textura da pele, o gel é removido e pode ser que o médico opte pelo auxílio de um pequeno ventilador para camuflar a sensação de calor promovida pela ponteira usada neste passo. Particularmente, me incomodava mais o efeito do vento geladinho sobre o rosto do que o calor da ponteira, então nas últimas duas sessões optei por seguir sem a ajuda do utensílio. Ao todo, o procedimento dura em torno de 30 minutos.
Resultados finais
Como comentado, minha principal atração ao ADVA era sua possibilidade de reduzir os pontos avermelhados mantidos no rosto após a ocorrência da acne inflamada. E, para poder fazer uma análise justa, continuei minha medicação oral e evitei durante os meses de tratamento, com três sessões totais, qualquer produto com ação clareadora (ácidos, vitamina C e muito mais) e mantive uma rotina básica de limpeza, hidratação e proteção solar.
No entanto, meu atraso entre a primeira e segunda sessão, com um intervalo de cinco meses (muito além dos 30 dias de pausa indicados), impediram que eu pudesse alcançar o resultado mais potente.
Antes da primeira sessão do ADVA laser. Foto: Chames Oliveira
Um mês após três sessões do ADVA laser. Foto: Chames Oliveira
Ao final de todo o processo, o relapso não impediu, contudo, uma atenuação bastante considerável dos eritemas (como são chamadas as “manchinhas” vermelhas), principalmente no lado esquerdo do meu rosto, onde eram mais evidentes.
No lado direito também é possível observar uma melhora das áreas escurecidas, apesar de pequenas inflamações ativas durante a fotografia confundirem o olhar.
Aliás, este é outro ponto positivo que notei com o processo: as espinhas, sim, ainda surgem hora ou outra, mas sempre pequenas e menos inflamadas, sem gerar incômodos e dores, evitando assim, o resquício de (uma nova) vermelhidão.
A experiência positiva só é minguada pelo valor do procedimento. O alto custo pode fazer com que os resultados alcançados, ainda que bem-sucedidos, não sejam considerados equivalentes ao investimento realizado. Com sessões que, em conjunto, podem valer mais de 10 mil reais, há quem possa desejar um sucesso mais promissor e definitivo, uma fórmula milagrosa. Mas isso, de fato, não existe. Na acne, ele é apenas parte de uma grande equação.
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