Ai Weiwei lança livro de memórias

Em "Mil anos de alegrias e tristezas", artista chinês fala sobre família, resistência e política.


Foto: Adam Berry/Getty Images



Pela primeira vez, Ai Weiwei revisita sua trajetória. Em Mil anos de alegrias e tristezas (Companhia das Letras), que chega nesta sexta-feira (03.02) às livrarias brasileiras, o mais conhecido artista chinês da atualidade repassa também a história recente de seus país – uma referência aos mil anos do título.

Ai Weiwei teve suas esculturas e instalações vistas no mundo todo – em 2018, trouxe sua maior exposição individual ao Brasil, com obras criadas em sua imersão no país. Foi o assessor artístico na construção do Ninho de Pássaro (Estádio Nacional de Pequim), palco para os Jogos Olímpicos de Pequim de 2008. Voz crítica sobre a postura deficitária da China em relação à liberdade de expressão e aos direitos humanos, foi preso em 2011 pelo governo local e passou 81 dias detido. 




Na infância, foi exilado com sua família após seu pai, o poeta chinês Ai Qing, criticar o governo de Mao Tsé-Tung, durante a Revolução Cultural (1966-76). Ai Qing e os filhos foram enviados para campos de trabalho em uma região desértica na China. Com o fim da Revolução Cultural, o futuro artista foi com a família a Pequim, onde estudou cinema. Nos anos 80, imigrou para os Estados Unidos, onde desenvolveu parte de sua obra.

Ai Weiwei conta que a ideia do livro surgiu nos dias em que esteve detido e com a perspectiva de passar 30 anos preso. Ele lembra que nunca havia feito uma única pergunta ao pai, que também foi detido pelo governo chinês, e decidiu contar sobre sua trajetória ao filho, a fim de evitar que ele passasse pela mesma experiência.  

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