Do Monobloco a Maurício Pereira, as atrações musicais da MatinELLE

Na contagem regressiva para a matinê da ELLE Brasil, batemos um papo com os artistas que vão se apresentar na nossa festa de Carnaval.


As atrações musicais do MatinELLE



A ELLE invade o salão neste domingo (16.02), com sua primeiríssima festa de Carnaval. Resgatando a atmosfera de folia de outras décadas, a MatinELLE ocupará a União Fraterna, no bairro da Lapa, em São Paulo, com um line-up de peso, em que as atrações musicais se completam, com boa música festa adentro. 

A começar pelo Monobloco, grupo que usa a formação percussiva das escolas de samba para interpretar um repertório amplo da música brasileira – de Tim Maia a Paralamas do Sucesso. Já o cantor e compositor Maurício Pereira faz o movimento inverso: acompanhado de uma banda com formação pop, interpreta as marchinhas clássicas. O Cornucópia Desvairada, fanfarra com sopros e percussão, aposta em arranjos 100% instrumentais. E o DJ Zé Pedro oferece uma discotecagem baseada em releituras eletrônicas de sucessos brasileiros para todo mundo cantar junto.

Na contagem regressiva para a festa, batemos um papo com os artistas para conhecer um pouco mais da história de cada um deles e saber o que estão preparando para o MatinELLE.

LEIA MAIS: Festa de Carnaval 2025: conheça as atrações da MatinELLE

Carolina Janny

Foto: Carolina Janny

Cornucópia Desvairada

A Cornucópia é um vaso em forma de chifre e, na mitologia grega, um símbolo de abundância e diversidade. A imagem ajuda a explicar a proposta da fanfarra Cornucópia Desvairada, projeto que surgiu em 2018.

O repertório contempla os mais diversos gêneros da música brasileira: do frevo ao samba, do forró ao carimbó, do axé ao funk, do maracatu ao ska. Os arranjos são todos instrumentais e o grupo prefere apostar em músicas nem tão conhecidas do público. “O repertório é focado em música brasileira não muito ‘lado A’. A gente sentia falta de músicas diferentes no Carnaval”, diz Danilo Custô, fundador e saxofonista da banda.

De Caetano Veloso, por exemplo, eles pinçam a faixa “Irene”, de 1969. E essa escolha guarda uma história curiosa. “A gente ensaiava em uma praça no Centro de São Paulo e, uma vez, uma vizinha chamada Irene apareceu ensandecida, falando que a gente fazia da quarta-feira dela um caos”, lembra o músico. “Mudamos de lugar de ensaio e acabamos tocando essa música em homenagem a ela, já que a letra fala: ‘quero ver Irene dar sua risada’.”

Ze Pedro Carmen Miranda Bobo Wolfenson 1

Foto: Bob Wolfenson


DJ Zé Pedro

A carne de Zé Pedro, como diz a música “Swing de Campo Grande” (1972), dos Novos Baianos, definitivamente é de Carnaval. “A festa está diretamente ligada à história da música brasileira, que é minha paixão desde criança”, comenta. “Essa minha imagem espalhafatosa, inspirada nos meus ídolos Elke Maravilha, Chacrinha e Ney Matogrosso, está muito ligada à exuberância e alegria. É também por isso que eu sempre trabalho no Carnaval: já fiz desde camarote no Sambódromo até festas particulares.”

A receita para um repertório animado não tem erro: DJ requisitado desde os anos 90, ele se consagrou por tocar versões eletrônicas de autoria própria para clássicos da música brasileira. “É uma característica do meu trabalho, resgatar o passado e apontar para o futuro. Não toco nada cabeçudo ou hermético: são as músicas que todo mundo conhece, mas com uma roupagem pessoal: as batidas eletrônicas que são a minha assinatura”, explica. “Isso traz uma modernidade e também evita um crash que eventualmente possa haver quando a programação também tem bandas ao vivo, como é o caso da MatinELLE”.

WhatsApp Image 2025 02 12 at 19.42.00

Foto: Divulgação

Maurício Pereira

Um dos nomes mais importantes da vanguarda musical brasileira dos anos 1980 e 90, Maurício Pereira também dedica-se a ser intérprete de marchinhas clássicas de Carnaval há cerca de 25 anos. “Hoje, a banda é uma junção de músicos sessentões que reverenciam grandes compositores como Braguinha, Lamartine Babo, Noel Rosa e Mário Lago”, diz o artista. “É um projeto que vem muito mais pela via do afeto do que por uma busca autoral.”

Sucessos atemporais como “Bandeira branca” e “Alah-lah-ô” são presenças certas no set list. “A gente faz como se fazia antigamente: começa com ‘Abre-alas’ e segue tocando sem parar até o fim”, explica.

Se a tradição orienta o repertório e a dinâmica da apresentação, a formação instrumental tem um ingrediente subversivo. “A gente ouvia Beatles e Rolling Stones, então a banda é composta por baixo, bateria, piano elétrico, guitarra, guitarra baiana e trompetes. Tocamos como uma banda de pop-rock”, observa. “No começo, nosso público era de velhinhos e crianças. Acho que os pais deixavam os filhos com os avós e saíam para curtir. Atualmente, não. Com essa explosão do Carnaval de São Paulo, nosso público rejuvenesceu.”

Monobloco Dublin24@ patiguimaraes37

Foto: Pat Guimarães

Monobloco

O grupo Monobloco, a princípio, era uma extensão carnavalesca da banda Pedro Luís e a Parede. “Em 1999, começamos a experimentar umas oficinas de percussão com os instrumentos de escola de samba adaptados às minhas canções autorais. Durante o ano 2000, essas oficinas se intensificaram e fizemos o nosso primeiro desfile no ano seguinte”, lembra Pedro Luís. A Parede abastecia o Monobloco com seu repertório, seus músicos e até o público. “As pessoas que foram ver o Monobloco no seu nascedouro eram fãs da PLAP”.

Com o passar dos anos, o que era um projeto paralelo se tornou a frente principal de trabalho. Atualmente, a PLAP não existe mais e o bloco segue firme com uma trajetória de 25 anos e uma agenda de mais de 100 shows por ano. “O Monobloco é uma criatura insolente com seu criador”, brinca o compositor. “É um projeto que se espraiou e deixou de ser sazonal – nosso Carnaval agora é no ano inteiro.”

O repertório contempla composições de Pedro Luís e versões para músicas de artistas diversos da música brasileira – de Jorge Ben ao O Rappa, de Alceu Valença a Zeca Pagodinho. Além do naipe de percussão, o grupo se apresenta com guitarra, baixo e cavaquinho elétrico. “Mas quem manda é a batucada”, enfatiza Pedro Luís. “É o instrumental das escolas de samba contemplando toda diversidade da música brasileira.”

A MatinELLE é apresentada por Bradesco, com patrocínio de Needs, Renner, e apoio de LIVO, Blue Moon, Avatim e Santa Lolla.

LEIA MAIS: Playlist no ar: marchinhas de Carnaval para você se jogar no clima da MatinELLE!

Para ler conteúdos exclusivos e multimídia, assine a ELLE View, nossa revista digital mensal para assinantes