Cinco destaques do circuito em torno da SP-Arte

Museus, galerias, instituições, espaços independentes. A SP–Arte (29 de março a 2 de abril) volta ao Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, com o crescimento de 30% do setor de design em relação à edição passada (são 45 expositores). Aproveitando a movimentação da cidade dinamizada pela feira, o circuito de arte reserva para este período algumas das melhores exposições, debates e lançamentos do ano. Confira alguns dos eventos de destaque dentro da intensiva programação:

Regina Parra Julia Thompson

EXPOSIÇÃO: Pagã, de Regina Parra, na Estação Pinacoteca
Corpo feminino, prazer, liberdade, insubordinação… Poética e política, a exposição Pagã, de Regina Parra, transforma o segundo andar da Pina Estação em espaço cênico. A artista, que já teve seus trabalhos expostos em instituições como Pablo Atchugarry Art Center (Miami) e PAC_Padiglione d’Arte Contemporanea (Milão), convida o público a acompanhar uma mulher em sua jornada de reconhecimento do próprio corpo e de si. Com curadoria de Ana Maria Maia, a mostra também conta com apresentações performáticas, a primeira delas em 1 de abril, às 12h e às 15h, dia da abertura da mostra.

O intercâmbio entre Marilia Razuk e Herlitzka & Co Divulgação

ROTEIRO: Circuito Condo 2023
No Condo, projeto que acontece anualmente em cidades como Londres e Nova York, algumas das principais galerias da cidade atuam como anfitriãs de galerias internacionais para exposições conjuntas. Nesta edição em São Paulo, A Gentil Carioca recebe a Galería Isla Flotante (Porto); a Central Galeria recebe Lovay Fine Art (Genebra); a Fortes D’aloia & Gabriel recebe greengrassi (Londres); a Galeria Jaqueline Martins recebe KOW (Berlim); a Galeria Marilia Razuk recebe Herlitzka & Co. (Nova York); a Galeria Marli Matsumoto recebe Cosmocosa (Buenos Aires ); e o Projeto Vênus recebe LA MAISON DE RENDEZ-VOUS (Bruxelas). Vale a pena fazer um mapinha e percorrer uma por uma.

A casa projetada por Flavio de Carvalho Divulgação

NOVO ESPAÇO: Casa SP–Arte
Além de feiras que acontecem duas vezes ao ano (além desta edição em abril, uma segunda, ARCA, ocorre em agosto/setembro), a SP–Arte passa a assinar também um espaço permanente para exposições, debates e eventos nos Jardins. Ocupando a chamada casa-óvni, projetada por Flávio de Carvalho na década de 1930, o espaço foi inaugurado no último dia 18 de março com Hélio Oiticica: mundo-labirinto, exposição reunindo obras de diferentes fases do artista (1937-1980), em parceria com a galeria Gomide&Co.

LANÇAMENTO: Eco-Lógicas Latinas
Publicação trilíngue com edição luxuosa, Eco-Lógicas Latinas (ACT Editora; R$ 200, 232 págs.) propõe uma cartografia de artistas e projetos latino-americanos que transitam entre arte, ecologia e ciência. O livro inclui, por exemplo, o trabalho pós-apocalíptico do artista argentino Adrián Villar Rojas, com instalações como Mi familia muerta (2009) e projeto Botannica Tirannica (2022), exibido pela artista Giselle Beiguelman, no Museu Judaico, no ano passado. Também são apresentadas iniciativas como o Museo del Hongo, espaço chileno focado em explorar o universo dos fungos.

EXPOSIÇÃO: MAHKU: Mirações, no Masp
Fundado em 2013, MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin) é um coletivo de artistas baseado entre o município de Jordão e a Terra Indígena Kaxinawá, no estado do Acre. Com 108 trabalhos, entre pinturas, desenhos e esculturas, a exposição curada por Adriano Pedrosa marca os dez anos do grupo, que começou realizando oficinas para registrar em desenho seus cantos, mitos e práticas comunitárias. Muitas das obras apresentadas no museu partem das práticas e cantos que acompanham os rituais de ayahuasca. Denominadas “mirações”, as experiências visuais provocadas pela bebida dão título à exposição.

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