Premiado, “No ritmo do coração” leva surdez às telas

Vencedor das categorias de melhor filme pelo público e pelo júri em Sundance neste ano, longa estreia nos cinemas brasileiros; conversamos com a diretora, também roteirista de "Orange is the new black".


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Quando começou a escrever o roteiro de No ritmo do coração – remake do longa francês La famille bélier –, a diretora Siân Heder decidiu que aprenderia a língua de sinais. Isso porque a protagonista Ruby (Emilia Jones) é uma adolescente Coda (sigla para Child of Deaf Adults, ou seja, filha de pais surdos). Ruby é convidada a estudar música na faculdade – sua paixão é cantar –, mas se vê em um dilema, porque é a intérprete dos pais e teria de mudar de cidade.

Roteirista da série Orange is the new black, Siân também decidiu que os personagens surdos seriam interpretados por atores com deficiência auditiva. “A surdez não é um figurino que se veste”, resume à ELLE. Foi preciso ter intérpretes na equipe e traduzir boa parte do roteiro para a língua de sinais.


No Ritmo do Coração | Trailer Legendado

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O trabalho minucioso colheu frutos em Sundance este ano: a comédia dramática ganhou os prêmios de melhor filme pelo público e pelo júri. Foi disputado por Amazon, Netflix e Apple TV+, que ganhou a disputa ao pagar pelo longa o valor mais alto já negociado em Sundance (25 milhões de dólares). No Brasil, o filme não será lançado na plataforma ainda, mas chega aos cinemas nacionais nesta quinta-feira (23.09), via Diamond Filmes.

“Em todos os debates que temos hoje sobre gênero, raça, sexualidade e inclusão, a deficiência foi deixada de lado. Existe uma riqueza de histórias nessas comunidades que precisa ser contada. Espero que o filme abra portas e que Hollywood acorde para o fato de que essa mudança precisa acontecer”, diz Siân.

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Foto: Divulgação

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