Os filmes que você não pode perder na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo

"Ainda estou aqui", de Walter Salles, e "Maria Callas", com Angelina Jolie, estão entre os destaques do festival.


Fernanda Torres em cena de "Ainda estou aqui", destaque da Mostra Internacional de Cinema em São Pauo
Fernanda Torres em Ainda estou aqui Foto: Divulgação



Com Angelina Jolie no papel principal, Maria Callas abre nesta quarta-feira (16.10), em sessão para convidados, a 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

O longa, dirigido pelo chileno Pablo Larraín (Jackie, de 2016, e Spencer, de 2021), fez sua estreia mundial no Festival de Veneza, em setembro. Como sempre, o cineasta não busca fazer um retrato realista e mostra sua versão sobre os últimos dias da diva da ópera, na Paris dos anos 1970, apoiando-se principalmente na atmosfera do mundo particular da soprano.

No longa, uma das mulheres mais famosas da história vive cercada apenas por seu mordomo (interpretado por Pierfrancesco Favino, de O traidor), sua cozinheira (Alba Rohrwacher, de A amiga genial) e assombrada pela perda da voz, o vício em substâncias e as memórias do seu grande amor, Aristóteles Onassis – que a deixou para se casar com Jacqueline Kennedy. O filme tem exibições para o público nos dias 18, 23 e 27.10.

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Durante quase duas semanas, entre 17 e 30.10, além de alguns dias de repescagem, a Mostra apresentará mais de 400 filmes de 82 países. São muitas as atrações, incluindo a 1ª Mostrinha, com produções para as crianças. O evento termina em grande estilo com a presença de Francis Ford Coppola, que vem apresentar seu Megalópolis, estrelado por Adam Driver e exibido em competição no último Festival de Cannes.

A seguir, as produções imperdíveis do festival, comandado por Renata Almeida:

Ainda estou aqui, de Walter Salles

É raro o filme mais aguardado da Mostra ser brasileiro. Mas o drama que marca a volta de Walter Salles ao cinema de ficção depois de 12 anos vem conquistando elogios e derramando lágrimas desde sua estreia no Festival de Veneza, em setembro, de onde saiu com o prêmio de roteiro. São Paulo é a primeira parada do candidato brasileiro ao Oscar internacional depois de Salvador, onde ele foi exibido para cumprir as exigências da Academia. Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice, interpretada por Fernanda Torres, o longa mostra a vida dela antes e depois do desaparecimento do marido Rubens Paiva (Selton Mello) pelas mãos da ditadura militar. 

Ainda estou aqui tem sessões nos dias 18 e 19. Se não conseguir ingresso, não se estresse muito: o filme estreia em circuito no dia 7 de novembro.

O longa de Salles é apenas um dos mais de 80 títulos de uma safra brasileira muito boa presente na Mostra. Manas (sessões dias 19 e 25), primeiro longa de ficção de Marianna Brennand, levou o prêmio principal da Jornada dos Autores, principal mostra paralela de Veneza. O longa expõe a dura realidade de Marcielle (a ótima estreante Jamilli Correa), encurralada entre duas formas de abuso, na Ilha do Marajó (PA). 

Enterre seus mortos (sessões dias 22 e 24) é o novo de Marco Dutra (As boas maneiras, de 2017), também estrelado por Selton Mello, além de Marjorie Estiano e Betty Faria. Exibido no Festival de Londres, traz dois personagens cuja função é recolher animais mortos na estrada em uma pequena cidade. 

Baby (sessões dias 24 e 26), dirigido por Marcelo Caetano, deu o prêmio de ator em ascensão na Semana da Crítica em Cannes a Ricardo Teodoro. Ele é um homem maduro que acolhe Wellington, apelidado Baby, um adolescente recém-libertado do centro de detenção para menores.



Anora, de Sean Baker

O vencedor da Palma de Ouro em Cannes até parece uma história de Cinderela sobre Ani (Mikey Madison, de Era uma vez… em Hollywood), trabalhadora do sexo em um clube de strip-tease. Por saber falar russo, ela conhece Ivan (Mark Eydelshteyn), filho de um magnata do país, e os dois embarcam em uma jornada tão maluca quanto engraçada que os leva ao altar. Só que os pais do rapaz descobrem e não ficam nada felizes em ter Ani como nora, mandando três capangas para lidar com o assunto. A exemplo de seus filmes anteriores, como Projeto Flórida (2017), o diretor estadunidense usa um pouco de humor e muita empatia para falar do lado obscuro de seu país e da falácia do “sonho americano”, buscando sempre não estigmatizar o trabalho sexual. É um dos principais candidatos ao Oscar do ano que vem. Sessões dias 19, 21, 25 e 29.

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The Brutalist 2

Foto: Divulgação

O brutalista, de Brady Corbet

Outro favorito ao Oscar desde que ganhou os prêmios da crítica e de direção em Veneza, o terceiro longa de Corbet (Vox Lux: O preço da fama, de 2018) conta a história do arquiteto judeu László Tóth, que migra para os Estados Unidos em 1947, sem saber do paradeiro da mulher, e enfrenta a pobreza como imigrante até conseguir um contrato que promete mudar sua vida. Com 3 horas e 35 minutos de duração, incluindo um intervalo como nas peças de teatro, o filme reproduz em imagens o caos, o trauma e a humilhação na vida de Tóth, um gênio separado de sua mulher, sua arte e de um futuro brilhante por causa do Holocausto. Sessões dias 21 e 26.

Pequenas coisas como estas, de Tim Mielants

Baseado no livro de Claire Keegan inspirado nos casos reais das Lavanderias de Madalena, na Irlanda, o longa traz Cillian Murphy (Oppenheimer) no papel de um vendedor de carvão e pai de cinco filhas que descobre um segredo horrível ao entregar sua mercadoria no convento local, na década de 1980. O filme, exibido em competição no Festival de Berlim, em fevereiro, levou o prêmio de atuação coadjuvante para Emily Watson (Ondas do destino). Sessões dias 17, 18, 22 e 25. 

Tudo que imaginamos como luz, de Payal Kapadia

Tendo a Índia como foco nesta edição, a Mostra apresenta 30 produções do país. Há desde filmes antigos, como as sete obras do maior nome do cinema indiano, Satyajit Ray, que também assina o desenho que ilustra o cartaz da 48ª edição, até novos nomes, como Payal Kapadia, a diretora que levou o Grande Prêmio do Júri em Cannes com seu segundo longa-metragem. Tudo que imaginamos como luz mostra com sensibilidade e delicadeza a rotina de mulheres da classe trabalhadora em Mumbai, lidando com amizade, esperança e corações partidos. Sessões dias 17, 19, 24, 26 e 30.

48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo: de 17 a 30 de outubro. Clique aqui para ver a programação completa.

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