App reativa grafites apagados pelo tempo em SP

A primeira edição do Fest.Ar reúne trabalhos de artistas que marcaram as últimas quatro décadas da arte de rua paulistana


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De um jeito ou de outro, a arte resiste. Apagada dos muros da cidade, ela se reinventa digitalmente: o festival Fest.AR – Graffitis Apagados de São PauloFest.AR – Graffitis Apagados de São Paulo promove um circuito virtual no centro da capital e arredores que resgata obras desgastadas pelo tempo, em realidade aumentada.

A tecnologia, acessada por meio do aplicativo gratuito do Fest.AR (disponível na App Store e no Google Play), permite que os visitantes vejam as artes – entre elas, grafites, lambe-lambes, serigrafias e estêncis – que, parcial ou totalmente apagadas, já não se encontram mais nos lugares. Com uma ferramenta de geolocalização, o app indica os locais das antigas obras, todas num trajeto a pé entre Rua da Consolação, Avenida Paulista e ruas do centro da capital paulistana. Direcionando o celular para a área marcada, é possível visualizar a arte que ali esteve e ainda fotografar e filmar, participando do cenário.

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Lembranças de uma doce primavera (2014), trabalho de Nove que pode ser revisitado na Rua da Consolação, 2514 Foto: Divulgação/Fest.AR

Apesar da mostra terminar oficialmente no dia 28 de dezembro, o aplicativo ficará disponível durante o ano todo de 2021. Para quem não quiser sair de casa, é possível também conferir as obras pelo aplicativo.

A Fest.AR traz trabalhos de 13 artistas, como Nina Pandolfo, a dupla 6emeia, Nove, Subtu, Bueno Caos, Jaime Prades, Mauro Neri e outros nomes que marcaram as últimas quatro décadas da arte de rua paulistana. “O processo curatorial buscou a valorização e a reunião das diferentes linguagens da arte urbana de São Paulo, que consistem em um patrimônio histórico do município, promovendo um diálogo da cultura com a população e com a própria cidade”, explica Vera Santana, cocuradora do festival e que também coordenou o trabalho de pesquisa histórica e imagética da mostra. “O festival inclui a efemeridade da arte urbana como marco da característica cultural de São Paulo”, diz Giovanna Graziosi Casimiro, idealizadora do festival e artista multimídia. “Tanto o estudo quanto o resgate da memória só puderam ser realizados trazendo a tecnologia como aliada neste trabalho”, completa.

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