Os hits de “I wanna dance with somebody: A história de Whitney Houston”

Filme sobre a história da cantora tem seus melhores momentos quando deixa a música falar; listamos os principais.


Copia de DF
Divulgação



Whitney Houston ficou em segundo lugar, atrás apenas de sua tia de coração Aretha Franklin, na recente lista dos 200 maiores cantores da história, que a revista Rolling Stone publicou neste mês de janeiro. Merecidamente. Agora, sua história pode ser vista na tela grande em I wanna dance with somebody: A história de Whitney Houston, dirigido por Kasi Lemmons (Harriet), que chega nesta quinta-feira (12.01) aos cinemas brasileiros.

O filme escrito por Anthony McCarten (A Teoria de tudo, Dois papas) tenta dar conta de quase toda a vida da cantora, interpretada pela inglesa Naomie Ackie, de Star wars: Episódio 9 – A ascensão Skywalker e vencedora do BAFTA pela série The end of the f…ing world. Começa em sua adolescência, no coro da igreja batista, tendo aulas de canto com sua mãe, a também cantora Cissy Houston (Tamara Tunie). Passa por sua descoberta, em 1983, por Clive Davis (Stanley Tucci, de Jogos vorazes), líder da gravadora Arista, por seus sucessos, pela carreira no cinema e pela decadência, com seu vício em drogas.

Também fala de sua relação romântica com Robyn Crawford (Nafessa Williams), que foi sua amiga e assessora durante grande parte de sua vida, do casamento tumultuado com Bobby Brown (Ashton Sanders, de Moonlight: Sob a luz do luar), com quem teve sua única filha, Bobbi Kristina.

Acaba sendo um pot-pourri de Whitney Houston, que passa brevemente pelos dramas, culminando em sua morte precoce em 2012, aos 48 anos, e não dá o devido destaque à sua música. Mas o longa tem seus melhores momentos quando deixa a música falar. Abaixo, os cinco principais:

“The greatest love of all”
A jovem Whitney apresentava-se no coro da mãe em um clube em Nova York quando ela percebe a entrada de Clive Davis, o diretor da gravadora Arista. Cissy finge estar com um problema na voz e manda a filha cantar o número de abertura em seu lugar, escolhendo “The greatest love of all”, gravada originalmente por George Benson, em 1977. Na hora, Davis declara que Whitney é a maior voz de sua geração e logo em seguida assina um contrato. Mais tarde, a canção seria um dos maiores sucessos da cantora.

“I wanna dance with somebody”
O hit é um dos sete números 1 consecutivos de Whitney Houston na parada, batendo o recorde de Beatles e Bee Gees. O filme mostra que ela ganhou uma garrafa de champanhe por cada uma das vezes que alcançou a posição, como Clive Davis tinha prometido. Mas, por apostar em canções pop que não se encaixavam necessariamente nos rótulos da música negra, muitas vezes foi criticada por não ser negra o suficiente. Em uma entrevista, ela responde sem medo a uma questão que dava a entender que ela tinha se vendido aos brancos, dizendo que a música não tem cor. Houston não tinha receio de dizer o que queria e às vezes não escondia quando estava contrariada, mesmo em público.

“The star-spangled banner”
Em janeiro de 1991, durante a Guerra do Golfo, uma época de patriotismo exacerbado, Whitney foi convidada a cantar o hino dos Estados Unidos na abertura do Super Bowl. Ela recusou a oferta de vestidos e preferiu se apresentar usando o que achava confortável: agasalho de ginástica, com uma faixa nos cabelos. É considerada a maior interpretação do hino estadunidense no Super Bowl, e o filme mostra a emoção de quem estava acompanhando no estádio em Tampa e dos familiares e amigos assistindo pela TV. Mas não menciona a controvérsia da gravação prévia – ela estava cantando ao vivo no estádio, mas seu microfone estava cortado, conforme um produtor da época contou, afirmando ser o padrão para esse tipo de evento.

“I will always love you”
Whitney quase não topou o papel da estrela da música que se envolve com seu protetor em O guarda-costas (1992). Mas, ao saber que o personagem seria interpretado por Kevin Costner, decidiu aceitar. Foi seu primeiro papel no cinema – a cantora participaria de outras quatro produções. Nessa época, ela já estava casada com Bobby Brown e sofreu um aborto durante as filmagens. Houston estava sentindo a pressão de ser a princesinha da América e de atender às expectativas da família, inclusive financeiras. Clive Davis achou que faltava uma música para mostrar como sua personagem era uma grande cantora, como dizia o roteiro. Entra Dolly Parton e sua “I will always love you”, que também seria um dos grandes sucessos de Houston. O filme não toca na polêmica gerada pelo relacionamento interracial em O guarda-costas nem nas críticas à performance da cantora em sua estreia no cinema.

“I have nothing”
I wanna dance with somebody: A história de Whitney Houston menciona a morte da cantora, na banheira de um quarto do hotel Beverly Hilton, um dia antes do Grammy de 2012. Mas o filme não termina com a tragédia e sim com o medley que ela tinha dito ser impossível cantar, unindo “I loves you”, “Porgy”, “And I am telling you I’m not going” e “I have nothing”, durante a cerimônia do American Music Awards de 1994. É uma performance espetacular, que mostra o alcance e a variação daquela que foi chamada de “A Voz” e arrepia, mesmo que Naomi Ackie esteja obviamente dublando – compreensível pois seria impossível alguém conseguir cantar como Houston.

Para ler conteúdos exclusivos e multimídia, assine a ELLE View, nossa revista digital mensal para assinantes