Os melhores livros de 2022

As escolhas da redação da ELLE dos melhores livros do ano passam pelo ensaio, pela poesia e pela ficção. Anote as dicas para os dias de dolce far niente:

Os abismos, de Pilar Quintana (Intrínseca, 272 páginas)
“Já tinha lido A cachorra, da mesma autora, e gostado bastante. Este é tão bom quanto. A história é contada a partir da perspectiva de uma criança, Claudia, que tenta lidar à sua maneira com crises familiares e seus próprios temores.”
Patricia Oyama, redatora-chefe

O acontecimento, de Annie Ernaux (Fósforo, 80 páginas)
“Um livro que transforma tragédia em arte. Quarenta anos depois de fazer um aborto clandestino e já consagrada, Annie expõe uma história que marca não só a sua vida, mas a de tantas e tantas mulheres que têm que lidar com possivelmente a escolha mais difícil da vida, sem ter nenhum tipo de apoio. Pelo contrário.”
Renata Piza, redatora-chefe

Falas curtas, de Anne Carson (Relicário, 108 páginas)
“Uma das minhas poetas preferidas em um exercício de síntese de delicadezas, desimportâncias e intensidades.”
Vivian Whiteman, editora especial

Futuro ancestral, de Ailton Krenak (Companhia das Letras, 128 páginas)
“Krenak nos convida a pensar fora dessa prisão colonial que estamos inseridos. Oxigena o pensamento ler sua produção.”
Ísis Vergilio, repórter de beleza e sociedade

Flecha, de Matilde Campilho (Editora 34, 352 páginas)
“Lançado em Portugal em 2020, o segundo livro da portuguesa chegou por aqui neste ano. E, embora eu prefira Jóquei, sua estreia, Flecha conserva a escrita pulsante de Matilde (que eu amo!), é uma prosa, sem deixar de ser poética. E é muito linda a relação que ela faz entre escrita e arte, acontecimentos banais e grandes nomes da história, diferentes personagens – todas as coisas que, como uma flecha, nos atravessam ao longo da vida.”
Renata Piza, redatora-chefe

Não fossem as sílabas do sábado, de Mariana Salomão Carrara (Todavia, 168 páginas)
“Uma história de dor e de amor entre duas mulheres. Como uma tragédia absurda pode se transformar no ponto de partida do maior relacionamento da sua vida, como culpa paralisa, como o luto é um lugar quase impossível.”
Renata Piza, redatora-chefe

Opisanie Świata, de Veronica Sttigger (Tordesilhas, 176 páginas)
“Em 2022, Opisanie Świata foi relançado pela Tordesilhas em uma versão estendida e comentada. É um diário-relato de Opalka, um polonês que busca o filho que não sabia que tinha na Amazônia.”
Sarah Rocksane Araújo, analista de marketing

Underground, de Luiz Carlos Maciel (Sesc, 180 páginas)
“É uma coletânea de ensaios, reportagens e matérias de Luiz Carlos Maciel no ápice da contracultura do meio do século 20. Tem umas viagens espirituais e esotéricas, mas tem muita coisa boa e que segue relevante até hoje. O mais interessante, pelo menos para mim, é traçar paralelos com os movimentos tidos como underground hoje e os daquela época. Pensar nas demandas, nas propostas, nas provocações e no que deu aquilo tudo.”
Luigi Torre, editor de reportagem de moda 

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