MFW: Moschino inverno 2024

O último ano não foi fácil para a Moschino. Em março de 2023, Jeremy Scott deixou a direção criativa da marca italiana após dez anos entregando loucurinhas camp – como uniformes do McDonald’s e Barbies humanas – e uma moda bem caricata que, por algum tempo, fez sentido e rendeu risadas.

Em outubro do mesmo ano, a etiqueta anunciou Davide Renne como seu sucessor – ele havia atuado por duas décadas na equipe de estilo da Gucci e lá era chefe de design antes de ser contratado. Nove dias após assumir o cargo, o italiano morreu de forma inesperada, aos 46 anos.

Moschino, inverno 2024. Foto: Getty Images

O anúncio de quem o substituiria veio no dia 30 de janeiro de 2024: o argentino Adrian Appiolaza, que teve 22 dias para colocar de pé uma coleção – e a visão que pretendia – para a Moschino. E ele decidiu começar pelo fim, delimitando o fim de uma era. O que vimos na passarela nesta quinta-feira (22.02) foi uma versão contida da diversão de Scott e Franco.

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Seu currículo faz jus a essa escolha. Adrian atuava como diretor de design na Loewe há 10 anos quando assumiu o cargo, e já teve passagens pela Chloé na era Phoebe Philo, Alexander McQueen, Miu Miu e Louis Vuitton com Marc Jacobs. Grande parte dessas marcas não podem ser chamadas essencialmente de minimalistas, mas condizem com o que foi apresentado neste inverno 2024.

Moschino, inverno 2024. Foto: Getty Images

O desfile começa com uma modelo vestindo um trench coat bege e segurando uma bolsa-saco-de-pão, enquanto outras entradas contam com tote bags cobertas por smiles, saias com estampas de cinta-liga, tops feitos de gravatas e colares de pérolas que davam a volta no corpo.

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Há momentos mais extravagantes, que lembram a Moschino dos últimos 10 anos, como os vestidos com estampas de palavras gigantes, blusas com a bandeira da Itália, uma versão literal de bolsa baguette (é um pão mesmo), chapéus de barquinhos de papel enormes e camisas alongadas com babados gigantes. A imagem final, no entanto, é bem mais simples do que aquela que estávamos acostumados.

Se Appiolaza escolheu esse caminho por falta de tempo ou por visão criativa, só o tempo dirá. Olhando sua página pessoal do Instagram, no entanto, dá para ter uma noção do seu próprio estilo e de como ele é facilmente identificável na passarela do desfile.Os blazers amplos, os tons de bege, algumas estampas pontuais e loucurinhas aqui ou ali fazem parte de seu DNA – e parecem dar o tom do que podemos esperar daqui pra frente na etiqueta italiana.