Paris Fashion Week: Hermès, verão 2025

Em sua 20ª coleção para Hermès, a diretora de criação Nadège Vanhee homenageia o tempo e o trabalho dos ateliês da marca e eleva o coeficiente sensual da sua moda.


Paris Fashion Week: Hermès, verão 2025
Hermès, verão 2025. Foto: Getty Images



Tem uma expressão clichêzona na moda sobre o tempo Hermès. É que a marca francesa tem seu próprio ritmo: não segue tendências, produz quase tudo à mão e em quantidades limitadas (alguns itens têm lista de espera) e se permite gastar o tempo necessário para alcançar determinado objetivo. Neste sábado (28/09), a diretora criativa Nadège Vanhee completou 10 anos no cargo — outra demonstração desse cronômetro sob medida — e dedicou a coleção de verão 2025 ao trabalho dos ateliês da maison.

Versatilidade é a palavra-chave aqui. A sarja com seda combina diferentes tipos de estampa. Os casacos de lã com seda têm bolsos especiais para óculos, telefones e outros objetos pessoais. Saias longas com zíperes por toda a sua extensão são construídas para parecerem afastadas do corpo, quase como aventais, revelando culotes ou leggings por baixo. Jaquetas de couro têm estruturas para serem usadas como colete ou bomber.

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Hermès, verão 2025. Foto: Getty Images

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Hermès, verão 2025. Foto: Getty Images

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Hermès, verão 2025. Foto: Getty Images

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É o “estilo como um jogo de percepção e refração, luz e opacidade. Roupas que flutuam e reproporcionam umas às outras”, escreveu a estilista. Ela também descreve o trabalho de tentativa e erro recorrente dos artesãos da casa: “O paradoxo da leveza através da habilidade artesanal, do utilitário como estética, da feminilidade como sutil e forte, sedutora e resistente, vista, sentida e empunhada. A alquimia que é a função, repetida com intenção, até que se misture à sensualidade”.

Já faz algumas temporadas que a Hermès está mais sensual. De novo, isso tem a ver com a temporalidade, com o período necessário para adquirir segurança, confiança e conhecimento (no caso, sobre os códigos da grife). Para o verão 2025, a diretora dá um passo a mais nesse sentido. Começando pela alta dose de transparências, passando pelos comprimentos abreviados, até chegar à cartela de cores. Nadège trabalhou com o que chamou de “tons de pele”, referindo-se às tonalidades mais comuns do couro.

Paris Fashion Week: Hermès, verão 2025

Hermès, verão 2025. Foto: Getty Images

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Hermès, verão 2025. Foto: Getty Images

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Hermès, verão 2025. Foto: Getty Images

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É uma abordagem inteligente em vários sentidos. O mais óbvio é a expertise da empresa com esse tipo de material. A segunda é física, mesmo. É humana, sensível ao toque. Em entrevistas, a criadora disse achar a pele à mostra algo de extrema sensualidade. Na passarela, provou trabalhar com maestria e identidade nesse território já tão explorado. Há ainda uma terceira camada que esbarra na pessoalidade de cada um. O tato é único para cada pessoa. A pele também. Para uma marca quase toda construída em torno de conceitos de exclusividade, é uma estratégia que faz todo o sentido.

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Hermès, verão 2025. Foto: Getty Images

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Hermès, verão 2025. Foto: Getty Images

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