SPFW N57: Fauve

Quando lançou a Fauve em abril de 2019, Clara Pasqualini a entendia como uma marca de streetwear. A ideia era, sobretudo, utilitária, com camisetas, jaquetas e calças casuais de cara urbana. Acontece que, cinco anos depois, a gaúcha mudou e a sua etiqueta também. “A Fauve e eu somos uma só. As nossas histórias se entrelaçam”, diz Clara em conversa com a ELLE, antes de sua estreia presencial nas passarelas da SPFW N57.

Ao longo dos últimos meses, a estilista já propunha uma nova imagem, e o desfile desta quinta-feira (11.04) marca essa transformação ao depositar um esforço maior na linha Ateliê. Para isso, a estilista foi ao seu íntimo, resgatando as memórias de sua família e lembrando a sua infância vivida em Bento Gonçalves, cidade onde nasceu no interior do Rio Grande do Sul. “Decidi flertar com o passado, mas não viver lá”, fala. É daí que vem uma imagem com aspecto quase vintage, com referências à porcelana, à madeira e ao vinho, mas adaptada às demandas do presente.

Fauve, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Ze Takahashi

Leia mais: SPFW N57: Reptilia

Nos 36 looks apresentados, todos em cores neutras, sem qualquer tom vibrante, se vê colos livres em peças sem alças, quadris agigantados com enchimentos internos e aplicações florais nos itens transparentes. A Fauve explora diferentes matérias-primas e construções, das telas e tules à malharia e alfaiataria. Nem todas as experimentações alcançam uma imagem bem resolvida, principalmente quando os comprimentos se encurtam. O saldo geral, porém, é de boas ideias que tendem a amadurecer à medida que a etiqueta ganhe uma maior experiência nas passarelas.