SPFW N57: Renata Buzzo

Estilista Renata Buzzo relata dramas pessoais em mais um desfile-performance na SPFW N57.


Look do desfile da Renata Buzzo na SPFW N57.
Renata Buzzo, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia



Desde que estreou na SPFW, e até antes, quando integrava o line-up da Casa de Criadores, Renata Buzzo gosta de contar histórias emocionantes e extremamente pessoais com seus desfiles. Ela gosta de escrever, então não raramente suas coleções nascem de poemas e crônicas.

Para a apresentação da SPFW N57, ela escolheu uma fábula sobre uma raposa e um porco que vivem em uma floresta. A alegoria representa um hater que a designer diz a perseguir na vida real. Como resposta aos ataques do homem, ela usa os animais para falar da força feminina. 

Na roupa, há continuidade de um caminho pelo qual a marca vem se interessando cada vez mais. Conhecida pela manipulação de superfícies e roupas volumosas, Renata Buzzo pega uma via menos complicada ao utilizar tecidos estampados em saias balonês, veludos, ancas marcadas e toda uma sorte de corsets – um dos principais destaques da coleção, apesar da referência nada agradável.

Look do desfile da Renata Buzzo na SPFW N57.

Renata Buzzo, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia

Look do desfile da Renata Buzzo na SPFW N57.

Renata Buzzo, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia

Look do desfile da Renata Buzzo na SPFW N57.

Renata Buzzo, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia

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Renata explica que os corsets foram usados para lembrar os tempos em que mulheres acusadas de bruxaria eram queimadas nas florestas. A vibe bruxa, aliás, reina no inverno 2024 da marca, com flores aplicadas nas costas de casacos de pelúcia fake, vestidos midi e sapatinhos mary jane. A escolha de paleta de cores e o styling provocativo são outros pontos altos.

É uma pena que uma coleção tão bela, embora às vezes um pouco fantasiosa demais, seja prejudicada pela insistência em uma mesma fórmula de apresentação já bem cansada. O fashion film longo e o poema recitado pela própria designer enquanto as modelos cruzam a passarela tiram o foco da roupa. 

O esforço de rever o formato do desfile é válido e discutido há bastante tempo. Existem jeitos e jeitos de fazer isso. Em uma apresentação, é importante que haja algo que una aquelas peças – uma história, uma técnica de construção, uma modelagem ou um tecido –, mas isso não precisa sempre ser dito com todas as palavras, literalmente. Um trabalho bem feito, muitas vezes, dão conta do recado. As roupas de Renata Buzzo são dessas. E sem distrações desnecessárias, brilhariam ainda mais.

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