Um giro pelas boas novas no design e na arquitetura

Fique por dentro de lançamentos de livros, mobiliário e outra novidades imperdíveis.


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Arquitetura das lojas da Louis Vuitton é tema de livro. Foto: ©-Louis-Vuitton-Malletier



Precisa de uma peça statement para a casa? Está atrás de livros inspiradores de arquitetura ou de um bom programa cultural? Vem com a gente nesse giro pelas novidades mais quentes no design e na arquitetura.

Reedição de ícones

mesa redonda de madeira, cadeiras de couro e luminaria branca da etel

Mesa de jantar Extensível e da cadeira Kanguru, de Jorge Zalszupin. Foto: Divulgação

Boa parte da história do design brasileiro pode ser admirada na Etel, responsável por reeditar alguns dos clássicos modernistas mais incensados. Na nova leva, que acaba de desembarcar na loja, há peças assinadas por grandes nomes, como Gregori Warchavchik, Oscar Niemeyer e Jorge Zalszupin – esse último, autor da mesa de jantar Extensível e da cadeira Kanguru (foto). Além de elegante, a peça, original da década de 1960, é engenhosa: tem apenas dois pés metálicos de apoio, que sustentam a estrutura do assento e do encosto, feitos de madeira, e fazem a distribuição inteligente do peso. Com almofadas de tecido, a Kanguru traz elementos de latão (uma marca de Zalszupin) e é certificada pela família do designer. (Tatiane Domiciano)

Resistência na argila

Anna Sew Hoy portrait by Sharon Suh

Anna Sew Hoy: obsessão pela cerâmica. Foto: Sharon Suh

Anna Sew Hoy certamente não está sozinha em sua obsessão pela cerâmica. Nove mil anos de intervenção humana sobre a Terra a contemplam em sua missão, e ela está bem consciente disso. “Trabalhar a argila me conecta com todas as pessoas que a usaram antes de mim.” Mas qual é exatamente a missão dessa artista neozelandesa, que vive em Los Angeles? Ressignificar esse material ancestral ao expressar o seu próprio tempo. Ainda que um tempo crítico de incertezas, um tempo de destruição. “Minhas esculturas da série Growing Ruins tratam da capacidade humana de prosperar entre os escombros do desastre climático”, diz. “Misturo conchas, espelhos e tampas de garrafa pendurados para criar um pequeno espaço selvagem, que é também uma ode à sobrevivência.” Em cartaz até julho no SFMOMA, o Museu de Arte Moderna de São Francisco, na Califórnia. (Liège Copstein)

Bordados do coração do Brasil

tecido verde bordado

Naturae: estampas com histórias. Foto: Divulgação


Naturae é o nome da mais nova collab entre Ronaldo Fraga e o Empório Beraldin. A coleção apresenta três tecidos de linho puro, bordados com ilustrações botânicas assinadas pelo estilista. Os desenhos foram feitos durante a Expedição Brasil Profundo, que reuniu um grupo multidisciplinar de dez artistas e designers para percorrer um roteiro especial por várias localidades, entre elas a Serra da Moeda, em Minas Gerais. Lá, ao passar por Mariana, Ronaldo observou no quintal da casa das bordadeiras e costureiras da cidade que a natureza florescia mesmo após o maior desastre ambiental acontecido naquela região. “Todo designer brasileiro deveria ter como compromisso civil ser a ponte entre os brasis tão distintos e desconhecidos pela maioria. Nem só de deslumbramento se faz um desenho, mas do que nos assombra também”, reflete o estilista. Quando questionadas por Fraga sobre quais espécies salvariam de seus jardins, as artesãs foram respondendo aos poucos: “Meu jardim de coração-magoado”, “as minhas avencas”, “com certeza as comigo-ninguém-pode”. “Desenhei cada uma delas como que psicografando as respostas. É sobre ver a poesia em terreno árido e encontrar força para florescer e seguir viagem”, arremata. (Tatiane Domiciano)

Nas casas de Yves Saint Laurent

casa de yves saint laurent

Casa de Yves Saint Laurent. Foto: © Marianne-Haas

Alguns transcendem seu tempo e se tornam ícones. Assim foi com o designer de alta-costura Yves Saint Laurent, que aos 17 anos já ingressava como aprendiz na maison Dior. Logo ele ganhou luz própria e o resto é história. Uma história de beleza e luxo, impensáveis para simples mortais. Talvez por isso, o prazer voyeur de espiar suas casas (assim, no plural), as casas que habitou e se tornaram extensões de seu estilo. Como os jardins do Château Gabriel, em Deauville, França, e a Villa Majorelle, em Marraqueche, Marrocos. Um vislumbre generoso desse mundo em extinção é o que oferece Yves Saint Laurent at Home, um livro ilustrado com 200 fotos de Marianne Haas e o texto saboroso de um velho amigo do criador, o também designer Jacques Grange. Editora Assouline, 240 páginas, 105 euros. (Liège Copstein)

Arquitetura do luxo

capas de livros da louis vuitton

As seis opções de capa do lançamento da Assouline. Foto: Divulgação

O célebre provérbio “não julgue um livro pela capa” não se aplica inteiramente a Louis Vuitton Skin: The Architecture of Luxury, obra todinha dedicada à arquitetura requintada das sedes da marca de acessórios de luxo ao redor do mundo. Primeiro, porque a edição oferece seis opções cintilantes de capa. Depois, porque o trocadilho do título, “skin”, faz referência não apenas ao couro, que é a matéria-prima primordial de seus produtos, mas também às fachadas dos prédios, assinadas por lendas como o designer Marcel Wanders, que criou a superfície de treliça metálica para a loja em Miami, ou a futurística proposta inventada por ninguém menos que Frank Gehry para o museu da fundação Louis Vuitton em Paris. Paul Goldberger, crítico de arquitetura e vencedor de um Pulitzer, assina o texto. Editora Assouline, 372 páginas, 160 euros. (Liège Copstein)

A nova Pina

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Pina Contemporânea: boas novas no circuito artístico. Foto: Divulgação

Um dos maiores museus da América Latina, e com um projeto inovador, a Pina Contemporânea integra o conjunto arquitetônico da Pinacoteca Luz e Pinacoteca Estação, somando mais de 21 mil metros quadrados dedicados à arte. A obra, assinada pelo escritório mineiro Arquitetos Associados, foi pensada para ser integrada também ao Parque da Luz e aos arredores. Com isso, o projeto manteve os dois blocos originais do museu e os conectou por meio de uma grande praça coberta e do novo pavilhão, a Galeria Praça. Para completar, a Grande Galeria, com mil metros quadrados, ocupa o subsolo, enquanto o mezanino, de onde se avista o parque, abriga a cafeteria. Com o conjunto, a Pinacoteca São Paulo assume a vocação contemporânea dos museus de ser inclusivos.

Masp em expansão

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Uma conexão subterrânea vai ligar as novas instalações ao prédio original do Masp. Foto: Divulgação

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Pietro Maria Bardi será o nome do novo prédio de 14 andares do Museu de Arte de São Paulo (Masp). A homenagem ao primeiro diretor artístico do museu é para reverenciar a história da instituição e, ao mesmo tempo, a da família fundadora, já que ele era casado com Lina Bo Bardi. A construção terá uma conexão subterrânea com o prédio original e, graças a novas cinco galerias e a duas multiúso, o Masp aumentará em 66% a área expositiva. O projeto é uma coautoria de Julio Neves, arquiteto que também foi presidente do museu por 14 anos, e do escritório Metro Arquitetos. “O plano é que o edifício Lina (o original) seja dedicado ao acervo. Hoje, pouco mais de 1% da coleção é exposta. Já as novas galerias devem ser ocupadas por exposições temporárias”, fala Adriano Pedrosa, diretor artístico do Masp. A entrega está prevista para 2024 e a expansão vai fazer com que a área da instituição cresça para quase 18 mil metros quadrados. Um dos cartões-postais mais famosos da capital paulista, o lugar unirá passado e presente. TD

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