10 cervejas para curtir o outono

Afinados com a temperatura amena, mas sem perder a versatilidade, confira rótulos que são a cara da meia-estação.


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Nem muito encorpada nem muito leve: a cerveja da temporada tem corpo de média percepção e teor alcoólico idem, na medida certa para envolver a garganta e proporcionar um ligeiro aquecimento, bem de acordo com o clima do momento.

Apesar de não existir nenhum termo cunhado como “cerveja de outono”, diversos estilos são referências para a estação por acertarem em cheio nas características que fazem jus ao período do ano. Você já não ouviu dizer que a cerveja é eclética? E é com este fator da bebida mais consumida do mundo que, dependendo da sazonalidade, é possível escolher o rótulo ideal para cada época.

Quem diz é o sommelier de cervejas Gil Lebre, campeão do concurso de Melhor Sommelier do Brasil em 2015. E ele completa: “O outono, conhecido pela gradativa diminuição da temperatura, pede por cervejas com um pouco mais de álcool e corpo, mas ainda não tão intensas”.

“Como a Bock, que possui aromas de caramelo e tostado dos maltes. E a belga Dubbel, com notas adocicadas, mas principalmente condimentadas e frutadas, geradas durante a fermentação da cerveja. Como o outono é a estação das frutas, tem tudo a ver”, exemplifica.

A pequena amostra a seguir indica que só falta mesmo cravar a definição ‘cerveja de outono’. Mas não é para esquentar a cabeça por isso. É para esquentar o corpo com a bebida. Vamos às dicas:

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Com nada menos que três medalhas conquistadas no Concurso Brasileiro de Cervejas, que acontece anualmente em Blumenau, a Belgian Dubbel, da Cervejaria Roter, de Barra do Piraí, interior do Rio de Janeiro, é uma granada sem pino de caramelo e aromas de frutas vermelhas e passas. Com 7,5% de teor alcoólico e corpo negro, o rótulo é inspirado no estilo clássico da Bélgica.

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Produzida com amoras e groselhas, e envelhecida em barris de madeira, Lilith é o seu nome. Criada pelas cervejeiras da marca Trilha, de São Paulo, a Dark Sour foi reeditada para o último Dia Internacional da Mulher, possui 7,8% de teor alcoólico e ganhou complexidade de aromas e sabor com a guarda. Como o nome “sour” sugere, a acidez é intensa, mas as notas maltadas e frutadas foram também ressaltadas por tabela.

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Alô quem curte um bacon! As cervejas do estilo alemão Rauchbier são feitas com maltes defumados e criam características que lembram fortemente a carne de porco curada. Além das notas de defumação, é possível identificar no rótulo com 5,2% de teor alcoólico da Cervejaria Bamberg, de Votorantim (SP), aromas de malte e lúpulo em equilíbrio, sabor com notas de caramelo e um corpo com bastante textura, dando a sensação de mastigar a cerveja.

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Primeiro rótulo nacional do estilo escocês Wee Heavy, a Bodebrown Wee Heavy está nesta lista para fugir do óbvio. Clássica Scotch Ale, a bebida criada pela cervejaria de Curitiba traz notas de maltes defumados com turfas, oferecendo um aroma amadeirado emprestado do uísque escocês. Ela tem 8% de teor alcoólico e corpo um pouco mais robusto. No olfato, ainda encontramos notas adocicadas e carameladas. Já o retrogosto – o que fica na garganta após o gole – é caracterizado por dulçor residual.

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A fábrica fica no Rio de Janeiro, mas a inspiração para a receita vem da Bélgica. O primeiro rótulo da carioca Hocus Pocus é uma Belgian Strong Golden Ale batizada de Magic Trap por causa do seu teor alcoólico mais elevado (8,5%), mas pouco perceptível por estar bem inserido no perfil sensorial da cerveja: o aroma frutado intenso cria a ilusão de que essa é uma cerveja leve. Assim, o alerta já fica estampado no rótulo: ‘trap’ significa emboscada, armadilha.

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A mistura de notas de caramelo, rapadura e melaço, além de sabor amendoado, compõem a Bock da Cervejaria Baden Baden, de Campos do Jordão (SP). De coloração âmbar e com 6,5% de álcool, tem amargor suave e breve aquecimento alcoólico no final do gole.

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Indicada por Gil Lebre, a Dubbel da Westmalle é a autêntica cerveja trapista. Produzida dentro do monastério Westmalle, no norte da Bélgica, tem perfume de cereal, frutas secas, banana-passa, caramelo e toffee, e esparrama os seus marcantes sabores doce e frutado no corpo mediano com teor alcoólico de 7%, finalizando a experiência com um leve aquecimento.

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Os destaques da Dunkel da Cervejaria Therezópolis (RJ) são os delicados aromas de café e chocolate que sobem ao nariz assim que o líquido é depositado no copo. Coloração escura, médio teor alcoólico (5,5%) e baixo amargor complementam o conjunto em sintonia com o outono.

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De cor avermelhada e deliciosamente maltada (pense em caramelo e frutas secas), a Altbier da Cervejaria Oceânica, de Niterói, é um belo exemplar do estilo original de Düsseldorf, cidade da Alemanha. A receita é forte e amarga, mas equilibrada com os sabores dos grãos tostados, e conta ainda com aroma floral de lúpulos. Possui 5% de teor alcoólico e final seco.

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Para os amantes de colarinhos bem cremosos, eis aqui um estilo que exibe uma ótima formação de espuma. A Irish Red Ale Knight, da Cervejaria Leuven, apresenta tons avermelhados e aroma caramelizado por baixo da manta branca, características vindas do malte tostado. Também é possível perceber notas herbais causadas pelo tipo de lúpulo utilizado na receita.

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