A convite da Rimowa, Lewis Hamilton faz um pit stop com a ELLE
Um dos pilotos mais influentes da Fórmula 1 e protagonista da nova campanha da Rimowa, Lewis Hamilton fala sobre rodar o mundo, sua motivação após sete títulos mundiais e a paixão pela moda.
CONTEÚDO APRESENTADO POR RIMOWA
Lewis Hamilton começou a viajar aos 13 anos por causa do automobilismo. Aos 22, ingressou na Fórmula 1, o que significa visitar cerca de 20 países durante nove meses, a cada ano de campeonato. E são 18 disputados por ele até aqui. “Conhecer lugares diferentes, e especialmente culturas diversas, realmente ajudou a expandir minha mente e minha compreensão do mundo”, diz o piloto.
Natural então que o inglês seja um dos protagonistas da nova campanha da Rimowa, marca alemã referência em bagagem de luxo. Batizada de Never still (ou “sempre em movimento”), ela reúne personalidades que têm a viagem como o motor de sua jornada e evolução pessoais. E Hamilton nunca deixou de se superar.
Nascido em uma família inglesa da classe trabalhadora, conta sete títulos mundiais – feito que divide apenas com Michael Schumacher. Também detém o maior número de vitórias, pole positions e pódios da categoria mais importante do automobilismo mundial.
Look completo, Dior. Colar, acervo pessoal. Mala, Rimowa.
Depois de 945 dias sem vencer, ele subiu ao lugar mais alto do pódio em casa, no Grande Prêmio da Inglaterra, em Silverstone, no mês passado, em uma das conquistas mais emocionantes de sua carreira. “Houve momentos em que achei que isso não voltaria a acontecer. (…) Nunca havia chorado ao atravessar a linha de chegada”, disse na entrevista após a corrida. “Isso é o que acontece quando você continua. Nós nos levantamos”, escreveu em seu perfil no Instagram, agradecendo sua equipe, Mercedes. Na corrida seguinte, na Hungria, ele conquistou o 200º pódio de sua carreira. Depois de 12 anos na escuderia alemã, o inglês passará a correr pela Ferrari em 2025, em uma das movimentações mais comentadas da modalidade nos últimos tempos.
Primeiro (e ainda único) piloto negro da F1, ele se tornou uma voz contra o racismo e em defesa da diversidade no esporte, se posicionando firmemente em meio ao Black Lives Matter.
Hamilton não teve receio de contrastar do visual homogêneo dos colegas de circuito, com seus dreads, tatuagens e joias. É nítida sua paixão pela moda – ele já passou algumas vezes pelo red carpet do Met Gala, colabora com grandes marcas, é presença constante em primeiras filas – e sua disposição em ousar. O piloto mostra muito das suas escolhas nos bastidores do circuito, reforçando sua ligação com a moda sob os holofotes da F1. “Nem sempre acerto, mas acho que é uma questão de expressão pessoal”, diz.
O inglês também expressou diversas vezes sua admiração por Ayrton Senna, que elegeu como ídolo ainda criança. Em 2022, Hamilton ganhou o título de cidadão honorário brasileiro e no início deste ano foi à Bahia passar seus raros dias de dolce far niente.
Fora das pistas, ele abriu sua própria produtora de filmes, com a qual prepara um longa sobre a F1 com Brad Pitt e Javier Bardem, em que também atuará. Dirigido por Joseph Kosinski (Top Gun: Maverick), a produção teve cenas filmadas no Grande Prêmio da Inglaterra, no ano passado.
Em um pit stop em Seul, onde posou para as fotos que acompanham esta matéria, o piloto falou de sua conexão com o Brasil, sua admiração por Senna, viagens e moda.
Look completo, Burberry. Anel, Ara Vartanian. Mala, Rimowa.
Você completará 40 anos em 2025. O que a idade trouxe para você? O quão diferente se vê em relação aos seus 20 e 30 anos?
No fundo, ainda sou o garoto que sempre fui, mas muito mais seguro de mim, do que quero e para onde quero ir. Estou mais confortável comigo mesmo, na minha própria pele, aproveitando minha criatividade, seja na música (Hamilton compõe), seja na moda e no esporte. Isso me traz muita alegria. Aos 20 anos, todo mundo está um pouco perdido, tentando descobrir o que é e o que fazer. Sinto que tenho uma estrela do norte. Acho que os 40 anos serão os melhores. Farei deles os melhores.
Você conquistou sete títulos mundiais, quebrou uma série de recordes, fundou sua própria organização de caridade e protagoniza a campanha da Rimowa. O que o motiva? O que procura para os próximos anos?
É preciso lembrar que a vida é curta, de estar presente e encontrar equilíbrio entre trabalho e família. Sou extremamente motivado e quero usar bem o tempo que tenho aqui. Uma das coisas das quais mais me orgulho é a Mission 44 (instituição fundada pelo piloto com foco em criar um futuro mais inclusivo para jovens) e o trabalho que estamos fazendo. No ano passado, em São Paulo, consegui levar 60 crianças da cidade para o Autódromo de Interlagos, mostrar o circuito a elas, os boxes e tudo mais. Passei algum tempo com elas, que tiveram ideias de como resolver alguns dos problemas que enfrentam na educação e na sociedade brasileiras. São coisas que quero continuar a desenvolver. Quero descobrir como posso usar essa iniciativa para impactar as pessoas, especialmente crianças, que são o futuro. Precisamos encorajar e criar plataformas para a próxima geração – os novos inovadores, os novos designers, os novos artistas.
Você passou boa parte dos últimos anos viajando pelo mundo. Como isso lhe influenciou como ser humano e como piloto?
Comecei a viajar quando tinha 13 anos. Tenho muita sorte de poder conhecer o mundo. É muito diferente quando você começa a viajar ainda jovem. Tudo é a primeira vez – a primeira vez no Brasil, a primeira vez na Itália… Essa novidade é tão especial. É triste que você não tenha a primeira vez de novo, pois é muito difícil ter a mesma sensação. Conhecer lugares diferentes e especialmente culturas diversas realmente ajudou a expandir minha mente e minha compreensão do mundo, sobre o quão vasto ele é e como pessoas diferentes interagem. Ao mesmo tempo, somos todos seres humanos e temos muito em comum. Sinto que isso me ajudou a entender a humanidade melhor, a ter compaixão, e acho que você pode ser uma pessoa melhor quando tem esse entendimento, diferentemente de estar em uma cidade ou país por muitos anos.
O que nunca falta em sua mala?
Máscara facial, um ou dois livros, meu laptop e fones de ouvido. Essas são as coisas sem as quais não posso viajar.
À direita, look completo, Issey Miyake.
Você sempre parece muito à vontade no Brasil. O que te atrai no país?
A coisa que mais amo no Brasil são as pessoas, a energia. Quando eu era mais jovem, crescendo na Inglaterra, foram as cores, o verde e amarelo das camisas de futebol, que me atraíram. Assistia a muitos jogos da seleção brasileira. E, claro, havia Senna. Quando via anúncios e documentários sobre ele, podia ouvir a música brasileira e a bateria ao fundo. Via o Carnaval e como as pessoas comemoravam. Toda vez que eu conhecia brasileiros na Inglaterra, diziam: “Eu amo, amo o país”. Acho que nunca conheci ninguém de outra nacionalidade que fosse tão apaixonado pelo seu país. Então, quando finalmente fui ao Brasil, senti a energia. É um país muito diverso, que eu amo. Me sinto em casa.
Você é um cidadão honorário brasileiro.
Sim. Preciso aprender português. (risos)
Sua admiração pelo Senna é muito conhecida. Entre tantos ídolos da F1, como surgiu sua ligação com o brasileiro? Você tinha apenas 9 anos quando ele morreu.
Comecei a ver as corridas (de F1) quando passava os fins de semana com meu pai. (Os pais de Hamilton se separaram quando ele tinha 2 anos.) Me lembro de começar a assisti-las por volta dos 4 anos. Era um garoto muito ativo e fazer com que eu me sentasse não era fácil. Mas, por algum motivo, eu parava com ele pelos Grandes Prêmios. Os modelos de carro de brinquedo do Ayrton eram o que eu queria no Natal. Quando assistia aos vídeos dele, sentia que entendia as coisas que ele representava, quão honesto ele era. Queria dirigir do jeito dele. Sentia uma conexão. Lembro que estava correndo (de kart) no dia que ele morreu e de meu pai vindo dar a notícia. Isso me derrubou. Aos 9 anos, ainda não havia tido essa experiência. Eu me lembro de chorar por semanas. Foi difícil e estranho porque não o conhecia, ele não era do meu país, mas significava tanto para mim. Ao longo desses anos, aprendi a amar a pessoa que ele era.
Você gosta muito de moda, tem um estilo definido. Como você o descreveria e o que mais gosta de usar?
Diria que é um chique urbano, bastante sofisticado. Gosto de correr riscos. Amo, amo moda e, quando você entra nesse mundo, vê como ele é diverso e criativo. Adoro estar naquele espaço, porque absorvo muita inspiração. No dia a dia, adoro estar confortável. Por exemplo, voei para cá com esse suéter. No momento, estou criando uma alfaiataria incrível, algo parecido com ternos, mas mais confortável do que os normais. Estou constantemente aprendendo com as pessoas e com o mundo da moda. Nem sempre acerto, mas acho que é uma questão de expressão pessoal.
Fotos: Mar+Vin
Direção criativa: Luciano Schmitz
Edição de moda: Juliana Gimenez
Beleza: Yuko Fredriksson
Braid: Angela Rivera
Set design: SAYSEYSEY
Tratamento de imagem: Bruno Rezende
Produção de moda: Maria Helena Siqueira, Mariana Santiago e Altm Group
Produção executiva: Isabela de Paula e Altm Group
Assistente de foto: Park Sung Jun
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