Dicas de comportamento para um mundo mais plural
Novos tempos, novas normas, bom senso sempre. Em dúvida sobre como agir em meio a tantas mudanças? Confira algumas orientações para não escorregar nas cascas de banana no caminho da evolução.
A pandemia ensinou novos modos de ver e estar no mundo – assim como os avanços tecnológicos, a crise ambiental, a atuação dos movimentos sociais, os embates políticos. A linguagem do corpo, da fala, do olhar, passou e continua passando por transformações.
Os protocolos estão mudando em diversas dimensões da vida. E, se existe um ponto de intersecção em tudo isso, é a exigência inexorável de respeito à diversidade. O mundo está mais plural do que nunca.
Novos tempos pedem novas normas de comportamento que, apesar de parecerem óbvias para uma parcela da população, ainda permanecem pouco assimiladas por uma maioria.
Paralelamente a isso, certas regras básicas para a boa convivência continuam valendo – às vezes com algum ajuste para o século 21. A seguir, você encontra algumas respostas e ponderações para esclarecer dúvidas recentes ou clássicas que surgem na vida em sociedade – inclusive aquelas que a gente tem vergonha de perguntar.
SEXO, AMOR E AMIZADE
Passei Covid para o date! E agora, faço o quê?
Vamos combinar que já devia ter feito! Suspeitou de que foi infectado? Avise as pessoas com quem você andou. E, obviamente, quando sair o resultado do teste, vá correndo contar. Para quem pisou na bola, ignorando o cuidado com o outro, a saída é se redimir. Como? Sugiro garantir o delivery de marmitas no período de isolamento e ainda acrescentaria a conta da farmácia com os possíveis novos testes. Um dos mais preciosos ensinamentos deixados pela pandemia é a certeza de que estamos todos no mesmo barco e que, sem solidariedade, afundamos igualmente todos.
Vi o parceiro/parceira de alguém no Tinder. Conto pra pessoa?
Atualmente, as chances de o mundo ver o que a gente não quer mostrar – ou de mostrar o que a gente não quer ver – aumentaram consideravelmente. Portanto, de largada, dá para dizer que a pessoa tem um par otário. Ou, então, o malandro é cara de pau para valer. Pode ser também que o casal mantenha uma relação aberta e ninguém esteja escondendo nada. Quem sabe ainda estão se separando e o ex-casal já está na pista. Mas e o dilema: dar print ou não na foto para informar o outro lado? Caso difícil. Primeiramente, você deve ter muita proximidade com essa pessoa. Se a relação é íntima, empreenda uma sondagem junto a ela, considerando os tópicos listados acima. Se ficar claro que não existe relação aberta e ela está completamente por fora do babado, eu abriria o jogo. Mas essa é uma decisão, além de difícil, totalmente individual.
Devo educar o filho malcriado do companheiro/companheira?
Depende. Se o desaforo for para o seu lado e a esculhambação acontece na sua casa, como sair comendo bolo e espalhando migalha pelo chão, largar a geladeira aberta ou não dar descarga no banheiro, coloque ordem no barraco. Quem manda lá é você. Agora, se a baixaria é na rua, com o pai ou a mãe, problema de quem pariu Mateus, os pais do rebento. Fique na sua.
O sexo pode ser casual, mas o respeito é constante
Sair de fininho na manhã seguinte a uma noite de sexo casual, ou seja, dar um perdido, é lamentável. Mesmo que a relação tenha zero romantismo, alguém abriu a intimidade para você, portanto, essa pessoa e os sentimentos dela merecem respeito. Ninguém precisa compartilhar café da manhã com carícias, mas é obrigado a agir com humanidade, olhar para o outro e seguir regras básicas de convivência social: cumprimentar, agradecer e se despedir.
Companhia de viagem não é par amoroso
Você não aprova o comportamento da amiga ou amigo durante a viagem? E daí? O contato diário e íntimo sempre causa algum perrengue. Mesmo conhecendo bem a pessoa, você se surpreende na convivência diária. Mas não aponte o dedo para o que considera ruim no comportamento do outro. Nem todo mundo é uma boa companhia de viagem, talvez você mesmo não seja uma boa companhia de viagem para outra pessoa. O melhor é fazer combinados antes de embarcar para reduzir a possibilidade de conflitos. Reserve as DRs para a cara-metade e poupe o parceiro de estrada. Você escolheu aquela pessoa como companheira, aproveite o que há de bom nisso e garanta a amizade na volta para casa.
Não use os amigos na briga de casal
Bater boca com o par na frente dos amigos é cruel para todo mundo. Pior ainda quando um dos dois se vira para os amigos e pergunta “Vocês não acham que eu tenho razão?”. E a discussão de cunho íntimo vira um barraco público. Meu Deus, é um pesadelo, uma deslealdade, um misto de embaraço com vergonha alheia. “Mas os dois encheram a cara de caipirinha!” Não importa. Chamar o amigo para aliado na briga é um papelão.
PEQUENOS DILEMAS DA VIDA ONLINE
Posso fazer uma ligação telefônica sem aviso prévio?
Se a pessoa do outro lado da linha for sua mãe, sim. Caso contrário, você corre o risco de ser inoportuno em 99% das vezes. Isso não quer dizer que o telefone tenha sido proscrito dos meios de comunicação – frequentemente essa é a forma mais rápida e eficiente de resolver um assunto. Mas você se lembra de como era a vida pré-whatsapp? Sempre foi de bom-tom começar a conversa perguntando ao interlocutor se ele podia falar naquele momento. Pense que os aplicativos de mensagem cumprem agora esse papel. Antes de chamar, não custa zapear: posso ligar?
Abrir ou não abrir a câmera na reunião de trabalho?
Existem argumentos e pesquisas que defendem tanto o lado de quem dá as caras na tela como a turma do formato ghost. Líderes alegam falta de engajamento do profissional que fecha a câmera, além de falta de empatia e respeito com quem está falando. A mensagem que você passa com essa opção é “não quero ser visto no momento”, mas também pode ser “não quero ver vocês e vou agilizar algumas demandas aqui durante a reunião”, como rolar o feed da rede social, regar as plantas de casa ou aplicar aquela máscara facial que tanto te aguarda.
Teses contrárias são apresentadas por especialistas, como a de que a câmera aberta reduz a produtividade porque o sujeito, em vez de focar na reunião, foca nele, em como ele está sendo percebido. Outra tese é de que uma exigência da parte da empresa seria um atestado de gestão obsoleta, baseada nos antigos métodos de controle de funcionários. Interessante é fazer um combinado com a equipe sobre o que é melhor para a maioria ou discutir com a liderança para acertar os ponteiros.
Terminar mensagem de texto com ponto final pega mal?
Parece bobagem, mas faz todo o sentido. Na comunicação cara a cara, inclusive virtual, vários recursos participam além do verbal. A expressão do rosto, o tom da voz, os gestos, uma pausa… Outras linguagens compõem a conversa e ajudam na interação. Já o texto ligeiro do WhatsApp, por exemplo, é uma comunicação crua, um papo mais reto. Para incluir o estado de espírito do interlocutor, existem os emojis, além das onomatopeias e do ponto de exclamação, que também mandam bem nessa função. Já o ponto no final da frase pode ser uma desgraceira, levando o outro a interpretar a mensagem como grosseria ou até falsidade. Em um estudo com alunos da Binghamton University, nos Estados Unidos, as mensagens que finalizavam com um ponto final eram tidas como menos sinceras do que aquelas sem ponto. Vai um exemplo:
– Oiê!! Que tal um rolezinho domingo?”
– Pode ser!
Beleza, animador. Agora, a versão pouco-caso:
– Oiê!! Que tal um rolezinho domingo?”
– Pode ser.
Será que sou o chato do Whatsapp?
O uso descuidado, para não dizer sem noção, do aplicativo, estorva os outros e a pessoa passa por inconveniente. Exemplo: o amigo que manda pontualmente às sete da manhã o link, não solicitado, da “sua crônica que acaba de sair do forno”. Outro: o grupo da família que te acorda com uma saraivada de bom dia. Quem entope a memória do celular alheio acaba sendo despachado para as conversas arquivadas. Ninguém lê textos enormes, que se esparramam por telas e mais telas. Nem ouve áudio muito longo. Aliás, existe até figurinha para a ocasião: “Oba! Um podcast!”. Se você tem muito para dizer, melhor partir para uma chamada (previamente avisada, vide o primeiro item deste bloco).
A ansiedade é a grande mãe dos mal-estares no Whatsapp. O pior dos ansiosos é o que não consegue segurar o dedinho e sai apertando enter desvairadamente. A notificação apita uma, duas, três, dez vezes. Como se fosse uma emergência, isso assusta a pessoa do outro lado e depois irrita profundamente, porque a profusão de frases disparadas separadamente não tem a menor relevância. E quando o sujeito com insônia descarrega vídeos e textos na madrugada? Um desaforo. Olhe o relógio antes de dar enter.
Tudo tem limite, inclusive no quesito emojis. Contenha-se no uso porque o recurso tem forte vocação para imprimir um tom infantil à comunicação, o que significa evitá-lo no universo corporativo.
SAIAS-JUSTAS DE ONTEM, DE HOJE E DE SEMPRE
Você se depara com uma pessoa que te conhece, mas a referência está perdida em algum lugar do seu software mental. E aí?
Pergunte sem delongas seu nome. Se achar mais confortável, alegue o que todo mundo anda dizendo: “Desculpe, mas minha memória anda péssima!”. E torça para que ela não apele à constrangedora estratégia de chegar bradando algo como: “Não lembra de mim, né? Vou dar algumas dicas…”. O melhor dos mundos, nesse caso, é a generosidade. Se você for a pessoa não reconhecida, simplesmente se apresente: “Oi, nós nos conhecemos, sou o fulano de tal”.
A pessoa começa a contar uma história que ela já contou. Você vai ouvir de novo?
Se não for rápido no gatilho, vai, sim. Você tem quatro segundos para exclamar: “Opa! Essa história é demais! Incrível! Você me contou!”. É chato para a pessoa, mas revelar passada meia hora de um empolgado storytelling é bem mais broxante. Ouvir tudo, fazendo caras e bocas de surpresa, também não é bom, beira a deslealdade. Mas muita calma nessa hora: em quatro segundos um ouvinte mais ansioso pode confundir facilmente as histórias e quebrar a cara.
Vou ao lançamento do livro do amigo/conhecido. Preciso comprar a obra?
Você não precisa bater ponto em todos os lançamentos de livro para os quais é convidado. Hoje se edita o tempo todo e sobre tudo, incluindo títulos que não se quer nem de graça, não pela má qualidade, mas porque o assunto não tem nenhuma conexão com a pessoa. Agora, se você compareceu ao lançamento, foi para prestigiar o autor, o que equivale a levar a obra, aliás, a finalidade primeira do evento. Do contrário, pode ser melhor ficar fora da comemoração.
Em um encontro, há quanto tempo você está falando de você sem perguntar nada sobre a outra pessoa?
Nem precisa ser com o date. A quase pandêmica prática da não-conversa rola com o amigo, o vizinho ou o padeiro. Você cumprimenta o sujeito com um “tudo bem?” e ele sai desembestado falando sem parar dele mesmo. E se você encontra uma brecha para contar seu caso, ele responde, mas falando do seu caso em relação a ele. É uma trip egocêntrica chata e que afugenta qualquer um. Para quem se encaixa no perfil, vale ler um texto famoso e belíssimo de Rubem Alves, em que, ao ver tanta oferta no mercado de cursos de oratória, pensa em oferecer um curso de escutatória, já prevendo um fracasso de adesão, já que escutar é “complicado e sutil”. Como ele diz, é importante saber ouvir os outros: “a comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto”. O texto se chama “Escutatória”.
QUESTÃO DE COMUNICAÇÃO
“Elogio nunca é demais”: não é verdade
“Nossa, como você tá linda! Emagreceu bastante! Parabéns!” Não se faz mais isso. Espere o aniversário ou a promoção no trabalho para os cumprimentos. Exaltar o corpo magro ressalta, fortalece e perpetua a cultura do padrão de beleza idolatrado pela sociedade. Além disso, você não sabe a que custo essa pessoa emagreceu. Você pode estar aplaudindo alguém que está com câncer, deprimida ou com um transtorno alimentar, por exemplo. Inclusive, o “elogio” pode virar um pequeno tormento na cabeça de pessoas excessivamente sensíveis ao assunto e até exacerbar um transtorno. Exemplo de encanação: “O que será que eles pensavam de mim antes?” Há quem sugira substituir o elogio ao look ou o perfume que a pessoa está usando. Mas o melhor talvez seja ficar calado e, caso ela toque no assunto, a conversa segue por esse caminho, mas sempre com foco em como ela está se sentindo.
Outro elogio equivocado é enaltecer a aparência mais jovem de quem é mais velho: “Nossa, você está ótimo para 50!” Significa que o esperado é estar péssimo aos 50, junto com as rugas e tudo o mais que o envelhecimento traz.
Um elogio ainda pode esconder nosso racismo estrutural. É o caso de frases como “o cara é um negro lindo”. Já viu alguém soltar um “que branco lindo”? Destacar a cor junto a um elogio reproduz a ideia preconceituosa de que pessoas negras com atributos positivos são algo excepcional. Elogios relacionados a padrão e que envolvem o domínio do outro, no caso o corpo, não cabem mais.
Preto ou negro? Qual a palavra certa para se referir aos afrodescendentes?
É aquela cujo tom com que é dita, a intenção que carrega e o contexto em que está inserida estão desprovidos de preconceito racial. Num vídeo viral, o músico e ativista ganês Nabby Clifford, radicado no Brasil há mais de 30 anos, fez uma defesa contundente do uso da palavra preto, em detrimento de negro. “Um país, o Brasil, usa palavras como lista negra, dia negro, magia negra, câmbio negro, vala negra, mercado negro… Pega o dicionário de língua portuguesa, está escrito: negro quer dizer infeliz, maldito. Brasileiro quando valoriza alguma coisa não fala negro, ele fala preto. Ele não come feijão negro, come feijão preto, o carro dele não é carro negro, o carro dele é carro preto, ele não toma café negro, toma café preto… Se branco não é negativo, preto também não é negativo”.
Mas a palavra negra é amplamente usada por militantes, inclusive dá nome a movimentos de luta por igualdade racial. Uma das mais influentes ativistas do feminismo negro, a filósofa e escritora Djamila Ribeiro, declarou, no canal do Poder360, que a palavra negra é defendida por muitos intelectuais brasileiros, porque as pessoas não assumiam ser negras por conta da negação do racismo e hoje tem aumentado o número de quem se entende como negro e se autodeclara negro. O resumo da história é que não há consenso. Preto é ok e negro também é ok. As duas palavras podem tanto ser usadas com respeito, como impregnadas de preconceito. O problema não está no termo, mas no uso disso para oprimir e apartar.
Estou sendo gordofóbico?
A mídia e a sociedade alimentam fortemente o preconceito e o desrespeito com pessoas gordas ou acima do peso (aliás, acima do que exatamente?). E a linguagem é um forte aliado. Uma fala comum no século passado e que ainda persiste é a máxima: “Fulana é tão bonita de rosto!”, o que significa ruim do pescoço para baixo. Mas a linguagem é viva e está em mudança, rumo à desconstrução do preconceito. Tanto que o verbete “gordofobia”, aversão ou repúdio a pessoas gordas que se efetiva pelo preconceito, intolerância ou pela exclusão dessas pessoas, já existe em dicionário. Então, fique ligado. Elimine da sua comunicação os termos “cheinha”, “fofinha”, “forte”, “grande”, todos eufemismos para gordo, condição aprendida como negativa e indesejável. Gordo é gordo, uma característica física tal como magro, alto, baixo.
“Gordice” e suas variantes “pensamento de gordo” e “cabeça de gordo” também são cruéis, porque reforçam o estereótipo de que as pessoas são gordas porque comem demais e “o que não devem”, desconsiderando outros fatores envolvidos. Atualize-se! Você encontra vários outros termos reunidos pela pesquisadora, ativista e jornalista Agnes Arruda no Pequeno Dicionário Antigordofóbico.
Errei o artigo/pronome ao conversar com uma pessoa trans. Me escondo num buraco, peço desculpas ou tento fazer o erro passar despercebido?
Não vai passar despercebido. Quando o reconhecimento da sua identidade é uma luta diária, o uso correto de um pronome é mais do que um detalhe gramatical. É uma questão de respeito. Errou? Peça desculpas, faça a correção e continue a conversa – ficar meia hora se justificando pode deixar a situação mais constrangedora. E mais atenção da próxima vez – demonstrar cuidado e consideração pelo outro, afinal, é a base da boa educação.
Elimine o vocabulário racista
No caminho preconizado pela filósofa Angela Davis – “Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista” –, também passa a linguagem que usamos no dia a dia. Você talvez nem sonhe, mas provavelmente fale sem o menor constrangimento palavras que nasceram no período da escravidão e perpetuam o preconceito. O termo “cor de pele”, por exemplo, é atestado de ignorância, já que considera a cor branca ou bege como padrão de cor de pele, quando há uma profusão de tonalidades entre as pessoas. Também prefira a palavra escravizado a escravo. A primeira denota uma situação que foi imposta à pessoa; já a segunda sugere uma condição inata, de quem já nasceu sem liberdade. Conheça mais na cartilha Expressões racistas: por que evitá-las, lançada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em dezembro do ano passado.
ATENÇÃO: A PARTIR DAQUI, NÃO É QUESTÃO DE ETIQUETA, É CASO DE POLÍCIA
Não é não, o resto é crime
Você deu um beijo gostoso na festa e pronto, quer parar por aí. A tendência da outra pessoa, às vezes, é dar uma xavecada, partindo para a insistência. O princípio básico, porém, é “não é não”. Passada de mão, encoxada, beijo roubado ou qualquer outra prática sexual sem o consentimento da vítima para satisfazer o próprio prazer ou de terceiros é crime de importunação sexual desde 2018 (Lei 13.718). Pode dar cadeia de um a cinco anos. E não importa se o vexame foi no Carnaval de rua, no metrô ou na balada. Vale para todo espaço, público e privado. Não só a vítima, mas a testemunha do crime também pode denunciar. Os canais mais recomendados são o 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou o 190 (Polícia Militar).
O síndico do prédio insiste em chamar todo funcionário de baiano, assim como as tarefas mal-feitas de baianada. Devo manifestar meu mal-estar?
Claro! Preconceito é fruto da ignorância – como diz a máxima do filósofo alemão Immanuel Kant, “o ser humano é aquilo que a educação faz”. A luta contra a discriminação deve ser todo dia e toda hora. Como? Esclareça o sujeito que a forma pejorativa de se referir a pessoas de outra região ou Estado leva o nome de preconceito regional. Coisa do século passado, dos anos 60 em diante, quando houve enorme fluxo migratório de nordestinos em busca de melhor qualidade de vida no Sudeste – especialmente baianos para São Paulo e paraibanos para o Rio de Janeiro. Tiveram de encarar trabalhos menos qualificados e aturar truculências como essa que o senhor síndico vergonhosamente protagoniza até hoje. Vale complementar que tal lamentável prática é passível de punição da lei. Não basta não praticar atos preconceituosos e/ou racistas, é preciso combatê-los fortemente.
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