De geleia a artesanato, restaurantes vão além dos pratos do menu

Estabelecimentos paulistanos turbinam o cardápio com itens, comestíveis ou não, para levar para casa.


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No último ano e meio, a criatividade dos chefs foi posta à prova mais do que nunca – e não só nos limites da cozinha. Além de aprimorarem o delivery, readequarem o salão para tempos pandêmicos e fazerem milagres diários para continuar na ativa, cozinheiros e restaurateurs turbinaram o cardápio da casa com novas atrações, que nem sempre são comestíveis.

Ocuparam estantes com geleias artesanais, meles naturalmente aromatizados, licores caseiros e artesanato; investiram em camisetas, sacolas e, como não poderia deixar, em máscaras também. Mas tem mais! Saiba aqui o que você pode adquirir em estabelecimentos famosos da capital paulista para comer, beber ou guardar como lembrança de uma ótima refeição.

Pão de queijo e peças do Jequitinhonha

Artesanato do Vale do Jequitinhonha.

Artesanato do Vale do Jequitinhonha.

Há sete anos, Manuelle Ferraz abria sua garagem na Barra Funda para toda São Paulo. Desempacotava seu Vale do Jequitinhonha, uma Minas Gerais fronteiriça e orgulhosamente abaianada. O primeiro hit d’A Baianeira foi o pão de queijo. Até hoje best-seller – tanto na matriz quanto na unidade instalada no Masp –, ele também foi pioneiro em ganhar versão para viagem (R$ 37,80 a caixa com 12 unidades pequenas congeladas).

Junto a ele, porém, brilha o artesanato em barro, tão típico da região da chef, com prato (R$ 45), casinha de reza (R$ 102), burrinho (R$ 140) e caneca (R$ 25). Tem também bule de ágata cor-de-rosa (R$ 156) e coadorzinho de pano com xicrinha de ágata (R$ 28), assim como farinha de mandioca (R$ 25 o pacote de 1 kg), a cerveja da casa (uma lager de 600 ml em parceria com a cervejaria Catimba, R$ 32) e o Roça e Rosé (vinho feito em Altos Montes, R$ 130).

A Baianeira: R. Dona Elisa, 117, Barra Funda, tel. (11) 2538-0844.

Lindezas japonesas

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Lojinha do Aizomê: cerâmicas, ingredientes especiais e outros achados.Foto: Rafael Salvador

Pratos prontos, molhos, conservas, kits para finalizar em casa, guloseimas, saquês, uísques, cerâmicas, livro. Tuuudooo na Ichiba, vendinha chic do Aizomê, foi escolhido a dedo pela chef Telma Shiraishi e pode ser encomendado, retirado ou entregue pelo delivery do restaurante.

Entre as possibilidades, há peças da ceramista Kimi Nii e outras vindas de Iga (região mais conceituada por essa arte no Japão), doçuras do confeiteiro Cesar Yukio, missô de castanha portuguesa da pesquisadora Marisa Ono (R$ 18 com 250 g), delicados missoshirus (R$ 17 para dois) e kits adoráveis, como o Estação de Trem, com três panos de prato com serigrafias das gares (estações) das cidades de Yashiro, Fukuyama e Miki (R$ 45).

Aizomê: Alameda Fernão Cardim, 39, Jardim Paulista, tel. (11) 94247-9315.

Aromáticos e sustentáveis

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Foto: Mario Rodrigues

Não é de hoje que Morena Leite ultrapassa as fronteiras do alimento. Autora de sete livros, fundadora de uma escola de cozinha e de um instituto, foi natural para a chef do Capim Santo desenvolver um selo próprio. Aliando saúde, sustentabilidade e memórias afetivas, todos os produtos exalam capim santo – com exceção da sacola de lona (R$ 200 a grande e R$ 150 a média),

Destacam-se entre eles, a kombucha de maracujá, engarrafada em termoplástico totalmente biodegradável (R$ 14 com 300 ml); os sequilhos levíssimos de coco (R$ 26, pacotinho de 90 g); a geleia orgânica com abacaxi e gengibre (R$ 32); o icônico brigadeiro (R$ 32); o potente mel produzido na Serra da Mantiqueira (R$ 38); a Panc Beer (R$18) e uma cachaça nobre (R$ 59).

“A maior felicidade de um chef é as pessoas guardarem na memória o sabor de alguma receita. No Capim Santo do Museu da Casa Brasileira, em uma única tarde você pode comer em meio à natureza, conhecer as novas exposições e levar essa lembrança”, define Morena, que também deixa tudo à disposição em delivery próprio e nas plataformas iFood e Uber Eats.

Capim Santo: Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705, Jardim Paulistano, tel. (11) 98189-0082.

Mais mimos da Carlota

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Carlota Piccolo Empório.Foto: Divulgação

Às vezes parece que Carla Pernambuco está plugada na tomada. Às vezes, não: muuuitas vezes! Nessas, entre uma receita e outra, o desenvolvimento de conteúdo para marcas e suas postagens, a chefona cavou espaço para encaixar o Carlota Piccolo Empório em seu bistrô brasileiro homônimo.

Ali, vende blends próprios de café (R$ 35) e de chá (R$ 47), focaccia recheada com brie e alho negro (R$ 38), fondant de caramelo e flor de sal (R$ 50), mel com pimentas brasileiras (R$ 43), aventais de linho (não raro desenhados por ela), os livros de sua autoria e caixas temáticas. Destas, as de piquenique (azuis, verdes ou vermelhas) podem acomodar café da manhã, almoço ou um caprichado lanchinho de pôr-do-sol. São um arraso!

Carlota: R. Sergipe, 753, Higienópolis, tel. (11) 98225-6030.

Para beber, comer e exibir

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Recuerdos de um dos melhores restaurantes do mundo.Foto: Mauro Holanda

Nada mais natural do que sair de um lugar listado entre os 50 melhores restaurantes do mundo com vontade de levar um souvenirzin, não é mesmo? Mas ninguém precisa fazer a feiúra de surrupiar o saleiro d’A Casa do Porco (@acasadoporcobar): Janaína e Jefferson Rueda têm um rol de gracinhas à venda para os clientes-fãs.

Depois de se deleitar com o menu “Da Roça Para o Centro” (que tem incrível versão veggie!), vale comprar bugigangas de charme: máscara (R$ 26), caneca (R$ 37) e porquinho de plástico (R$ 40). Ou, ainda, avental (R$ 60), boné (R$ 79), camiseta (R$ 87) e o livro A cozinha caipira de Chico Bento (R$ 100).

Quer uma recordação comestível? Tem doce de leite e banha de porco legítima! Bebível com prazer? Os licores de Janaína (@alicoreira), a Mixiriqueira (juicy IPA da Trilha, R$ 32) e a famosa cachaça da Laje (R$ 65), paixão de Jeffinho também estão à venda.

A Casa do Porco : R. Araújo, 124, República, tel. (11) 3258-2578.

Mercearia renovada

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Casa Europa: só delícias.Foto: Divulgação

Como não falar da Casa Europa, que lá em 2013 nasceu, ou melhor, renasceu como misto de restaurante e empório? A novidade é que a mercearia, recheada de massas frescas (o pappardelle serve 2 pessoas por R$ 18), ragus (o mais célebre, de pato, custa R$ 92), biscoitos (caso dos cantucci, R$ 23) e antepastos (como o soott’olio mix de cogumelos, R$ 36) ganhou alternativa online via Ifood, de segunda a segunda.

Claro, delivery não é nem mais tendência, é realidade. Contudo, para Ipe Moraes (restaurateur também à frente da Adega Santiago e da Taberna 474), a abertura da lojinha virtual, com bons produtos para comporem uma refeição ou já em cestas para presentear, veio como complemento às receitas prontinhas do caçula dos negócios, o Arroz Malandro (@arrozmalandro), que chegou com tanto furor nas entregas e no take away, que obrigou o primogênito a correr atrás do prejuízo!

Casa Europa: Al. Gabriel Monteiro da Silva, 726, Jardim Paulistano, tel. (11) 3063-5577

Vegano 24h

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Green Kitchen: vegano non stop.Foto: Gladstone Campos

Em um prédio histórico do centro da pauliceia, o Selina, da rede hoteleira charmosa e descomplicada, mantém um coworking, rituais de yoga, showzinhos, projeções de filmes e também o Green Kitchen, primeiro empório vegano 24 horas do país.

Nele moram opções plant-based para qualquer hora do dia, prontinhas para serem levadas, pedidas por delivery ou consumidas in loco. Entre os snacks, os mais pedidos são os sushis-sandubas, ou melhor, os onigirazus de berinjela e rainbow (R$ 25 cada). Ambos feitos com arroz japonês bem temperado, maionese sem ovos, tofu e vegetais.

A linha de congelados, por sua vez, traz itens como a manteiga de macadâmia (R$ 15,50 com 125 g), o quibe de mandioquinha (R$ 24,90 com 400 g) e a pizza quatro queijos (R$ 73,50 com 30 cm e obviamente sem lactose).

Green Kitchen: Av. Vieira de Carvalho, 99, República, tel. (11) 95064-0702.

Garrafas e meiguices

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Camisetas do Koya88 estampam doces jargões de cozinheiros.Foto: Reprodução

Logo no começo da pandemia, abrir um bar, mais do que improvável, parecia politicamente incorreto. O que fizeram os Thiagos (Maeda e Pereira)? Lançaram uma assinatura mensal de coquetéis e, de quebra, ajudaram ONGs com a arrecadação. O kit com 8 drinks engarrafados segue firme e forte e ainda traz dicas de harmonização e gifts para os assinantes (R$ 350 por mês). Contudo, a vivência no Koya88, boteco cada vez mais hypado por cozinheiros da cidade, é recomendada, graças aos tais dos coquetéis do Pereira e às gostosuritas ousadas do Maeda.

Dito isso, para se lembrar de cada segundo investido ali, vale levar uma tech t-shirt, três vezes mais macia que uma camiseta comum de algodão (R$ 89). Entre os dizeres estampados, o mais buscado pelos chefs é “Tá nadando, caralho?”, em alusão aos momentos em que se perde o controle da cozinha. A meiga vestimenta também se encontra no site Koya88 e pode ser guardada numa ecobag (R$ 49,99).

Koya88: R. Jesuíno Pascoal, 21, Vila Buarque, tel. (11) 94066-8846

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