Cinco fatos sobre Lil Nas X
Com carreira meteórica, rapper acaba de lançar seu disco de estreia, Montero. Da militância gay às provocações, conheça mais sobre ele.
Em 2018, quando Lil Nas X viu seu rap country “Old town road” explodir na internet, impulsionado por uma enxurrada de memes e dancinhas de TikTok (boa parte criadas pelo próprio), ele, àquela época desempregado e com 19 anos, ainda precisava provar que poderia ser mais do que o dono de um único hit.
Apenas três anos depois, o rapper nascido e criado na região de Atlanta (Geórgia), nos EUA, já acumula prêmios que incluem um Grammy em 2020 e o vídeo do ano na edição mais recente do VMA (o prêmio da MTV estadunidense), com a faixa “Montero“, uma referência ao seu primeiro nome na certidão de nascimento. Este também foi escolhido como título de seu álbum de estreia, lançado na última sexta-feira (17.09), depois de uma “gestação” que dividiu opiniões. Isso porque, do “chá de bebê” até o anúncio do “parto”, o cantor surgiu com uma barriga de grávida em várias imagens nas últimas semanas, o que gerou acusações de transfobia e críticas de que gestação não é fantasia ou piada para a comunidade LGBTQI+.
Nada que tenha minimizado o sucesso do lançamento que tem Doja Cat, Elton John, Miley Cyrus e Megan Thee Stallion entre as participações. Pelo contrário: no início desta semana, cinco das 15 faixas estavam no Top 50 global das mais tocadas do Spotify. Lil, aliás, não só parece conduzir com facilidade as polêmicas como tem respostas e provocações sempre afiadas aos comentários homofóbicos e de conservadores religiosos que recebe nas redes sociais. Mais do que isso, sabe fazer com que este barulho trabalhe ao seu favor na internet. Nas aparições públicas, não deixa por menos: em sua estreia no Met Gala, na semana passada, atraiu as atenções ao passar pelo tapete vermelho na escadaria do Metropolitan Museum of Art exibindo não um, mas três looks impactantes.
Dos memes no Twitter ao estrelato, passando pela militância gay, pelos clipes provocativos, pela moda e pelo “tênis de Satã”, conheça mais sobre o cantor:
O rap: a história de Lil Nas X, ou Montero Lamar Hill, no rap começou quando ele comprou por US$ 30 em um site o beat que viria a se tornar o de “Old town road”. Lil costumava criar memes para postar nas redes, o que faz até hoje. Assim, ele mesmo deu o primeiro impulso para o próprio lançamento nas redes da faixa e com um desafio de dança que se espalhou pelo TikTok. A faixa ficou por 19 semanas consecutivas no hot 100 da Billboard, além de ganhar um remix que rodou o mundo com participação do cantor country Billy Ray Cyrus, o pai de Miley.
Lil Nas X e um dos seus três looks no Met Gala.
Foto: Getty Images
Militância: em 2019, Lil falou pela primeira vez, via Twitter, sobre sua homossexualidade e aborda o tema com frequência em suas letras e seus videoclipes. Recentemente, cobrado por um fã pela ausência de rappers negros no novo disco, respondeu: “Talvez muitos deles simplesmente não queiram trabalhar comigo”. Se por um lado entidades acusaram o cantor de transfobia por aparecer com uma barriga postiça na divulgação de Montero, ele, em seu site e em seu canal no YouTube, lista entidades beneficentes dedicadas a causas LGBTQI+ e relacionadas à justiça e à saúde para os quais fãs podem fazer doações. Com o lançamento do clipe “Industry Baby”, ambientado em uma prisão, Lil contou que a ideia era chamar atenção para o problema do encarceramento em massa e arrecadar fundos para uma organização que trabalha com o tema.
Moda: desde que começou a frequentar os tapetes vermelhos das premiações, Lil sempre chamou atenção pelos looks que nunca passam batido, do neon às franjas, com direito salto alto, sempre com ajuda da stylist Hodo Musa. No último VMA, surgiu de mullet e vestindo uma releitura de terno, lilás e com cauda, em homenagem a Prince, assinado pela Versace. A mesma grife foi escolhida para os três looks que ele usou no Met Gala. O primeiro era uma capa, o segundo uma armadura e o terceiro um macacão com cristais, em um “conto de fadas LGBTQIA+”, segundo explicou a marca em comunicado. Para o lançamento de Montero, o rapper deu um passo além em seu flerte com a moda: com o disco, foi lançada uma collab do cantor com Jean Paul Gaultier.
Lil Nas X – MONTERO (Call Me By Your Name) (Official Video)
www.youtube.com
Clipes: abrindo a temporada de polêmicas relacionadas a Montero, Lil não economizou ao lançar o clipe da música homônima, em março deste ano, seis meses antes do disco. Cheio de referências satânicas, com direito a seduzir o Diabo e descer em uma barra de pole dance até o inferno, o vídeo gerou reações negativas (e previsíveis) em religiosos conservadores, que o acusaram de ser satanista, mas também foi motivo de confusão com a Nike. Isso porque, sem o consentimento da marca, o cantor lançou, em uma collab com o coletivo de arte MSCHF, 666 pares de Air Max 97 customizados com pentagramas, cruzes invertidas, a inscrição “Lucas 10:18” e até supostamente uma gota de sangue humano em cada par. Vendidos por US$ 1018, os Satan Shoes esgotaram em menos de um minuto, mas renderam uma ação judicial e depois um acordo do coletivo com a marca.
Brasil: três faixas de Montero aparecem entre o Top 50 do Spotify no Brasil, e Lil parece já ter percebido que tem fãs por aqui. No Twitter, escreve com frequência em português. Na última sexta-feira (17), comemorou com “Eu te amo Brasil” a marca de terceiro maior lançamento internacional na plataforma de streaming por aqui. Nos comentários, em meio a diversos “please, come to Brazil”, pedidos de feats com Anitta, com quem encontrou no VMA e na festa de lançamento de Montero.
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