Paris Fashion Week: Courrèges, verão 2025

A Courrèges desfilou seu verão 2025 na manhã desta quarta-feira (25.09), durante a semana de moda de Paris, em uma sala toda branca com um instrumento de meditação que simula o barulho de ondas do mar no meio. A estrutura, com mais de 320 mil bolas de metal, foi criada pelo diretor criativo da marca, Nicolas di Felice, pelo diretor de cenografia Rémy Briere e pelo duo de artistas finlandeses Grönlund-Nisunen.

Courrèges, verão 2025. Foto: Divulgação

Uma das imagens no moodboard da coleção era a da artista brasileira Lygia Clark cortando papéis em círculos. “Estou interessado na noção de ciclos, tanto na história quanto no design. Essa era a ideia do convite, de que não existe começo ou fim, dentro ou fora”, disse o estilista, em entrevistas antes da apresentação. O convite era uma pulseira retorcida de metal.

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O primeiro look, uma capa-casulo que foi desfilada pela modelo com as mãos para dentro, como se estivesse presa, transmitia uma sensação de restrição, assim como as faixas que prendiam uma perna à outra em calças de vinil e as barras justíssimas que cobriam as sandálias de tiras. À medida que as modelos entravam na passarela, a imagem assumia também ares de proteção.

Courrèges, verão 2025. Foto: Divulgação

André Courrèges, o fundador da casa, ficou conhecido por imaginar o futuro através de uma moda espacial nos anos 1960. O atual diretor criativo também faz o mesmo exercício de previsão, mas com a cabeça na atualidade. Em uma época cercada de incertezas, guerras, crise climática e recessão, o instinto é se cobrir, mas também se descobrir. Por isso, há pele de fora em tops retangulares, saias de cintura baixa e vestidos que deixam as costas nuas.

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E lembra que ele falou sobre ciclos? Vários elementos que fazem parte do imaginário da Courrèges por Nicolas di Felice, e que vem batendo cartão em seus desfiles desde que ele assumiu a marca, aparecem novamente: a silhueta lânguida, os bolsinhos na parte da frente do look, os capuzes, as assimetrias e os óculos-máscara.

Após criar a coleção de alta-costura da Jean Paul Gaultier, na temporada de inverno 2024, e talvez até antes, o estilista se estabeleceu como um tradutor das vontades de agora – pelo menos para parte das gerações mais jovens. Pense nos conjuntos de jaquetinhas e minissaias vinílicas remodeladas que viralizaram novamente e atingiram novos públicos. Mais do que as peças-hit, o que seduz na moda de Nicolas di Felice é a atitude da mulher para quem ele desenha.