Paris Fashion Week: Dior, verão 2025

Clima esportivo das olimpíadas de Paris continua dando o tom no verão 2025 da Dior.


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Faz pouco mais de um mês que os jogos olímpicos de Paris terminaram, mas o clima esportivo continua na mira da Dior, com o perdão do trocadilho. É que o desfile de verão 2025 da casa começou com a artista e arqueira Saag Napoli (Sofia Ginevra Giannì) atirando flechas dentro de uma estrutura de ferro e acrílico, bem no centro da passarela –  para o horror dos seguranças da primeira dama francesa, Brigitte Macron, que assistiu tudo sentada entre a rainha Sônia da Noruega e Bernard Arnault, CEO do grupo LVMH.

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Dior, verão 2025 Foto: Getty Images

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Dior, verão 2025 Foto: Getty Images

Não custa lembrar – porque com certeza custou muito – que a empresa do clã Arnault, da qual a Dior faz parte, foi uma das grandes patrocinadoras das olimpíadas de 2024. Na cerimônia de abertura, eram da maison os looks usados por Lady Gaga e Celine Dion. De acordo com entrevistas da diretora de criação Maria Grazia Chiuri, os preparativos levaram mais de um ano. Natural, então, querer capitalizar mais um pouco sobre o assunto.

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Em julho, o desfile de inverno 2024 de alta-costura teve todo um recorte olímpico, voltando às origens dos jogos na Grécia Antiga. Há poucos dias, a grife também divulgou um vídeo em sua conta no Instagram sobre a primeira escultura romana trazida para Paris no século 17. A estátua é da deusa da caça e protetora das amazonas, Diana (ou Artemis, na versão da mitologia grega). Ela usa uma toga drapeada e uma bolsa com flechas no ombro.

Se na couture a interpretação foi mais poética, mais romântica. Agora, no prêt-à-porter ela é bastante urbana e funcional. A ideia era explorar a relação entre roupa, corpo e função. No release, Maria Grazia fala que olhou para a elasticidade e conforto das roupas esportivas como base para repensar alguns itens históricos da Dior.

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Dior, verão 2025 Foto: Getty Images

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Dior, verão 2025 Foto: Getty Images

O melhor exemplo é o vestido Amazone, do inverno 1952. Os decotes assimétricos ou de um ombro só que se repetem na coleção são inspirações diretas no desenho daquele modelo. Modelo, aliás, criado por Christian Dior a partir de roupas usadas por sua mãe para montar a cavalo. Daí o nome.

A estilista aproveita ainda para recuperar outros elementos do passado. O logo de alguns bodies e vestidos são do início dos anos 1960, mais especificamente da primeira linha esportiva da marca, elaborada pelo então diretor de criação Marc Bohan.

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Quem é fã da italiana – ou um observador atento – vai identificar ainda resquícios do inverno 2022 em algumas jaquetas, do cruise 2022 nos tracksuits e até da coleção de estreia de Maria Grazia na casa, o verão 2017, nos itens tipo coletes de esgrima.

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Dior, verão 2025 Foto: Getty Images

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Dior, verão 2025 Foto: Getty Images

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Dior, verão 2025 Foto: Getty Images

Ou seja, não se trata de território novo para diretora criativa. Pelo contrário, tudo certo. Na real, não há nada de errado nessa recapitulação. É até algo positivo. Mostra consistência, visão, identidade. O problema é quando tudo isso fica subjugado a um tema trabalhado de forma quase obsessiva e compulsória. As assimetrias da linha Amazone, por exemplo, muitas vezes parecem forçadas ou desnecessárias.

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A intenção de explorar e enaltecer a importância da funcionalidade de uma roupa em relação ao corpo e, por consequência, à vida de uma mulher é um dos pilares do trabalho da estilista italiana. E aqui, melhor representado em looks que fogem do script. É o conjunto de calça, regata e blazer brancos. O terno cinza sobre top preto. O look de jeans, camisa branca e paletó preto. O tailleur de manga curta e ombro caído. A jaqueta de couro com calça cargo. O trench-coat de jacquard preto. O vestido marrom com decote envolto no pescoço.

Porque se é para facilitar na performance de todo dia, que seja sem complicações, né?

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