22 looks da Rainha Elizabeth II que marcaram a história

Dona do reinado mais duradouro da Inglaterra, a monarca sempre pode contar com o poder de um look para comunicar sua mensagem.


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Se tinha uma pessoa que entendia a força de um look para comunicar uma mensagem, essa era a Rainha Elizabeth II. Monarca com o reinado mais duradouro da Inglaterra, ela morreu na quinta-feira (08.09), aos 96 anos.

Por sete décadas no trono britânico, um dos seus principais legados foi a preservação da confiança da população na monarquia – mesmo sob constante escrutínio da mídia e, principalmente, em meio a uma série de escândalos da Família Real. E uma de suas principais ferramentas para tanto foi a moda.

Se a discrição era uma das marcas do seu reinado, tudo que usou em público era cuidadosamente escolhido para transmitir uma ideia de poder, confiança e familiaridade. Muitos dos seus looks, principalmente nos últimos anos, eram quase como um uniforme: vestidos acinturados, casacos alongados no mesmo tom que os chapéus, pérolas, tiaras, bolsas e sapatos quadrados, brogues e, vez ou outra, algum broche.

Lançar alguma tendência? Talvez… Seguir tendências? Jamais. Com a Rainha Elizabeth 2ª era tudo sobre estabilidade e manutenção de poder, sobre mostrar que, concordem ou não, a monarquia iria continuar. Exuberâncias eram raras, só quando a ocasião pedia, mas nunca brilhante o suficiente para lembrar aos súditos de que toda aquela pompa era financiada por eles.

Abaixo, separamos alguns dos looks mais importantes usados pela Rainha.

Royal Variety Performance (1946)

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Foto: Getty Images

Ainda Princesa, Elizabeth optou por um vestido de cetim coordenado com um casaco de pele (sim, pois é). A ocasião era o evento de caridade chamado Royal Variety Performance. Organizado pela Família Real e de gala, ele tem o objetivo de arrecadar fundos para artistas e conta com diversas performances. Durante o passar dos anos, foi um dos principais locais nos quais se permitiu “ousar” nas escolhas fashion.

No dia do “sim” (1947)

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Foto: Getty Images

Para seu casamento com Príncipe Philip, Duque de Edimburgo, nada de austeridade, pelo contrário: foi um dos momentos nos quais a Rainha mais “se permitiu”. Confeccionado por um dos designers queridinhos da corte, Norman Hartnell, o vestido foi inspirado no quadro A Primavera, de Sandro Botticelli, e possuía pérolas e cristais incrustados. Logo depois do fim da II Guerra Mundial, a cerimônia ainda não tinha toda essa “potência” que os casamentos reais inspiram nas pessoas atualmente. Ainda assim, era um momento de esperança muito esperado pelos britânicos. Na época, o casal recebeu mais de 2,5 mil presentes e 10 mil telegramas de felicitações.

Quando na Escócia… (1952)

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Foto: Reprodução

Durante as sete décadas que ficou no poder, Elizabeth II usou a moda como uma forma de homenagear as nações que visitava. Em especial a Escócia, lugar onde morreu, fazia questão de usar kilts com a famosa padronagem tartan, tipo de xadrez tradicional do local.

A coroação (1953)

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Quando nasceu, Elizabeth era a terceira na linha de sucessão ao trono britânico, mas, por conta do destino – e da surpreendente abdicação do tio, Edward – assumiu, aos 25 anos, o cargo de Rainha da Inglaterra. Para a ocasião da coroação, não faltou pompa. E foi a primeira vez que algo do tipo foi televisionado. Ela precisava se mostrar uma líder segura para a nação. Como ela fez isso? Em um menor grau, com um vestido luxuoso. Também criada por Norman Hartnell, a peça, uma das mais importantes do século 20, levou meses para ser feita e foi produzida com cetim branco, bordados florais com fios de ouro e prata, além de pérolas e cristais.

Turnê pela Commonwealth (1954)

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Na foto, um vestido acinturado usado pela Rainha durante uma turnê de seis meses pelos 13 países da Commonwealth. Não é uma das peças mais icônicas, mas encapsula uma das ideias mais fortes da imagem dela no período. No pós-Guerra, grande parte dos looks da Rainha tinha inspiração na estética do New Look, de Christian Dior. Novata no cargo, ela precisava transmitir segurança e um toque de esperança e juventude, então, tudo o que ela usava tinha um pouco de glamour, mas sem ser completamente inacessível. Playbook seguido à risca hoje por Kate Middleton.

Glamour em dobro (1961)

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Para um jantar em homenagem ao então presidente estadunidense John F. Kennedy, Elizabeth II optou por um vestido Norman Hartnell de tule azul, enquanto a ex-primeira dama, Jackie, escolheu uma peça de cetim Chez Ninon – mais moderna para a época – em um tom de azul bebê. O encontro, que historiadores sugerem ter deixado a monarca insegura, foi amplamente explorado na série da Netflix “The Crown”.

Flores da cabeça aos pés (1967)

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Conhecida pela discrição, em uma viagem para Malta, ela resolveu “ostentar” um pouco. Para a ocasião, lançou mão de um dos broches favoritos dela, o Cullinan V. Em formato de coração, ele foi feito a partir de um dos maiores diamantes já encontrados. Além disso, levou até às últimas consequências ea preferência por produções “combinandinhas”. Afinal, por que não coordenar o casaco Hardy Amies com estampa floral com um chapéu de flores?

México, baby! (1975)

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Nos anos 1970, a Rainha Elizabeth começou a “brincar” um pouco mais com a moda – claro, na medida que a Coroa permitia. Em uma viagem ao México, por exemplo, surgiu com esse vestido amarelo marigold, um dos mais alegres já usados por ela.

Mais é mais – às vezes (1983)

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Sim, até mesmo a Rainha da Inglaterra não ficou incólume aos excessos da década de 1980! Para um evento ao lado do ex-presidente estadunidense Ronald Reagan ela não economizou nos babados.

Alto-mar (1989)

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Um dos trunfos da Rainha Elizabeth sempre foi o senso de dever e um talento para parecer e aparecer apropriada em qualquer ocasião. Um exemplo bem prosaico? Um look navy para um passeio de iate. É quase um cosplay, mas sempre funcionou.

Matching! (1990)

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Eram notórias as diferenças entre Diana e a Rainha Elizabeth, mas, para os 90 anos da Rainha Mãe, a monarca resolveu deixar tudo de lado – pelo menos na moda – e aparecer com um look combinado com o da nora. Claramente, ela ainda estava na “fase floral”, estampa que, na verdade, nunca abandonou.

Barbiecore (1993)

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Sim, a Rainha Elizabeth usou Barbie Core antes mesmo de ser tendência. Em um jantar em Budapeste, o vestido pink foi adornado pela lendária Tiara das Meninas da Grã-Bretanha e da Irlanda, que aparece nos selos de correspondência no Reino Unido.

Yaaaas, Queen! (1999)

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Às vezes, o que uma Rainha precisa fazer é simplesmente surpreender. Elizabeth II sempre guardou os looks mais chamativos para o Royal Variety Performance, mas para a edição de 1999, dois anos após a trágica morte da Princesa Diana, ela se superou: top de paetê, joias, bolsa e saia dourada.

O jubileu de ouro (2002)

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Em momentos de grande celebração pessoal, a Rainha Elizabeth sempre recorreu ao azul, considerada de forma elitista como uma cor da realeza. Não foi diferente na comemoração dos 50 anos de seu reinado, o jubileu de ouro. E lá estava ela com o look-uniforme, dessa vez em um tom mais celeste e com chapéu mais festivo do que de costume.

Relembrando quem é a Rainha (2006)

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No tradicional ritual de reabertura do parlamento britânico, uma lembrança de quem é a Rainha. Aos 80 anos, e em um período conturbado do governo do primeiro-ministro Tony Blair, a monarca escolheu uma estola de pele (sim, de novo…) e o Diadema de Jorge IV, uma coroa que conta com mais de 2000 diamantes, 273 pérolas, 17 safiras, 11 esmeraldas e cinco rubis.

60 anos de união (2007)

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Para celebrar as bodas de diamante ao lado de Phillip, um look que gritava estabilidade, continuação e monarquia. A bolsa queridinha dela também estava presente na celebração.

Com os Obamas (2011)

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Uma tiara especial para receber pessoas especiais. Na ocasião de um jantar oferecido ao então presidente dos Estados Unidos Barack Obama e sua esposa, Michelle Obama, a Rainha, mais uma vez, apostou em um vestido em tom neutro todo cravejado de pedras brilhantes. Para finalizar, a icônica Tiara Vladimir.

O mais longevo reinado (2015)

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No dia no qual se tornou a monarca mais longeva da história britânica, superando a Rainha Vitória, sua tataravó, a Rainha Elizabeth resolveu usar mais uma vez a moda para enviar uma mensagem ao mundo. Na ocasião, escolheu decorar o casaco azul com um broche dado a ela pela Rainha Mary, que, por sua vez, o tinha recebido da Rainha Vitória.

Verde neon (2016)

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Para certificar que todo mundo estaria a enxergando na auspiciosa ocasião de seu aniversário de 90 anos, a Rainha Elizabeth – já bem estabelecida nessa fase de cores exuberantes looks monocromáticos – apostou em um verde abacate próximo de um tom neon.

A Duquesa de Sussex e a Rainha (2018)

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Mesmo com todas as polêmicas e a suposta omissão da Coroa sobre o racismo enfrentado por Meghan Markle na mídia e dentro da Família Real, a Rainha Elizabeth apareceu toda sorridente em um look verde limão ao lado da Duquesa para a inauguração de uma ponte. Posteriormente, Meghan Markle e Príncipe Harry abdicaram das funções reais deles e se mudaram para os Estados Unidos, em 2020.

Luto pelo marido (2021)

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Os últimos anos foram difícies para a Rainha Elizabeth, por causa de diversas polêmicas internas – principalmente com as acusações de envolvimento em uma rede de pedofilia do suposto filho favorito dela, o Príncipe Andrew, afastado das funções reais após o escândalo. Além disso, em 2021, seu marido, o Príncipe Phillip, morreu. Muito mais forte do que qualquer look, é a imagem da Rainha sentada, de preto, sozinha. Após 74 anos de casamento, ela descreveu a morte dele como um “grande vazio” deixado na vida dela.

O último look (2022)

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Para a última aparição pública, a Rainha Elizabeth II fez mais um aceno para a tradição. Na Escócia, dois dias antes de morrer, presidiu o evento de posse da nova primeira-ministra britânica, a conservadora Liz Truss. Na cerimônia, realizada no Castelo de Balmoral, nada de muita pompa: seus sapatos favoritos, sua bolsa Launer queridinha e uma saia com padronagem tartan, como sempre fazia em visitas ao país. Definitivamente uma mulher fiel às suas convicções – de moda inclusive.

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