A celebração dos 15 anos da Erdem na semana de moda de Londres

A Erdem está em festa, mas a celebração dos 15 anos da marca pode não ser exatamente o que se espera. É questão de contexto e sensibilidade. Apesar dos números de novos casos e mortes estarem decaindo em partes do mundo com vacinação mais avançada, a pandemia está longe de estar controlada e, principalmente, terminada. Tem as palhaçadinhas dos anti vaxxers (pessoas contra a vacina), a variante delta e por aí vai.

Faz sentido então que a comemoração da grife tenha assumido ares um tanto mais sóbrios. Pense em vestidos-camisa de cintura marcada, chapéus enormes com a mesma estampa do look, luvas compridas, babados, rendas e golas altas combinadas a mangas bufantes. Apesar de terem sido criados no Canadá, o estilista Erdem Moralioglu e sua irmã cresceram imersos na literatura britânica – e é daí que vem sua principal inspiração. Daí e também da história.

Romântico em essência, Erdem busca em elementos de diferentes épocas referências para suas criações e os atualiza ao substituir tecidos nobres, por outros mais casuais. Um bordado, por exemplo, vira estampa, a renda é substituída pelo tricô e por aí vai. Na prática, há roupas para todo tipo de situação: do tapete vermelho, com os tomara-que-caia e saias volumosas, até uma festa mais casual, quando o vestido bordado aparece com um suéter sobreposto. A modernidade vem da inserção de transparências e tops que deixam a barriga de fora, mas ainda combinados a partes de baixo clássicas e comportadas.

A coleção masculina da marca, lançada em junho de 2021, também se destaca por suas peças românticas, mas conectadas com o agora. O trench-coat brilhante e sem mangas, o conjunto de blazer e shortinhos brocado e camisas e calças com a mesma estampa mostram que o homem da Erdem também segue a mesma linha de sua mulher: ainda que, se olhado de longe, ele pareça de outra época, há um mistério envolvendo tudo que ele veste. E é isso que os diferencia.