Carlos Penna, designer mineiro que bombou na SPFW, abre loja em São Paulo

Novo espaço fica na rua Mateus Grou, ao lado de outros nomes expoentes da moda brasileira.


O designer Carlos Penna.
Carlos Penna. Foto: Leca Novo



Quem assistiu aos desfiles da última São Paulo Fashion Week deve ter reparado na presença de brincos, colares, anéis, pulseiras e outros acessórios de desenho orgânicos e formas inesperadas – muitas vezes gigantes. Eles são do designer mineiro Carlos Penna, responsável pelas bijoux das marcas Misci, Apartamento 03 e Anacê, e o mais novo nome a ocupar a rua Mateus Grou, no bairro de Pinheiros, com sua primeira loja na capital paulista.

Carlos começou sua carreira na arquitetura, mas logo enveredou para a moda. “Comecei a pesquisar muito sobre materiais de construção e sobre o uso de novas matérias-primas”, relembra ele sobre seu gosto especial por acessórios. “O prego, que é meu brinco mais antigo, veio antes da marca existir”, continua. O negócio próprio nasceu em 2015, depois de alguns anos trabalhando como stylist e fazendo algumas peças aqui e ali a pedidos dos clientes – e para uso próprio, claro.

“Mas  só pensava nos materiais, não na praticidade”, confessa. Naquela época, a ergonomia e o peso dos acessórios de Penna não eram levados a sério. Só precisavam fotografar bem. Por conta disso, suas coleções surgiam de experimentações. A primeira delas, inclusive, foi chamada de Experimento 1.0 e não tinha nenhum objeto à venda. Já a segunda, Plantai, era um resultado de uma colaboração com uma botânica, que tirava água das plantas e as resinava. Outras técnicas utilizadas incluem corrosão de placas e o uso de fios metálicos, além de ouro derretido.

Modelo com joia do designer mineiro Carlos Penna.

Foto: Leca Novo

Apesar das loucurinhas, o designer se estabeleceu no mercado de Belo Horizonte e participou de 156 desfiles no Minas Trend. Por anos, ele também marcou presença semestral em feiras de atacado ao redor do país, uma para o verão e outra para o inverno. Hoje, contudo, isso não faz mais sentido. “Esse calendário prende muito uma marca pequena. Tenho lançado duas coleções maiores e algumas cápsulas. Quando sinto que a história está pronta, a gente já apresenta. E como fazemos muitas colaborações, sempre temos novidades”, completa.

Ascensão independente

Que muita coisa mudou desde a pandemia, todo mundo sabe. O mercado de joias, bijuterias e acessórios, no entanto, foi um dos que mais cresceu, seja pela vontade de investir em itens mais atemporais, seja pela de usar peças impactantes nas famigeradas vídeo chamadas. E com Carlos Penna não foi diferente, nem com suas consumidoras. O designer conta que o perfil das suas clientes também mudou muito neste período. 

“Antes, vendia mais para mulheres mais maduras, e vendia muitos colares. Hoje, percebo que os brincos, mesmo os gigantes, são os que mais saem. Parece que, depois da pandemia, todo mundo percebeu que rola usar acessórios maiores.” Outro ponto importante sobre suas criações é a maleabilidade. Pulseiras e anéis, agora, são adaptáveis a todos os tamanhos de dedos e pulsos.

Modelo com joia do designer mineiro Carlos Penna.

Foto: Leca Novo

Cerca de 98% de sua produção, do corte ao banho, é feita em sua fábrica, que fica em Ipatinga, no interior de Minas Gerais. E se no começo era Penna quem fazia tudo sozinho, hoje ele tem 16 funcionários. Desde janeiro, a etiqueta tem uma loja em Belo Horizonte, no bairro Serra, reduto de marcas e ateliês de artistas da cidade.

“Gosto muito da parte de atender, de trocar com as clientes, estar na loja, conhecer quem está comprando. Por isso, vou ficar aqui em São Paulo no fim do ano”, comenta. O espaço fica no mesmo endereço de outras marcas importantes do cenário brasileiro, como Neriage, Misci e Isaac Silva. Assim como na capital mineira, na paulista ele também está próximo dos seus.

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