Carolina Herrera, verão 2026

Em Madrid, na Espanha, o diretor criativo da Carolina Herrera, Wes Gordon, apresenta uma de suas coleções mais exuberantes.


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Carolina Herrera, verão 2026. Foto: Getty Images



Foi na centenária Plaza Mayor, no centro de Madrid, na Espanha, que Carolina Herrera apresentou seu verão 2026. Sim, dessa vez, a marca estadunidense ficou de fora da semana de moda de Nova York. Embora desfiles itinerantes sejam comuns para muitas etiquetas durante a meia-estação, Wes Gordon, o atual diretor criativo, quis levar a ideia para a temporada principal. “Madrid é um lugar onde a alegria de viver, um dos lemas da nossa casa, se concretiza”, explica Wes.

Se inspirar na cidade, tão sinérgica à imagem e ao espírito propostos pela grife, parece ter sido favorável. Em uma de suas coleções mais exuberantes, o estilista celebra a Movida Madrilenha, movimento de contracultura que rolou na capital espanhola nos anos 1980 e impulsionou um período mais libertário e criativo no país. 

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Carolina Herrera, verão 2026. Foto: Getty Images

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Carolina Herrera, verão 2026. Foto: Getty Images

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Carolina Herrera, verão 2026. Foto: Getty Images

Na passarela, símbolos tradicionais, como o cravo vermelho, são os protagonistas. A flor aparece bordada em vestidos ー uns curtinhos com mangas bufantes, outros longos com volumes balonê ー, e estampada em peças de chiffon de seda ou de tafetá. As blusas com decote ombro a ombro, os babados em camadas e as silhuetas sexys, bem justas na região do quadril, fazem referência aos trajes de dança flamenca.

A sensualidade, aliás, é importante neste desfile, ainda que sob os parâmetros de Carolina Herrera. Em entrevistas, Gordon contou que olhou para o jeito atrevido da espanhola Penélope Cruz (Pedro Almodóvar, diretor de alguns dos filmes de sucesso da atriz, estava na fila A). Daí, vem os vestidos com recortes frontais entre o busto e a barriga. O maior destaque, porém, fica por conta dos modelos com aberturas laterais generosas. Em movimento, eles chegam perto de escapar mais pele do que deviam – sem nunca escapar de fato. Desde que assumiu o cargo, em 2018, o designer demonstra uma certa habilidade em explorar o corpo feminino, sem comprometer a usabilidade da roupa e o conforto da mulher que a veste.

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Carolina Herrera, verão 2026. Foto: Getty Images

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Carolina Herrera, verão 2026. Foto: Getty Images

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Carolina Herrera, verão 2026. Foto: Getty Images

Também tem a ver com essa visão a releitura do combo clássico da marca, formado por uma saia longa e uma camisa branca. Note que, nesta temporada, ele surge bastante mudado. A saia é substituída por calça de alfaiataria e a graça, antes reservada ao volume da parte de baixo, fica para a de cima. A camisa vem mais minuciosa, com laços, punhos ornamentados e estruturas corsetadas que lembram à indumentária da era de ouro da Espanha, no século 15, outra inspiração de Wes Gordon.

No ano que vem, a Carolina Herrera volta à semana de moda de Nova York. As férias europeias, apesar de curtas, foram justas. Afinal, a fundadora da casa, nascida na Venezuela, compartilha da língua e de tradições espanholas. Sua filha, Carolina Adriana, hoje um dos nomes à frente do negócio, morou em Madrid por muitos anos. E também é na Espanha que está sediado o Puig, conglomerado dono da etiqueta. Além da relação já existente entre a grife e o país, o desfile marca um amadurecimento na direção criativa de Wes Gordon que, enfim, encontra um ritmo próprio. Ele está de acordo. “De todas que fiz, essa é a minha coleção favorita”, disse.

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Carolina Herrera, verão 2026. Foto: Getty Images

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Carolina Herrera, verão 2026. Foto: Getty Images

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