Cartier expõe acervo icônico no México

Entre os dias 15 de março e 14 de maio, a Cidade do México, mais precisamente, o Museu Jumex, recebe a exposição O Design de Cartier: Um legado vivo”, que conta a história da maison francesa fundada em 1847. São mais de 160 peças da chamada Cartier Collection, resultado de um esforço da marca, que vem sendo feito há quase 50 anos, para resgatar criações icônicas de sua própria trajetória – até mesmo recomprando de clientes antigos. Na coleção, que reúne atualmente mais de 3 mil itens, existem exemplares desde 1850. 

A exposição foi lançada oficialmente na terça-feira (14.3) com um jantar de gala para imprensa e compradores, assinado pelo chef Enrique Olvera, além de uma apresentação especial do grupo musical Rhye. A ELLE Brasil esteve presente e conferiu todos os detalhes da mostra.

Entre relógios, joias e objetos de decoração, a Cartier Collection reforça o savoir-faire da casa criada por Louis-François Cartier, bem como funciona como uma viagem no tempo, em que se entende a história da joalheria de uma maneira geral. Por meio desse acervo, é possível entender, por exemplo, como metais como o ouro e a prata foram trocados pela platina, principalmente depois do século 19, com o intuito de dar mais destaque às pedras preciosas. É também com itens da exposição que se entende a preferência pelo contraste preto-branco durante os anos art-déco e como algumas peças vão além do adorno, registrando momentos históricos. 

A exposição no Museu Jumex tem cenografia de Frida Escobedo. Foto: Divulgação

Com curadoria de Ana Elena Mallet, especialista em design mexicano moderno e contemporâneo, e cenografia assinada pela arquiteta Frida Escobedo, a exposição mexicana apresenta peças raríssimas, como um dos primeiros relógios Santos de Cartier (modelo feito com e para o aviador brasileiro Alberto Santos-Dumont), além das panteras de Jeanne Toussaint. Primeira diretora criativa mulher da Cartier, ela foi a responsável pelo uso do animal como elemento característico da grife e por preservar a visão de Louis Cartier, ampliando a relevância da marca com a sua sensibilidade de compreender os novos tempos – mas sempre com espaço para diversão. 

Outro destaque da exposição é a explosão de cores das peças conhecidas como “tutti frutti”, que são carregadas de influências do Egito Antigo, Ásia e Oriente Médio. De regiões orientais como a Índia, por exemplo, veio a valorização das pedras orgânicas, sem lapidação. 

Exemplar da série Tutti Fruti. Foto: Divulgação

Mas é o duo de crocodilos incrustados por diamantes amarelos e esmeraldas que mais impressionam os visitantes.  Encomendados pela diva do cinema mexicano (e grande cliente da marca) María Félix (1914-2002), o adorno tão irreverente quanto bonito chama a atenção pela delicadeza de construção, história e semelhança com o animal. 

Os crocodilos preciosos criados a pedido de María Félix. Foto: Divulgação

Afinal, conta a quase lenda que “La Doña”, como María Félix era conhecida, entrou em uma butique da Cartier, em 1975, levando em seus braços um crocodilo tratado como mascote. A atriz teria pedido à joalheria que retratasse o animalzinho. A Cartier não só atendeu o desejo como dobrou a aposta, criando dois crocodilos que juntos formam um colar e separados podem ser usados como broche.  

O Design de Cartier: Um Legado Vivo marca a volta da Cartier ao México depois de 24 anos. A primeira apresentação da grife no país, com parte do acervo Cartier Collection, foi no Palácio de Belas Artes. Durante os últimos anos, a seleção de relíquias já esteve em vários museus do mundo, como o Centro Nacional de Arte, de Tóquio, o Grand Palais, de Paris e o Design Museum, de Londres.

O editor Gabriel Monteiro viajou ao México a convite da Cartier.

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