Vivão desafia inteligência artificial com tinta e pincel

Grife de Alexandre Vivão mostrou peças justas e sensuais com pegada utilitária para diferenciar homem e máquina.


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uO que vem depois do apocalipse?”, questiona Alexandre Vivão, divagando sobre este mundo computadorizado em que a inteligência artificial se entranha cada vez mais em nossas vidas. Até nas roupas.

Nas dele, o sentimento foi materializado em peças de couro falso pintadas à mão pela artista Catarina Lisboa. Os desenhos remetem a símbolos ancestrais, como anjos e demônios, e ao Egito Antigo, misturados com referências à atualidade, a exemplo dos grafites, criando uma estética que Alexandre gosta de associar à nova era.

Os shapes super justos e ousados evocam a ideia de exploração dos desejos carnais, algo que, assim como a arte, máquinas não conseguem simular. Recortes, decotes, cintura baixíssima e botas na altura das coxas também entram nessa equação. A pele à mostra também faz contraponto a elementos utilitários, como os bolsos amplos.

Segundo o estilista, a pandemia fez com que muita gente criasse dentro de casa essa estética, que é marca temporal de um novo momento na moda. “Esse trabalho, mais manual, é o retrato da pandemia. Muitas pessoas começaram a fazer roupas de retalho e a gente entende esse movimento como uma mudança importante na moda”, explica Vivão.

As roupas sensuais e artesanais da grife são bem representadas pelo vermelho, cor principal desta coleção.

Seu vídeo foi gravado na Bahia, resgatando o antigo formato de desfile presencial. “Muitas pessoas em Salvador não tiveram a experiência de uma passarela, então, quisemos trazer esse universo para a cidade”, completa.

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