Amor pela arte e pela moda: a trajetória de Christian Dior

Na data que marca o aniversário de morte de Christian Dior, relembramos a trajetória do artista aficionado por superstições.


Christian Dior veste uma modelo
Foto: Reprodução



Em 24 de outubro de 1957, aos 52 anos, o francês Christian Dior faleceu, vítima de um infarto fulminante. Embora jovem, seu império e legado já haviam sido construídos.

Nascido em Granville, na França, e filho de um comerciante de fertilizantes, sempre se interessou por arte. Ainda pequeno, passou a frequentar ateliês de pintura e desenho, começando a exercitar a habilidade que, bem mais tarde, seria melhor explorada. Tempos depois, por influência do pai, mudou-se para Paris a fim de estudar relações internacionais, e assim o fez.

Formado, entendeu que seria o momento de viajar pela Europa, mas não demorou para desenvolver raízes. Durante um período, esteve à frente de sua própria galeria de arte. Nela, obras de Pablo Picasso e Christian Bérard foram vendidas. Sua próxima aventura foi no segmento que sempre admirou: a moda.

Ao longo de quase 10 anos, entre 1929 e 1940, trabalhou para o estilista Robert Piguet, conhecido como o príncipe da moda, até ser convocado para prestar serviço militar – a Segunda Guerra estava no seu auge. Dois anos depois, chegou ao ateliê de Lucien Long e lá pôde trabalhar ao lado de Pierre Balmain.

Diante do fim do período de guerras, Dior finalmente teve a chance de lançar sua marca homônima, em 1947, aos 42 anos. Após o período conturbado que o mundo havia passado, o costureiro chega como um sopro de opulência, feminilidade, discrição e elegância, caindo no agrado das mulheres da época e revolucionando o mercado com as peças que criava com excelência.

O New Look da Dior

Pioneiro em propor novas silhuetas, ficou mundialmente conhecido pelo New Look. O modelo que deu nome à essa nova estética foi o Tailleur Bar. O visual, formado por uma saia volumosa com barra na altura das panturrilhas, cintura extremamente marcada e o busto definido, era o oposto do que se via na época e chocou pela quantidade de tecido usado na criação. Se o habitual nas outras casas era criar novas peças com, em média, 5 metros de tecido, as de Dior continham 40 metros, mostrando toda extravagância que sua maison carregava.

Aficionado por superstições, elas andavam lado a lado com o designer que, antes de toda e qualquer apresentação, consultava os tarôs, tinha o número oito como seu número da sorte e ainda fazia uma tradução física dos sonhos, todo esse misticismo e fantasia humana através dos seus vestidos.

Discreto e encantando pela arte em todas as suas expressões, tem, até hoje, os seus códigos respeitados e reverenciados na casa por todos os estilistas que vieram a ocupar o cargo de direção criativa. Sua grandiosidade ultrapassa as mais de seis décadas do seu falecimento e, possivelmente, nem ele seria capaz de imaginar isso tudo. Ou, talvez, tenha previsto nos tarôs durante sua caminhada.

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