Conheça a Capeto, nova marca de Isabela Capeto criada com a filha Chica

O trabalho de Isabela Capeto sempre ocupou um lugar particular na moda brasileira. É pontuado pelas técnicas manuais, pela construção paciente das peças e pela cartela colorida que se tornou parte de sua identidade visual ao longo de duas décadas de existência. Agora, esse repertório ganha uma nova extensão com a criação da Capeto, marca inédita que Isabela assina ao lado da filha, Francisca, mais conhecida como Chica. A proposta não é substituir a etiqueta original, e sim expandir seu alcance para uma geração formada pela internet e pelas redes sociais.

Capeto

Looks da primeira coleção da Capeto. Daniel Sulima

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A parceria entre mãe e filha se estruturou aos poucos. Chica estudou moda, mas seguiu carreira na comunicação visual e criação de conteúdo, mantendo distância profissional do ateliê. “Eu não queria ser conhecida só pelo meu sobrenome”, diz a primogênita. A resistência começou a ceder quando ela apareceu em uma reportagem sobre nepo babies da indústria – termo atribuído a pessoas que obtiveram sucesso profissional graças aos contatos e privilégios de seus pais ou familiares.

“Me colocaram na capa da matéria e pensei: ‘eu nem trabalho com moda’. Ao mesmo tempo, adoro isso”, lembra. “Senti que deveria assumir esse lado, pois queria lançar uma marca, então começamos a desenhar o projeto.” Isabela recebeu a decisão com alegria. “Somos muito unidas, fazemos tudo juntas. Para mim, é um sonho tê-la no ateliê todo dia”, fala a matriarca.

Daniel Sulima

A Capeto estreia com um mix que inclui saias, camisetas, shorts, regatas, moletons, jeans e bolsas, todos produzidos no Brasil. A faixa de preço é pensada para alcançar diferentes bolsos. “Uma baby look deve custar uns R$ 180”, explica Chica. “As peças da minha mãe são muito bordadas, muito trabalhadas. Queríamos algo que pessoas da minha idade – 26 anos – pudessem comprar sem ter que pensar muito.”

Daniel Sulima

Mesmo com foco em acessibilidade e escala, o toque manual permanece. “Nós queremos sempre ter algo mais artístico e único”, diz Isabela. Os moletons ganharam o aspecto podrinho após serem lixados um a um no ateliê localizado no bairro da Gávea, Rio de Janeiro, enquanto os silks trazem grafismos de aranhas, fivelas e alfinetes. Minivestidos de mesh – um tule leve e ligeiramente transparente –, aplicações de ilhóses e tecidos canelados reforçam a energia jovem e despretensiosa.

Apesar do olhar digital, a ideia é se distanciar das tendências passageiras. “Não queremos ser uma marca de trend. Pode até ter algo que esteja bombando, mas sempre do nosso jeito”, define a dupla. No guarda-roupa final, o desejo é que as duas etiquetas convivam: “Comprar uma t-shirt da Capeto e usar com uma jaqueta bordada da minha mãe.”

Daniel Sulima

Com uma sala própria dentro do ateliê e venda 100% digital, a grife funcionará com o lançamento de pequenos drops ao longo do ano, sem seguir o calendário tradicional de moda. “Assim, conseguimos fazer licenciamentos e colaborações e soltar a qualquer momento”. A escolha também acompanha o momento atual de Isabela, que alterna entre as próprias criações, desenvolvimento de figurinos e mentorias pelo Brasil. “Depois que eu vendi minha empresa e a comprei de volta, lutei muito para chegar nesse lugar mais calmo e é um ritmo que me inspira.”

Daniel Sulima

O lançamento oficial será na noite desta quinta-feira (04.12), na galeria de arte Rato Branco, na Lapa, que abre as portas para a festa e a venda da primeira coleção. “Queremos que seja um fervinho mesmo, já nos aproximando de um público ligado à música e às artes”, arremata Chica.