Exclusivo: Hering lança linha de calçados
Hering Shoes vai de slide a sneaker e é um dos resultados mais visíveis da fusão Azzas 2154, entre Arezzo&Co e Grupo Soma.
A Hering lança nesta terça-feira (15.10) uma linha fixa de calçados. Trata-se da mais nova categoria de produtos da marca, dividida entre feminino, masculino, infantil, além das linhas íntima e esportiva.
Essa, contudo, não é a primeira linha de sapatos da grife. O ineditismo diz respeito a perenidade da oferta, com quatros coleções anuais (outono, inverno, verão e alto verão). E, se antes a produção era terceirizada, agora ela é quase toda feita em casa.
O feito é fruto de movimentações recentes na estrutura societária da empresa. Em 2021, a etiqueta foi comprada pelo grupo Soma, que, por sua vez, foi incorporado a Arezzo&Co em fevereiro deste ano, criando o conglomerado Azzas 2154.
“Com a formação do grupo, aproveitamos para concretizar um desejo antigo: ter uma proposta de look total”, afirma Tess Argolo, diretora de produtos da Hering. “Contamos com a base fabril da Arezzo em Campo Bom, no Rio Grande do Sul, e o suporte das fábricas contratadas pela Arezzo, Schutz e Anacapri.”
O design é assinado por Tess e pelo time de estilo da casa – o mesmo que supervisiona as demais criações. A intenção, contudo, é montar um equipe própria e exclusivamente dedicada aos calçados. Por ora, existe um squad compartilhado entre Hering e Arezzo que escolhe matéria-prima, planeja custo e encaminha a produção técnica.
Como no vestuário, os pilares da Hering Shoes são conforto e atemporalidade, os famosos básicos. No feminino, o destaque é a “sandália solar”, uma flatform acolchoada. Já no masculino, o tênis e o slip-on são as grandes apostas. Algumas peças, como chinelos e slides, ficarão no catálogo por mais de uma estação. Mas são esperados drops pontuais, bem como coleções-cápsula e colaborações.
“Criamos uma coleção que valoriza a nossa identidade. Nós olhamos para as festas brasileiras, nossas praias, nossos lugares paradisíacos. Existe um olhar especial para o que é artesanal e uma inspiração no visual náutico e espírito balneário, tão típicos de Hering”, fala Tess, sobre os modelos de estreia.
Por enquanto, a linha estará disponível em franquias, no e-commerce e lojas próprias selecionadas.
Mas em meio aspectos positivos, entrar no mercado de calçados poderia criar uma rivalidade entre a Hering com outras marcas do Azzas? “É uma discussão que temos com frequência”, explica Tess. “Existe aproveitamento na parte industrial, mas redobramos a atenção para diferenciar os calçados. Não é interessante para ninguém criar homogeneidade, até porque temos compradores iguais no atacado.”
A intenção é que os sapatos da grife tenham um preço médio, algo entre a Anacapri, com valores de entrada, e a Schutz, com custo mais elevado.
Com 144 anos de história, a Hering é uma dos nomes mais importantes do grupo. “A gente brinca que é a vovó do grupo. Quando o Soma comprou a Hering, a holding duplicou de tamanho”, afirma Tess. Em 2023, o Soma atingiu uma receita bruta de R$ 6,2 bilhões, 10,1% a mais do que o ano anterior. No mesmo ano, a receita bruta de Hering foi de R$ 3,7 bilhões.
Assim como a Arezzo, a Hering também tem indústria própria. Cerca de 90% das malhas são tecidas internamente e a casa é amplamente conhecida no mercado nacional pelo jeans e o linho.
“É realmente uma sinergia interessante em termos de confecção e em otimização e minimização de custo”, afirma a diretora. “Quando a gente pensa no Azzas e na possibilidade de produzir malha para Farm ou Reserva, nem mensuramos ainda o potencial completo disso tudo”.
Leia mais: A sustentabilidade como estratégia de negócio na Hering.
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