Jeans é peça mais democrática do armário para 87% dos brasileiros

Pesquisa aponta ainda que 45% das pessoas optam pelo tecido em qualquer ocasião. Atemporal, ele ultrapassaria limites geracionais e seria perfeito para um novo modelo "híbrido" de vida pós-pandemia.


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Apesar das mudanças no guarda-roupa que vieram com o isolamento social, as pessoas não parecem dispostas a abrir mão da calça jeans. Uma pesquisa conduzida pela Vicunha Têxtil, em parceria com a IEMI, Inteligência de Mercado, afirma que o jeans é a peça de roupa mais democrática para o brasileiro e uma tendência que promete continuar em alta nos próximos anos.

O levantamento foi feito com 800 pessoas acima de 16 anos e concluiu que, do total, 87% enxergam o denim dessa forma. De acordo com os dados, o público feminino responde por 68% de todo o consumo brasileiro, sendo 90% dele com idade até 45 anos. Porém, o mesmo percentual que aponta o jeans como o mais democrático do guarda-roupa, também afirma que ele “pertence a todas as idades”.

“Vemos o jeans do tapete vermelho de Cannes aos bailes funk, em todas as idades e camadas sociais” explica à ELLE a coolhunter Lorena Botti, responsável pela pesquisa. “Os consumidores não estão dispostos a abrir mão do jeans. Por ser tão democrático e ter feito parte da moda de tantas épocas, as peças em jeans são abraçadas pela macrotendência vintage, que está em alta desde o ano passado. A nostalgia tem feito muito bem para as pessoas neste momento”.

Botti explica que, para se adaptar às novas demandas por conforto da população, a indústria do jeans tem apostado em soluções de tecnologia e ergonomia, “tanto nos tecidos elastizados, que possuem elastano, quanto nos rígidos, feitos 100% de algodão”. “Há uma adaptação nas fibras, nos materiais e nos maquinários para tornar o produto final o mais confortável possível para o consumidor. O conforto, hoje, impera”.

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Bella Hadid é apaixonada pelas calças de cintura baixa

Marc Piasecki / Getty Images

O jeans também se enquadra no que a pesquisa chama de modelo de vida híbrido, porque funcionaria tanto no home office, quanto no trabalho presencial em escritórios. Também é uma peça costumizável, em que as pessoas podem imprimir sua personalidade, “algo imperativo em tempos que discutimos a diversidade e equidade”, diz.

A tese é apoiada pela pesquisa, cujo dados apontam que 45% das pessoas acreditam que o jeans se encaixa em qualquer situação, seja nos momentos de lazer (42%), seja no trabalho (33%).

Quanto aos modelos e formatos, Lorena afirma que o futuro da calça jeans aponta para todas as direções — até mesmo para o skinny, jurado de morte pela Geração Z por supostamente ser cringe demais (para mais informações, leia nosso texto).

“A moda está cada vez mais ampla. Não existe mais uma tendência ditatorial, uma corrente garantida. Eu acredito que tudo vai estar ‘na moda’. Hoje existe ainda quem use a moda por aceitação, claro, mas existe também quem use a moda por expressão. Por isso não podemos afirmar que existe uma única tendência”.

Ela, porém, aponta as calças de cintura baixa e as micropeças em jeans como fortes apostas para o futuro próximo.

No último ano, as vendas de jeans no Brasil registraram queda de 13% (sem descontar a inflação) no comparativo com 2019. O tombo só não foi maior que o do setor de vestuário, com queda de 17% devido aos efeitos da pandemia de Covid-19.

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