Luz, câmera, ação

Em sintonia com as inspirações cinematográficas que embalam a nova coleção da Montblanc, os atores Juan Paiva e Luisa Arraes contam como as artes cênicas podem transformar vidas.


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Fotos: Gui Paganini



CONTEÚDO APRESENTADO POR MONTBLANC

Para celebrar os 100 anos de sua peça mais emblemática, o tinteiro Meisterstück, a Montblanc decidiu estreitar laços com o universo cinematográfico. A estrela centenária não é estranha a Hollywood. Ela pode ser vista nos filmes Octopussy (1983), Atração mortal (1988) e O talentoso Ripley (1999), só para citar alguns. Agora, porém, chega de figuração. Em um curta assinado pelo diretor e roteirista Wes Anderson, a caneta assume papel de protagonista.

Apesar da conexão com o cinema, a ideia nasceu nas bibliotecas. “Bibliotecas são a alma da cultura”, fala Vincent Montalescot, diretor de marketing e merchandising da marca alemã. “E quem está nelas? As mesmas pessoas de 20 anos atrás: a nova geração de clientes, estudantes, universitários, pesquisadores. Claro, eles usam seus telefones, seus computadores, mas eles escrevem. É o match cultural perfeito.”

Wes Anderson não é o primeiro cineasta a colaborar com a Montblanc. Em 2011, Wim Wenders assinou uma campanha e, em 2020, Spike Lee. Ambos possuem uma relação especial com a escrita. “Passei bastante tempo nas filmagens com o Spike, que estava sempre perto de uma mesa, escrevendo. Foi quando tivemos certeza de que essa é a ponte que queremos construir. Afinal, são dois campos atuantes na cultura”, diz o executivo.

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Relógio, pasta de documentos e caneta-tinteiro, tudo Montblanc. Blusa, Vitor Zerbinato. Calça, Dod Alfaiataria. Foto: Gui Paganini

Em sintonia com a celebração da sétima arte, Montblanc convidou dois artistas brasileiros que tiveram suas vidas impactadas e transformadas pelas palavras, pela atuação e pelo potencial do cinema de reescrever realidades. Com vocês: Luisa Arraes e Juan Paiva.

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Bolsa, Montblanc. Blazer, Verosenso. Camisa, Aramis. Gravata, Zara. Foto: Gui Paganini

Luisa Arraes

A primeira vez que Luisa Arraes apareceu no cinema foi aos 9 anos de idade. “Mas essa nem conto, eu era criança”, fala, aos risos. Foi uma figuração no filme O auto da compadecida (2000). O responsável pelo “casting” foi o figurinista Cao Albuquerque. “Como meus pais estavam trabalhando, às vezes eu não tinha com quem ficar. Então, cada hora uma pessoa diferente tomava conta de mim.” Luisa é filha do diretor Guel Arraes e da atriz Virgínia Cavendish, ambos envolvidos no longa. “Quando viram, já estava vestida, em cena.”

A relação da carioca com o universo cinematográfico se dá por causas naturais. Vem de berço. Já o romance com a sétima arte é mais recente. “Sinto que só veio agora”, confessa. A ligação ganhou outros ares quando a atriz, de 30 anos, foi para trás das câmeras como roteirista, produtora e diretora. Seu primeiro curta, Dependências (2023), ganhou o Troféu Redentor de Melhor Curta, no Festival do Rio, no ano passado.

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Relógio, bolsa e caneta-tinteiro, tudo Montblanc. Casaco, Charth. Foto: Gui Paganini

“Sempre escrevi”, diz. “Na adolescência, eu não era muito de celular, redes sociais, nada disso. A maneira que encontrei de sobreviver na escola foi com a escrita.” Sua primeira peça foi criada aos 16 anos, quando ainda estava no segundo ano do ensino médio. Na época, Luisa já fazia cursos de teatro e desejava ser atriz. Faltava só ganhar um papel.

“Não queria pedir ajuda para o meu pai, nem para minha mãe, nem pra ninguém. Então, decidi escrever uma história para eu fazer. Peguei um livro que gostava muito, dei uma mexida, adaptei e levei para meu professor no Tablado.” Ele gostou e começou assim sua carreira nos palcos.

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Bolsa, Montblanc. Regata e sutiã, Intimissimi. Estola, Max Mara. Bermuda, Verosenso. Meia-calça, Calzedonia. Foto: Gui Paganini

Na sequência veio a estreia na TV, com a série Louco por Elas (2012). Os destaques, porém, vieram um pouco depois: em 2015, na novela Babilônia, e no ano seguinte, na minissérie Justiça (2016, Globoplay). No cinema, estreou em 2008 em Apenas o fim. Era um papel pequeno, mas logo mostrou seu talento em filmes como Aspirantes (2015) e A febre (2019). Mais recentemente, ela protagonizou os longas O diabo na rua no meio do redemoinho (2023) e Grande Sertão (2024).

Sua atuação, diz ela, mudou consideravelmente conforme ganhou experiência na direção e no roteiro dos próprios projetos. “Hoje, eu não sei como seria ser só atriz.” Tem a ver com um entendimento ampliado da coisa toda, sem dúvida. Tem, sobretudo, relação com liberdade criativa e de interpretação. É um ensinamento que carrega do teatro e, agora, traduz em linguagem cinematográfica. “Você aprende a construir mundos com a imaginação. E isso é pode mudar sua vida toda.”

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Bolsa, Montblanc. Jaqueta, Zara. Blusa, Intimissimi Uomo. Calça, Saint Laurent. Foto: Gui Paganini

Juan Paiva

Quando a mãe de Juan Paiva perguntou ao filho o que ele queria ser quando crescer, a resposta foi médico. “Achava a profissão bonita, então foi a primeira coisa que me veio à cabeça”, diz o carioca. A realidade – e a vida –, no entanto, o levou por outro caminho. Hoje, aos 23 anos, ele é um dos principais talentos da nova geração de atores brasileiros.

Entre os trabalhos mais recentes do ator, estão as novelas Um lugar ao sol (2022) e Renascer (2024), a minissérie Justiça 2 (2024, no Globoplay), os filmes Nosso sonho (2022, disponível no Amazon Prime) e o recém-lançado De pai para filho (2024). Mas apesar do sucesso na frente das câmeras, foi no teatro que ele descobriu sua vocação.

Juan era uma criança tímida, e foi com as artes cênicas que aprendeu a superar tal sentimento. Aos 8 anos, ele se juntou ao Nós Do Morro, grupo de teatro no Morro do Vidigal, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde o ator nasceu e vive até hoje. “A atuação veio para quebrar a timidez”, fala. “Aos poucos, comecei a me soltar, me diverti. Era uma adrenalina, uma onda que gostava de encarar. Depois que entrava no personagem e subia no palco, não podia mais voltar. Isso me encorajou muito, me trouxe maturidade para quebrar barreiras que eu mesmo me impunha.”

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Mochila e caneta-tinteiro, Montblanc. Paletó e gravata, tudo Minha Avó Tinha. Camisa, Aramis. Calças e botas, Saint Laurent. Foto: Gui Paganini

Os aprendizados o acompanham desde então. Seu primeiro trabalho profissional veio em 2010, com o filme 5x Favela – Agora por Nós Mesmos. “Foi uma experiência nova e uma escola muito boa para eu desenvolver o meu lado ator em um outro lugar, fora dos palcos”, comenta. Nos sets, ele precisou aprender a se mover de maneira diferente, falar em tons mais baixos. “Foi uma virada de chave. Comecei a entender que atuação podia ser mais minimalista, mais contida.”

Juan busca levar a vivacidade e energia dos palcos para as telas. “No teatro, você está ao vivo o tempo todo. Não tem essa de errar, voltar, refazer. Brinca muito mais com a imaginação da plateia – com a sua própria na hora de construir o personagem.” Hoje, sua maior preocupação é sempre o próximo trabalho. A cada novo papel, o ator procura um jeito de fazer diferente, aprender e fazer com que o público se identifique de alguma maneira com o que vê.

Ele gosta de imprimir realidade à cena, falar de vida de vida real, pessoas reais. “A identificação vem do diálogo com o que está acontecendo no momento, com o que já foi ou está sendo vivido.” É assim, com conversas criativas, que Juan tenta escrever um futuro. “Para mim, esse é o poder da arte, da atuação.”

Créditos:

Fotos: Gui Paganini
Edição de Moda: Sam Tavares
Direção de Arte: Anderson Rodriguez
Produção executiva: Izabela Ribeiro
Produção de Arte: Corinne Werner
Beleza: Angel Moraes

Assistente de foto: Vitor Cohen
Assistente de foto: Rick Brazão
Assistente de produção de moda: Paola Vettori e
Assistente de beleza: Mariana Conceição
Assistente de produção executiva: Mariana Guerra

Contra Regra: Ronaldo Junge
Camareira: Dulcineia Barbosa
Manicure: Thaynara Dandara

Tratamento de Imagem: Vetro Retouching

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