Mãe da minissaia, Mary Quant morre aos 93 anos
Relembre momentos importantes da estilista inglesa, responsável por popularizar uma das peças mais icônicas da história da moda.
Morreu na manhã desta quinta-feira (13.04) Mary Quant, estilista inglesa conhecida sobretudo pela invenção e popularização da minissaia. Seu falecimento ocorreu “pacificamente em sua casa em Surrey, no Reino Unido”, diz o anúncio oficial divulgado por sua família à mídia britânica.
“Os anos 60 não teriam sido o mesmo sem ela”, escreveu a modelo Twiggy em sua homenagem à designer, de quem era amiga, compartilhada mais cedo no Instagram. “Mary Quant foi uma grande influência às meninas no final da década de 50 e começo de 60. Ela revolucionou a moda e era uma brilhante empreendedora feminina”, continuou em seu depoimento.
O legado da estilista é acompanhado por uma moda transgressora, que colocava a mulher – e suas necessidades – em primeiro lugar. Mais do que a possível invenção da minissaia (o tópico é um debate em aberto, sem uma concordância entre todos os estudiosos), seu trabalho colorido e vibrante marcou o Swinging Sixties, termo que descreve a efervescência cultural da cidade Londres em 1960, época em que imperavam a psicodelia, o hedonismo e a modernidade.
Nascida na capital inglesa em 1930, Mary Quant se formou anos mais tarde em educação artística no Goldsmith College. Em seguida, trabalhou como aprendiz em uma chapelaria até que, em 1955, abriu sua famosa loja na Kings Road, a Bazaar. Além de oferecer roupas e acessórios destacados pelas estampas vibrantes, geométricas e multicoloridas, o endereço também contava com um restaurante no subsolo, o que logo fez com que virasse um point badalado, frequentado pelos Beatles, Rolling Stones, Audrey Hepburn e Brigitte Bardot, entre outros nomes.
Peças curtas, como as hot pants e as saias já citadas, ganharam vida em suas mãos como forma de libertar as mulheres das convenções conservadores da época. Não ao acaso suas criações eram consideradas vulgares por uma parcela da sociedade. “Homens da cidade com chapéus-coco batem em nossa vitrine com seus guarda-chuvas gritando ‘imoral!’ e ‘nojento!’ ao ver nossas minissaias sobre as meias-calças, mas os clientes entravam para comprar de qualquer maneira”, escreveu a estilista em sua biografia Quant by Quant, publicada em 1966.
O comprimento míni, por outro lado, era aclamado por suas consumidoras, que buscavam peças cada vez mais curtas e que refletissem os desejos de uma nova era. Uma exibição em homenagem à sua carreira foi organizada pelo Victoria & Albert Museum em 2019 e, na abertura do evento, Mary Quant declarou que não buscava exatamente por inventividade: “Não percebemos necessariamente que o que estávamos criando era pioneiro. Nós estávamos simplesmente muito ocupados aproveitando todas as oportunidades e abraçando os resultados antes de correr para o próximo desafio”.
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